Setembro de 2015 ficou marcado pela queda de um helicóptero usado pelo Grupamento Aéreo da Polícia Militar no bairro da Santa Lúcia, em Maceió/AL, que matou quatro militares. 

O acidente com a aeronave Bell 206 Jet Ranger, PP-ELA, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar de Alagoas vitimou todos seus quatro tripulantes (Maj BM Milton, Cap PM Assunção, Sd PM Diogo Melo e Sd PM De Moura).

O relatório final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) mostrou que cinco fatores contribuíram para a queda da aeronave, entre fatores humanos e organizacionais.

 (Foto: Jonathan Lins/G1)

(Foto: Jonathan Lins/G1)

A investigação do Cenipa [órgão da Aeronáutica] não aponta responsáveis e serve para recomendações e correções de problemas em novos voos.
O  relatório revela que os fatores que contribuíram para a queda foram: a aplicação do comando do piloto, o julgamento da pilotagem, a percepção, processos organizacionais e a supervisão gerencial.
No que diz respeito à aplicação dos comandos, o relatório mostrou que “a realização de uma manobra com valores de velocidade e inclinação elevados só seria possível caso houvesse aplicação nos comandos adequada para manutenção da altitude”.
O segundo fator é o julgamento da pilotagem, que é quando o piloto deixa de avaliar as influências teóricas relacionadas com o desempenho e com a qualidade de voo da aeronave.
Ainda segundo o relatório, o estado psicológico dos pilotos também contribuiu para a queda da aeronave. O documento diz que “ele inibiu atuação dos processos de reconhecimento e organização dos estímulos recebidos, que poderiam impedir a realização de uma manobra, a baixa altura e com grande inclinação”.
Os processos organizacionais também teriam contribuído para a queda. Conforme mostra o relatório, a falta do uso de ferramentas adequadas para o acompanhamento do desempenho dos tripulantes, como as fichas de avaliação, revelou a existência de falhas nos processos formais da organização, comprometendo a supervisão dos voos de treinamento.
Por fim, a falta de supervisão gerencial que mostra que a informalidade “na realização das atividades aéreas influenciou no acompanhamento da fase de planejamento, concorrendo para a quebra de regras na condução daquele voo, contribuindo para o acidente”.
Hipóteses
Foram consideradas duas hipóteses para a ocorrência. A primeira que o comandante da reserva por algum motivo, fugiu de seu padrão de pilotagem e realizou uma curva à baixa altura com elevado grau de inclinação lateral após a decolagem. Durante a manobra não realizou as correções necessárias e a aeronave perdeu altitude, colidindo contra o fio da rede elétrica e após contra o solo. O comandante tinha habilitação do Operador de Equipamentos Especiais (OEE).
Já a segunda, que foi considerada a mais provável pelo relatório, o ocupante do assento dianteiro esquerdo pilotava o helicóptero no momento do acidente. Durante a decolagem, ao realizar curva de grande inclinação lateral à baixa altura, ele não foi capaz de realizar as correções necessárias para manutenção do voo nivelado. A aeronave perdeu altitude e colidiu contra o fio da rede elétrica e, na sequência, contra o solo.
O relatório final divulgado em maio do ano passado, 30 meses após o acidente. Segundo a análise dos técnicos, a aeronave iniciou a subida definindo uma curva de grande inclinação pela esquerda e ao atingir cerca de 10 metros de altura,  o helicóptero definiu uma trajetória descendente, até colidir contra uma rede elétrica de baixa tensão e depois contra o solo.
Diante dos fatos expostos no relatório, o Cenipa deu algumas recomendações ao Estado. A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) informou que acolheu na integralidade todas as recomendações e adotaram os procedimentos de segurança inerentes à atividade aérea.
A SSP informou que periodicamente são realizados treinamentos visando aos procedimentos de cada Helicóptero, proporcionando o conhecimento técnico de cada máquina, de forma individualizada, para todos os pilotos do grupamento.

Além disso, o secretaria disse que existe um Programa de Treinamento Operacional (PTO), aprovado pela ANAC em 2015 e atualizado em 2017,  onde constam todas as manobras e treinamentos que os pilotos devem seguir ao longo do ano, contendo manobras de solo, manobras em voo, treinamento teórico, prática de manobras de emergências. Desde a sua aprovação, só após o treinamento recomendado pela ANAC que há a renovação da habilitação dos pilotos.

Clique aqui e acesso o Relatório Final da íntegra

Relatório Final – Acidente PP-ELA – Maceió/AL – Setembro 2015