CAv/PMESP: 35 anos voando para servir
16 de agosto de 2019 2min de leitura
Otacílio Soares de Lima
Cel Res PMESP
Exatamente as 10h00 da data de 15/08, completam 35 anos da criação do Grupamento Aéreo “João Negrão”, da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Só quem cruza a mata é capaz de contar sobre as pedras, cipós e espinhos encontrados na picada.
Não foi simples a caminhada, mas a união, força de vontade, determinação e senso de dever daquele grupo fizeram com que seus integrantes transformassem os obstáculos e desafios em estímulos para fazer o que muitos achavam que não dava para fazer.
Em 15 de agosto de 1984, no Palácio dos Bandeirantes, foi entregue para a Polícia Militar o primeiro helicóptero, um modelo Esquilo HB 350 B prefixo PP-EID, o “ÁGUIA UNO.”
Na solenidade, numa entrevista à imprensa, o então governador de São Paulo, Professor André Franco Montoro, concluía: “…A partir deste momento os Helicópteros estarão sobrevoando São Paulo, no combate à criminalidade…”
Através de uma Nota de Instrução foi criado a título experimental o Grupamento de Rádio Patrulha Aérea. Um grande desafio surgia pela frente.
A um grupo de 07 oficiais (Tem Cel Ubirajara, Cap Gerson Vitória (in memória), Cap Luchesi, Cap Visconti, Cap Santos, Cap Irineu e Tem Otacílio) oriundos de uma seleção realizada pela corporação, coube a responsabilidade de reimplantar a atividade aérea na Polícia Militar de São Paulo.
A operação foi iniciada com tripulação mista, nos primeiros 03 (três) meses. Por força de contrato, o fabricante do helicóptero apoiou com piloto e mecânicos.
Após, foram contratados pelo Estado 02 (dois) pilotos civis, que aos poucos foram repassando as suas experiências aos novos pilotos policiais militares.
Inexperiência na área da aviação, falta de recursos materiais e financeiros, deficiência de comunicação, instalações inadequadas, críticas por parte da imprensa, restrições dos órgãos aeronáuticos, além do que no “público interno”, muitos não leram o livro “ASAS E GLÓRIAS DA POLÍCIA MILITAR”, esqueceram os laços históricos e posicionaram-se contra a nova modalidade.
Mesmo com restrições iniciais de horas de voo, era previsto em contrato 30 horas/mês), e a falta de recursos para manutenção, o helicóptero foi sendo integrado aos poucos ao policiamento.
Conhecendo melhor todas as regiões da cidade, as tripulações procuravam desenvolver novas técnicas a fim de chegar rápido e apoiar melhor as solicitações dos patrulheiros em terra, consolidando desta forma a atividade. Vencidas as resistências, com o trabalho, veio o reconhecimento.
Em 1984, o “Águia Uno” ocupava o pátio de um quartel, no ano 2000, os “Águias” preenchiam o pátio do hangar no Campo de Marte (vide foto) e hoje, espalhados pelo Estado, para reuni-los se faz necessário o pátio de um aeroporto e mais à frente, mais à frente precisará muito mais…
Honrado em ter ajudado a criar a Unidade ao lado de tantos companheiros idealistas e ter contado com o apoio de tantos guerreiros que ajudaram na labuta enquanto servi na Unidade. Aprendi muito com todos!!!
Que DEUS os continue protegendo para que eles nos protejam!!!
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