A equipe do helicóptero Águia da Polícia Militar no Vale do Paraíba deve ganhar o reforço de médicos e enfermeiros para socorro de vítimas em estado grave. A implantação do projeto está em estudo pela Secretaria de Segurança Pública e pode começar a funcionar já em 2012. Hoje, o Águia só atua em acidentes quando o local é de difícil acesso para o resgate terrestre.

O resgate aeromédico já é realizado na capital e, desde julho de 2010, em Campinas como projeto piloto. A proposta, apresentada pelo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, também visa credenciar uma rede de hospitais para onde as vítimas serão levadas após o atendimento. A ideia é que até 2014, todos os helicópteros Águia do Estado possuam a equipe especializada em atendimentos médicos. Segundo apurou O VALE, a região pode ser a primeira a receber o resgate.

Proposta

Hoje, o Águia possui duas funções principais na região: suporte aéreo a operações de prevenção da PM e resgate de vítimas em local de difícil acesso, principalmente, pessoas perdidas em matas.

O atendimento à pessoas feridas, no entanto, ocorre apenas em último plano. “Há casos em que uma ambulância não consegue chegar no local, então fazemos o resgate e levamos a um lugar onde a vítima pode ser atendida”, diz o major Sérgio Henrique Togashi Toma, comandante do Águia no Vale do Paraíba.

O grupo de resgate visa tornar o atendimento de emergência mais rápido. Um médico ou enfermeiro iria até a vítima, faria o primeiro socorro. O médico também faz um diagnóstico do ferimento e seleciona em uma rede de hospitais qual o melhor local para atender a vítima. “O levantamento dos hospitais está sendo feito pelo governo. É uma parceria. Mas precisamos ser muito cuidadosos, porque quando houver uma emergência, o hospital precisa ter condição de atender” diz.

Atendimento

Em 2011, até 15 de dezembro, o Águia resgatou 28 pessoas no Vale do Paraíba. Destes, 20 foram pessoas em áreas de risco e oito pessoas feridas em acidentes foram levadas para algum lugar para receber atendimento. No reforço à segurança, a aeronave ajudou na recuperação de 20 veículos, seis armas e 49 pessoas foram detidas.

O Águia no resgate

Como é hoje
Em caso de pessoas feridas, o Águia só age quando uma viatura de resgate terrestre não consegue chegar ao local. A vítima é levada a um local para receber os primeiros socorros

Como vai ficar
Com médico e enfermeiro, os atendimentos de urgência serão feitos em qualquer lugar. A vítima recebe os primeiros socorros do especialista.

Rede de atendimento
Será criada uma rede de hospitais. Na hora do atendimento, o médico escolhe o hospital mais adequado para a vítima receber o tratamento mais adequado para a situação.

Projeto piloto
O trabalho já é realizado na capital e em Campinas, onde houve o projeto piloto para que o atendimento fosse estendido para todo o Estado.

Andamento
Segundo apurou O VALE, a região deve ser a primeira entre as demais áreas do interior a receber o resgate.

Prazo
A Secretaria da Segurança Pública quer implantar o projeto em todo o Estado até 2014.

Velocidade é diferencial do resgate aéromédico

O exemplo de Campinas:

No primeiro ano de implantação do resgate aeromédico na região metropolitana de Campinas, que inclui 38 municípios, o Águia foi acionado para 221 ocorrências, sendo que dessas, realizou o atendimento médico em 183 e realizou o transporte de vítimas para hospitais de referência em 121 ocorrências. Segundo a corporação, uma outra vantagem trazida pelo resgate aeromédico é a possibilidade de transportar pessoas e/ou órgãos em casos de transplante urgente.

Na cidade, o programa foi implantado em 30 de junho de 2010 e, com isso, os médicos do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências) de São Paulo passaram a trabalhar também na cidade de Campinas. O primeiro resgate aeromédico da região de Campinas aconteceu logo no dia da implantação, em Americana, após uma colisão de auto com um caminhão. O resgate chegou em quatro minutos e transportou a vítima para um hospital de referência.

Fonte: Piloto Policial e O Vale, por Filipe Rodrigues.