Em 03 de Setembro de 1986 era criada a Aviação do Exercito (AvEx) através do decreto Nº 93.206/86. Na mesma data também foi criado o 1º Batalhão de Aviação do Exército (1º BAvEx – Batalhão Falcão) através do decreto Nº 93.208/86. Hoje a Aviação do Exército completa 31 anos de operações aéreas.

Nova-AvEx-020

Na década de 80, o Estado-Maior do Exército iniciou os estudos doutrinários do emprego de aeronaves de asas rotativas em proveito das forças de superfície. Os estudos culminaram na criação da Diretoria de Material de Aviação do Exército (DMAvEx) através do decreto Nº 93.207, de 03 de Setembro de 1986.

A Aviação passou a tomar forma com a instalação do 1º BAvEx na cidade de Taubaté-SP, em janeiro de 1988. Esta localidade foi escolhida, dentre outras, por sua posição estratégica no eixo Rio – São Paulo e por sua proximidade aos importantes centros industriais e de pesquisa na área da aviação, como a Embraer, Helibras e Centro Técnico Aeroespacial.

Canteiro de obras das novas instalações, foto de fevereiro de 1989

Canteiro de obras das novas instalações, foto de fevereiro de 1989

Outro marco da implantação foi a concorrência realizada, em 1987, que culminou com a aquisição de 16 Helicópteros HB350L1 – Esquilo (HA-1) e 36SA – 365K Pantera (HM-1) do Consórcio Aeroespatiale/Helibras e com a entrega, em abril de 1989, do primeiro helicóptero Esquilo ao 1º BAvEx.

Após o recebimento das 52 aeronaves adquiridas e em face da reorganização da AvEx e da necessidade de mais helicópteros, por meio de um termo aditivo ao contrato com o consórcio Aeroespatiale/Helibras, foi comprado um lote de 20 AS550A2 FENNEC (versão do helicóptero HA-1).

HA-1 "Fennec"

HA-1 “Fennec”

Como consequência da participação do Exército Brasileiro na missão de observadores militares Peru-Equador (MOMEP), foram adquiridas quatro aeronaves S70-A (Black Hawk) em 1997. Encerrada a missão, as aeronaves seguiram da Fronteira Peru-Equador para o Brasil e, em 1999, passaram a integrar o 4º Esquadrão de Aviação do Exército, sediado em Manaus-AM.

Os pioneiros da aviação tiveram sua formação nas Forças irmãs e após receber os conhecimentos obtidos na Marinha e na Aeronáutica, foi possível criar um pólo de difusão de tais conhecimentos na própria AvEx, que hoje, além de formular e estabelecer doutrinas inerentes à aviação, é capaz de formar seus próprios especialistas.

Helicóptero EC 725 - Jaguar.

Helicóptero EC 725 – Jaguar.

Atualmente, centenas de alunos, oficiais e praças são possuidores de cursos ou estágios realizados na AvEx, muitos dos quais estão distribuídos pelo Brasil, levando consigo a semente dos ideais da aviação. A cada dia a AvEx consolida-se como uma aviação capaz e exemplar, não somente no cenário nacional mas também no internacional.

Operando as aeronaves HB350L1 – Esquilo (HA-1), AS550 – Fennec (HA-1), AS365K – Pantera (HM-1), S70A – Black Hawk (HM-2), AS532UE – Cougar (HM-3) e EC725 – Jaguar (HM-4), são mais de 90.000 horas voadas em regiões e climas diversificados, seja na caatinga ou nas imensidões amazônicas, nos pampas ou na cidade.

Conheça a história:

Como tudo começou

A origem da Aviação do Exército tem como cenário os campos de batalha de Humaitá e Curupaiti, na Guerra da Tríplice Aliança. Ao Patrono do Exército, Duque de Caxias, coube o pioneirismo de empregar balões cativos em operações militares na América do Sul, com a finalidade de observar as linhas inimigas. Após a Guerra, foi criado o Serviço de Aerostação Militar, cujas atividades balonísticas se desenvolveram por mais quarenta e sete anos.

Em 1912, o Aeroclube Brasileiro recebeu da União parte do terreno da “Invernada dos Afonsos”, no Rio de Janeiro-RJ, para que nele fosse construído o aeródromo. No ano seguinte (1913), surgiu ali a primeira escola de aviação do Exército, a Escola Brasileira de Aviação (EBA), ocasião em que foram adquiridos os primeiros aviões do Exército de fabricação italiana.

A escola recebeu 60 militares do Exército e da Marinha e contava com instrutores estrangeiros. Em 1915, esses aviões foram empregados sob o comando do General Setembrino, na Campanha do Contestado. (Decreto nº 13.451, de 29 de Janeiro de 1919 que cria o curso de aviação)

Escola de Aviação Militar no Campo dos Afonsos em 1919. Arquivo Musal/FAB.

Escola de Aviação Militar no Campo dos Afonsos em 1919. Arquivo Musal/FAB.

O Então, Tenente Aviador Ricardo Kirk, Diretor da Escola de Aviação e Comandante do Destacamento de Aviação, faleceu nesta campanha em 1º de março de 1915 durante uma missão de reconhecimento aéreo onde hoje está localizado o município de General Carneiro-PR.

Em reconhecimento pelo seu pioneirismo e inúmeros feitos, o Ten Kirk foi promovido “post mortem” ao posto de Capitão. Também por sua importância, é considerado, por todos os aviadores da Força Terrestre, como o maior herói da Aviação do Exército.

Em 1927, através da Lei Nº 5.168, a Aviação Militar passou por uma fase de reorganização e desenvolvimento, criando-se a Arma de Aviação do Exército. Com aviões novos e a vinda da Missão Militar Francesa de Aviação, foi dado um grande impulso para a Escola de Aviação Militar e, consequentemente, para a nova Arma.

Oficiais do Exército Brasileiro, dentre eles o general Setembrino de Carvalho e o tenente Ricardo Kirk, em Porto União, região do Contestado.

Oficiais do Exército Brasileiro, dentre eles o general Setembrino de Carvalho e o tenente Ricardo Kirk, em Porto União, região do Contestado.

A primeira unidade aérea da Aviação Militar foi criada em maio de 1931, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro-RJ, e denominada Grupo Misto de Aviação. O então Major Eduardo Gomes, comandou o Grupo Misto de Aviação e o 1º Regimento de Aviação do Exército e que atuaram no combate aos revolucionários paulistas na Revolução de 1932.

Por decreto presidencial, em 20 de janeiro de 1941, foi criado o Ministério da Aeronáutica, atribuindo-se à Força Aérea Brasileira a exclusividade da realização de estudos, serviços ou trabalhos relativos à atividade aérea nacional, extinguindo-se o Corpo de Aviação da Marinha e a Aviação Militar, encerrando, assim, a fase inicial da Aviação do Exército.

Com isso, a antiga Escola de Aviação Militar foi desativada e, em seu lugar, criou-se a Escola de Aeronáutica, também em 1941, que passou a formar os aviadores militares do país até 1971, quando foi foi transferida para cidade de Pirassununga-SP e passou a denominar-se Academia da Força Aérea (AFA).

Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. Arquivo Musal FAB

Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. Arquivo Musal FAB

Texto produzido por Piloto Policial, com informações do CAvEx e FAB.