Automedicação e o voo
12 de dezembro de 2011
5min de leitura
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Um assunto preocupante e muito pouco explorado na aviação é a automedicação, principalmente quando isso envolve os pilotos.
Segue aqui uma matéria como forma de orientação e também alerta para todos, pois muitas vezes medicamentos que achamos inofencivos na aviação não são.
A lista de medicamentos abaixo contra-indicados aos aeronautas serve também para lembrar que o velho e tradicional hábito da automedicação continua proibido.
Medicamentos Contra-Indicados
Analgésicos, antitérmicos (dores, resfriados, gripes)
Efeitos indesejados: sonolência e diminuição de reflexos.
Consequência: afastamento de vôo por oito à doze horas.
Anti-alérgicos
Efeitos indesejados: sonolência e diminuição de reflexos.
Consequência: afastamento de vôo por doze à vinte e quatro horas.
Anti-ácidos e digestivos
Efeitos indesejados: alterações visuais.
Consequência: afastamento de vôo por oito à doze horas.
Efervescentes
Efeitos indesejados: aumentam a quantidade de gases, aumentam a distensão abdominal
Consequência: afastamento de vôo por seis horas.
Descongestionantes nasais típicos
Efeitos indesejados: adrenérgico e lesão da mucosa.
Consequência: agravamento pela atividade, problemas de ouvido médio.
Sistêmicos
Efeitos indesejados: sonolência e diminuição de reflexos.
Consequência: afastamento de vôo por doze à vinte e quatro horas.
Anti-diarréicos (derivados opiáceos)
Efeitos indesejados: sonolência e alterações dos reflexos; máscara a etiologia.
Consequência: afastamento do vôo por doze à vinte e quatro horas.
Antibióticos e bactericidas
Efeitos indesejados: disbacteriose com diarréia ou problemas gástricos, náuseas e outras complicações.
Consequência: afastamento de vôo até o fim do tratamento.
Tranquilizantes, hipnóticos
Efeitos indesejados: diminuição de reflexos, sonolência.
Consequência: afastamento de vôo por vinte e quatro horas.
Anorexígenos, estimulantes
Efeitos indesejados: alteração no solo, no apetite e nos reflexos.
Consequência: afastamento de vôo por vinte e quatro horas.
Anestésicos locais
Efeitos indesejados: alterações dos reflexos e bradicardia.
Consequência: afastamento de vôo por doze horas.
Diuréticos
Efeitos indesejados: aumentam a perda de líquido, desidratação, perda de potássio.
Consequência: afastamento de vôo por doze à vinte e quatro horas.
Anti-hipertensivos
Efeitos indesejados: alteração no batimento cardíaco, hipotensão sonolência e diminuição de reflexos
Consequência: afastamento de vôo.
Anti-inflamátorios não hormonais e contra cólicas
Efeitos indesejados: problemas gástricos e sonolência com diminuição dos reflexos.
Consequência: afastamento das atividades por doze à dezoito horas.
Medicamentos Proibidos
Podemos apresentar também as drogas proibidas, conforme o proposto pelo tenente-médico Eduardo Serra Negra Camerini, em seu trabalho chamado Guia Prático de Automedicação, no qual ele sugere a divisão dos remédios em seis grupos, organizados em duas colunas (substância e nome comercial):
Grupo 1:
Drogas que nornalmente serão seguras de serem tomadas enquanto estiver voando, desde que em doses normais e por período curto:
Substância (Nome Comercial)
– Acetaminofem (Tylenol)
– Carbonato de cálcio (Calcium Sandoz)
– Vitamina C (Redoxon, Cebion)
– Benzalcônio (Rinosoro)
Grupo 2:
Drogas que o aeronauta pode usar e voar, após consulta de aprovação do médico de aviação:
Substância (Nome Comercial)
– Amoxacilina (Amoxil, Hiconcil)
– Betametasona (Betnovat)
– Carbenecilina (Carbenecilina)
– Cloroquina (Aralen)
– Nistatina (Micostatin)
– Metil-testosterona (Pasuma)
– Metronidazol (Flagyl)
– Tetracicilina (Tetrex)
Grupo 3:
Contém drogas que um médico de aviação pode aprovar para uso em vôo após avaliação do histórico individual:
Substância (Nome Comercial)
-Acetazolamida (Diamox)
– Alopurinol (Ziloric)
– Clorotiazida (Higrotom, Clorana)
– Cimetidina (Tagamet, Stomakom)
– Clofibrato (Atromid)griseofulvina (Grifulvim)
– Propanolol (Propanolol, Inderal)
– Tiroglobulina (Proloid)
Grupo 4:
Contém aquelas drogas que possuem efeito adverso ao piloto. Assim, não será permitido voar, enquanto a droga estiver em seu corpo em concentrações maiores do que aquela que estaria quando três meia-vidastivessem se passado (meia-vida é o tempo necessário para que a concentração de uma determinada substância caia pela metade):
Substância (Nome Comercial / Meia Vida)
– Aminofilina (Marax, Aminofilina / 4 horas)
– Codeína (Belacodid, Setux / 4 horas)
– Dimenitrato (Dramamine / 8 horas)
– Flurazepan (Dalmadorm / 12 horas)
– Fenobarbital (Gardenal / 6 dias)
– Prednisolona (Deltacortril / 8 horas)
– Tinidazol (Pletil / 13 horas)
Grupo 5:
Contém drogas que proíbem ao piloto, o vôo, enquanto estiver em uso delas, devido ao fato de que as patologias para as quais foram prescritas impedem um vôo seguro:
Substância (Nome Comercial)
– Fenindiona (Dindevam)
– Biperoden (Akineton)
– Cafeína, ergotamina (Ormigrein, Cafergot-Imigrans)
– Carbamazepina (Amplictil- 6-copena)
– Lanatosídeo-C (Cedilinade)
– Insulina (Insulina)
– Nitratos (Isordil)
– Clorpropamida (Diabinese)
– Meperidina (Dolantina-Demerol)
Grupo 6:
Contém drogas extremamente potentes. Pelo menos cinco meia-vidas deverão passar antes que o piloto retome às suas atividades:
Substância (Nome Comercial / Meia Vida)
– Anfetaminas (Hipogafim / 8 horas)
– Carisoprodol (Dorilax-Miocitalgam / 2 horas)
– Diazepam (Diempax- Valium / 48 horas)
– Ibuprofeno (Motrim / 6 horas)
– Clordiazepóxido (Psicosedim / 24 horas)
– Indometacina (Indocid / 13 horas)
Em resumo, medicamentos são drogas (substâncias químicas) que alteram o organismo. Podem ter efeitos colaterais indesejáveis para as pessoas na superfície, e estes efeitos, potencializados pela atividade aérea, podem incapacitar um aeronauta ou até levá-lo a um acidente aéreo.
ATENÇÃO: Sempre que for a um médico alerte-o sobre sua profissão, para que ele não prescreva um medicamento que poderá ser contra-indicado para sua atividade ou que possa lhe causar riscos ao exercê-la.
Medicina e Medicamentos Alternativos
Como existem restrições a uma série de medicamentos alopáticos, muitas vezes a medicina alternativa é procurada, para que os aeronautas possam receber melhor orientação terapêutica, possibilitando um tratamento mais adequado. Entre as alternativas estão a da medicina oriental (acupuntura, Do-In, Shiatsu) e a da homeopatia.
Apenas como fato ilustrativo, os remédios homeopáticos mais usados em medicina aeroespacial e suas indicações terapêuticas são:
– Alumina (efeito da secura a bordo)
– Berbeis aquifolium (pele seca em vôo)Borax (medo do pouso)
– Dulcamara (sensibilidade aumentada para alteração quente/frio)
– Fucus Vesiculosus (evacuar, emagrecer)
– Hydratis Canadenses (sinusites)
– Kali muriaticum (problemas crônicos de ouvido (trompa de Eustáquio) pelo vôo)
– Kali phosphoricum (estafa pelo vôo)
– Lac defloratum (enjôo a bordo)
– Lycopodium (dispepsia ácida e muito flatulenta)Platinum (prisão de ventre dos aeronautas)
– Sanguinarinum nitricum (faringite dos aviadores)
Atualmente, uma moda médica é a medicina ortomolecular, que pesquisa os radicais livres e entre outros exames utiliza o teste do cabelo (onde são dosados vários elementos químicos). Como na aviação civil, os agentes oxidantes estão mais presentes, é interessante a pesquisa desses radicais livres para melhoria da performance do piloto.
Fonte: www.aeronautas.org.br, (Medicamentos contra-indicados aos aeronautas, por Geanni Pires, Diretora da Sec. de Saúde dos Aeronautas) e Blog AviaçãoPRF.
Bibliografia: HELFENSTEIN, José Eduardo. Uirateonteon Medicina Aeronáutica, 1998, São Paulo, Ed. ASA
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