Associação de empresas inicia operação de R-AFIS em São Paulo
07 de julho de 2017 5min de leitura
07 de julho de 2017 5min de leitura
Solução começa com Serviços Remotos de Informações de Voos de Aeródromos (R-AFIS), mas grupo espera expandir suas operações com serviços de gerenciamento de tráfego aéreo à distância.
São Paulo – Desde 29 de junho passado está em funcionamento no Allta Heliport, situado em Aldeia da Serra, região metropolitana de São Paulo, a estação remota de Serviços de Informações de Voos de Aeródromos (R-AFIS).
A solução não é uma novidade no país, já que a Força Aérea Brasileira iniciou atividade semelhante em Fernando de Noronha em dezembro do ano passado. Entretanto, trata-se da primeira iniciativa privada em toda a América do Sul.
O AFIS fornece para os pilotos informações meteorológicas completas, desde a sua decolagem, ao longo do seu percurso até a sua chegada no destino final. Esse serviço inclui possíveis desvios de rota por conta de mau tempo ou até mesmo indicar um aeródromo alternativo para o pouso, sendo todas essas informações fornecidas por controladores aéreos em torres ou centros de controle.
Essa solução remota foi viabilizada através de uma parceria fechada entre o Allta Heliport, que possui brigada de incêndio, helipontos balizados, abastecimento, hangaragem e manutenção; a Bembras Group, grupo brasileiro com representação exclusiva do Grupo Airbus Defense&Space com uma equipe de técnicos e engenheiros qualificados em sistemas de radiodifusão e de imagem para a aviação, telecomunicações e Engenharia de Tecnologia da Informação (TI); e a PAIM&BETEL, no ramo de navegação aérea há mais de 10 anos e com equipe especializada contando com operadores AIS para funcionamento de EPTA nas categorias A, B, C e Especial.
A junção dessas empresas nasceu a Allta BBP, que utiliza a tecnologia do grupo austríaco Frequentis especializado no segmento de controle de tráfego aéreo desde 1955.
“A Secretaria Nacional de Aviação Civil, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e a Agência nacional de Aviação Civil (ANAC) estão trabalhando no sentido de modernizar a legislação para permitir a redução de custos operacionais. O Brasil tinha em torno de 650 aeroportos cadastrados e hoje temos 592. Isso acontece porque os estados não têm como manter os custos da operação. O uso de tecnologias superadas torna mais cara toda a manutenção. No aeroporto de Bragança Paulista, que registra em média 38 mil movimentações por ano, o governo gasta anualmente R$ 1,5 milhão com a operação, sendo que desses R$ 720 mil são para manter a Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA)”, explicou Dario Rais Lopes, secretário de Aviação Civil.
Atualmente a legislação permite apenas o serviço AFIS de maneira remota. Entretanto, com o início da operação do empreendimento o objetivo é conversar com as autoridades para que a legislação seja ampliada permitindo outros procedimentos no futuro.
Uma EPTA provém, entre outros serviços, os de Controle de Tráfego Aéreo, Informação de Voo (FIS) e AFIS. Em geral os aeroportos possuem movimentações e picos específicos ao longo do dia e da semana, concentrando o maior volume de trabalhos em curtos períodos e deixando o restante do tempo aquela estrutura ociosa.
Com um custo de implantação alto, aliado ainda aos elevados valores para manter a operação, muitos aeródromos acabam se tornando onerosos e deficitários para a máquina pública, quando o esperado é justamente o contrário.
Com o sistema da Allta BBP, utilizando o controle de maneira remota, estima-se que a economia de recursos seja, no mínimo, na ordem de 30%. Aliado a isso, alguns aeroportos não possuem uma torre de controle que trabalha nas 24 horas do dia, acarretando na perda de receita de aeronaves que pousam e decolam fora do seu horário de funcionamento.
A solução da Allta BBP permitirá ao aeródromo ampliar a sua renda com as movimentações que antes eram feitas fora dos horários controlados e monitorados.
Numa estrutura remota como a inaugurada na Allta BBP, cada estação poderá controlar até três aeroportos que possuem características e rotinas distintas entre si, incluindo picos de operação que não coincidem um com o outro. No total, o empreendimento suportará a operação de até 24 aeroportos divididos entre oito estações.
O modelo será semelhante ao que é visto na Suécia, Japão e Alemanha. Neste último, uma estação controla os aeroportos de Saarbrücken, Dresden e Erfut, que possuem movimentos anuais de 15 mil, 30 mil e 10 mil, respectivamente. Entretanto, os horários de maior movimentação não coincidem entre si.
Com 1/3 do que é investido hoje para implantar o AFIS num aeródromo é possível ter o serviço prestado pelo empreendimento. “Nesse primeiro momento nossa meta é estabelecer um cenário de negócio para a nossa solução no controle AFIS. Posteriormente é de ampliar a capacidade técnica que nós já possuímos, como a de controlar um balizamento à distância ou de fazer o plano de voo. Por fim, é trazer uma torre de controle completa para a operação no Brasil, entretanto atuando de maneira remota”, disse Christian Herrera, diretor Comercial da Frequentis.
Saiba mais:
Se quiser saber mais, Allan Sereni e Christian Herrera da ALLTA BBP explicaram no AeroNews sobre esta novidade lançada em São Paulo.
https://youtu.be/qFixpza_OU8
Piloto Policial, por João Paulo Moralez.
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