Rio de Janeiro – Parcerias entre o setor publico e empresas privadas são bem-sucedidos em vários serviços oferecidos no brasil, do fornecimento de energia ate o transporte de pacientes graves em aeronaves, por que não então ampliar esse tipo de parceria para as missões de salvamento aéreo?

foto: VIRIN: defense.gov

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E essa a proposta da Archangelus Group, empresa fundida na Nova Zelândia que quer trazer para o Brasil um modelo de atuação já presente no seu país de origem e também em outras nações desenvolvidas, como Austrália e Reino Unido.

‘’É um trabalho de interoperabilidade com as forças públicas. Se nos trabalharmos juntos, Raphael-Lemgruber-de-Carvalhovamos reduzir o tempo de reposta. E o importante e salvar vidas’’, justifica Raphael Lemgruber, mergulhador com 25 anos de experiencia, especializado em resgates em alto-mar, e desde 2014, Chief Executive Officer (CEO) da Archangelus Group Brazil.

Hoje missões do tipo são realizadas pelas forças armadas, bombeiros e policias, porem a LEI Nº 7.273, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1984, prevê a possibilidade da Marinha do Brasil conceder a particulares as tarefas de busca e salvamento no mar, portos e vias navegáveis”. Hoje no Brasil empresas fazem o transporte aeromédico. Nos queremos fazer o resgate e o transporte, explica. Os planos são audazes. Esta previsto para ainda neste ano, o início da construção da primeira base avançada de resgate aero-marítimo e transporte aeromédico, em Angra dos Reis (RJ), com o conceito de Rapid Emergency Response Base (RERB – Base de Resposta Rápida de Emergências.)

A estrutura prevê pelo menos um helicóptero Sikorsky MH-60 Jayhawk (versão multimissão do Blackhawk , operada pela guarda costeira norte-americana), embora o plano seja de dois aparelhos por base. Segundo Lemgruber, um segundo aparelho já esta em negociação.

Essa primeira RERB será montada no Aeroporto de Angra dos Reis, com o qual foi firmado contrato, destaca Lemgruber, e na estrutura final planejada, terá ainda seus embarcações ( uma ambulancha, uma lancha rápida, e quatro motos aquáticas de apoio) e veículos terrestres.

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A Archangelus fala em ate dez bases espalhadas pelo litoral brasileiro, atendendo ocorrências litorâneas, em apoio a embarcações e a plataformas marítimas.

A segunda unidade possivelmente será instalada no Recife (PE) , com meios suficientemente capazes para atuar também na área do arquipélago de Fernando de Noronha, que faz parte do estado de Pernambuco.

O planejamento é que as aeronaves venham em uma configuração mista. Assim como visto nos esquadrões militares, haverá a capacidade de resgate, com guincho e cesto. Internamente, haverá uma maca e espaço para uma equipe médica.

O plano e atuar tanto no resgate como no transporte aeromédico, essa última missão já realizada por outras empresas no Brasil e que pode ser um nicho de mercado a ser inicialmente explorado. O foco, no entanto, é realmente alcançar a concessão para atuar no resgate.

Um dos maiores desafios será aprender a operar em conjunto com as forças armadas e auxiliares. A Archangelus não deve atuar na coordenação das missões de busca e salvamento, tarefa mantida sob controle da Marinha.

O papel da empresa é ter seus meios engajados na missão, da mesma forma como aeronaves dos bombeiros, por exemplo, integram as missões coordenadas pelas forças armadas.

O plano é participar de pelo menos dois exercícios anuais para exercitar essa atuação conjunta. E a empresa também planeja a lançar o Centro Internacional Subaquático Brasileiro (CISB), também a ser montado no Aeroporto de Angra dos Reis, onde mais de 70 cursos de mergulho devem ser realizados para as forças armadas, serviços policiais, bombeiros, guardas municipais e empresas, indo desde o resgate básico na água ate o salvamento em aeronaves submersas. “Nós queremos uma qualidade de excelência aqui no Brasil, com o mesmo reconhecimento que se tem lá fora””, planeja Raphael Lemgruber.

CISB-Centro-Internacional-Subaquatico-Brasileiro-perspectiva