O visual é imponente, apesar da chuva pesada que cai no helicóptero em uma manhã fria de setembro.

Alguns 280 pés acima da entrada do Hospital Real de Londres, em Whitechapel, está o ponto de partida perfeito para uma aeronave que tem como responsabilidade salvar vidas entre mais de 10 milhões de residentes, turistas e trabalhadores na capital.

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Ostentando uma imagem vermelha semelhante àquela usada nos milhares de ônibus que conectam a cidade, o MD Helicopters MD902, operado pelo serviço aeromédico de Londres, apresenta uma certa familiaridade nos céus da metrópole, servindo a instituição durante os últimos 15 anos.

Adaptado para serviços de emergência médica, o G-EHMS voa com uma tripulação de dois pilotos, assim como uma equipe especializada em trauma composta por um médico, um paramédico e um paramédico em treinamento.

A missão deles não é necessariamente transportar a pessoa ferida por via aérea para o hospital, mas estabilizá-la no local do acidente e, se necessário, realizar algumas intervenções, como transfusão sanguínea ou até mesmo cirurgia cardíaca a céu aberto no meio da estrada.

Caso um transporte aéreo ainda seja necessário após uma intervenção imediata, a aeronave de 2.9 toneladas removerá o paciente para um dos quatro principais hospitais de trauma de Londres ou para uma outra unidade especializada.

Depois que o despacho da aeronave é considerado apropriado por um paramédico localizado no centro de operações de emergência do Serviço de Ambulância de Londres e pela equipe do Hospital Real de Londres, um alarme é emitido no compacto quarto da tripulação localizado no 17º andar do hospital.

Os pilotos estarão a bordo e prontos para transportar o paciente entre 3 a 4 minutos, com a equipe médica embarcando à medida que o MD902 é acionado.

Dentro de 15 minutos, a aeronave – que pode atingir 260km/h – é capaz de pousar em qualquer área da estrada M25 de Londres.

Os atendimentos típicos incluem acidentes de trânsito, pessoas envolvidas em quedas e atingidas por trens, assim como esfaqueamento e tiroteio.

Os locais para pouso devem ter uma área livre de pelo menos o dobro do tamanho do diâmetro do rotor do MD902, que é acima de 10 metros, com um piloto responsável pelo voo e outro com ‘os olhos do lado de fora’ do cockpit identificando os potenciais perigos.

Esse helicóptero de pouco ruído descarta a necessidade do uso de uma aeronave maior, ao mesmo tempo que o tipo de design sem rotor de cauda aumenta a segurança em solo.

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“Na pior das circunstâncias, alguém será levado pelo deslocamento de ar da aeronave,” observa Andy Thomson, um dos cinco comandantes que realiza voos na aeronave sob escalas de 12 horas cobrindo operações diurnas apenas.

“Para a função que desempenhamos em Londres, ele é ótimo, com boa visibilidade para os pilotos.”

As operações noturnas não são possíveis em ambientes urbanos e no lugar disto, durante essas horas, veículos de resposta rápida são usados.

Pela primeira vez na sua história de 26 anos, a instituição operou um turno de serviço com horários de voo estendidos, entre abril e início de setembro, com a mudança sendo possível através da contratação de três co-pilotos altamente experientes para auxiliar a tripulação em duas escalas por dia.

“Cada dia é diferente e o tempo e a hora do dia não afetam muito,” disse Thomson.

“A maioria dos nossos voos dura 5 minutos – mas, há sempre muita coisa acontecendo ao mesmo tempo,” observou ele.

A equipe geralmente permanece em solo por 1 hora para estabilizar a vítima e cerca de cinco pacientes gravemente feridos são tratados, em média, todos os dias pela aeronave e pelos carros de resposta.

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O serviço aeromédico de Londres exige um suporte totalizando £4 milhões ($6.2 milhões de dólares) por ano para sustentar as suas operações, com mais £1 milhão alocado pelo NHS.

Embora ele tivesse, no passado, o apoio dos principais patrocinadores – primeiro o jornal Daily Express e, depois, Virgin – agora, ela depende dos financiamentos corporativos mais limitados de algumas empresas, além das doações do público.

Depois de uma longa campanha para arrecadamento de fundos, a instituição está a ponto de adquirir uma segunda aeronave.

Ela conseguiu arrecar até o momento mais de £4 milhões da meta de £6 milhões para adquirir e oferecer suporte ao helicóptero adicional e “extender as horas diurnas de voo da instituição para cinco anos”.

Com duas aeronaves disponíveis, a instiuição deve conseguir sustentar um serviço mais ininterrupto, já que o G-EHMS ficou indisponível o equivalente a 53 dias em 2015, devido à manutenção essencial.

Tal trabalho é realizado à noite e no local de suporte: a base Northolt da Força Aérea Real em West London.

A instituição prevê que será capaz de tratar 400 pacientes extras por ano com as duas aeronaves.

Apesar da operadora se negar a fornecer detalhes antes do anúncio, a Flight International acredita que ela pretende obter um segundo MD902 para garantir a uniformização da tripulação e manter a habilidade do piloto de pousar em áreas restritas.

O serviço aeromédico Londres tratou quase 33.500 pacientes desde o seu lançamento em 1989; inicialmente equipada com um Eurocopter AS365 Dauphin.

Em 2014, a sua equipe tratou mais de 1.800 pacientes em locais próximos à capital.

A equipe apresentou diversas inovaçoes no setor, tais como ser a primeira ambulância aérea do Reino Unido a operar com dois pilotos e carregar abastecimentos de sangue refrigerados a bordo.

No ano passado, ela também começou a usar uma tecnologia que pode ajudar a evitar fatalidades, tais como ciclistas sangrando até a morte depois de serem atingidos por veículos de carga pesada, inserindo e inflando um balão endovascular para interromper temporariamente a provisão a veias de sangue danificadas.

Outras técnicas – por exemplo, como lidar com membros cortados – têm melhorado graças à experiência direta do pessoal que prestou serviços nas equipes de resposta à emergência médica durante o envolvimento do Reino Unido no combate no Afeganistão.

Médicos experientes designados pela Barts Health NHS Trust passarão seis meses com a segunda aeronave aeromédica e seus paramédicos e nove meses com o Serviço de Ambulância de Londres.

Durante este tempo, eles terão exposição diária aos prinicipais tipos de trauma, enquanto os pilotos poderão voar em um dos ambientes mais dinâmicos possíveis.

“Este é o posto mais desejado, pois você ganha uma experiência maior,” observa John Power, diretor do Corpo de Bombeiros da instituição, que passou mais de 20 anos com a operação.

Para apoiar a Ambulância Aérea de Londres, visite yourhelicopter.london e para informações sobre outras instituições de caridade no Reino Unido, acesse associationofairambulances.co.uk

Fonte: Flight Global/ Reportagem: Craig Hoyle