Aluguel de helicópteros sob suspeita em Alagoas
29 de abril de 2012 2min de leitura
A segurança no Estado de Alagoas deveria contar com o reforço de um helicóptero, sem custo de aluguel, desde 2008. Um projeto elaborado pelo então secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, foi aprovado pelo Ministério da Justiça, que liberou R$ 6.025.773,60 para a compra.
Mas esse dinheiro nunca foi usado. Nestes mais de três anos, o governo investe no aluguel de aeronaves. A empresa que vendeu voos para Teotonio Vilela Filho (PSDB) na campanha de 2010 é a mesma que hoje aluga os três helicópteros a serviço do governo.
Uma licitação sob suspeita resultou na contratação da Fly-One, que em menos de dois anos já embolsou quase R$ 5 milhões. A empresa foi contratada também para consertar o único helicóptero de propriedade do Estado, que há cinco meses está parado em Aracaju (SE). Enquanto isso, a Fly-One, parceira de Vilela, teve contrato prorrogado até 2013.
O pregão eletrônico para registro de preços para a locação de helicópteros foi realizado no dia 25 de outubro de 2010, entre o primeiro e o segundo turnos da eleição, na qual Teotonio Vilela Filho foi reeleito.
No mês anterior, em setembro, já com atraso de um ano e meio, a licitação publicada em maio de 2010 para a compra do helicóptero com recursos do governo federal foi suspensa, “considerando os procedimentos adotados e atendendo ao interesse público”, conforme justificativa impressa no Diário Oficial.
A partir daí, começam a ser publicados os contratos entre o Estado e a Fly-One, que venceu a licitação concorrendo apenas com uma empresa, a Blue Air, de acordo com a disputa pública por meio de mensagens via internet, cujo teor está disponível no site licitacoes-e.com.br, vinculado ao Banco do Brasil.
O detalhe é que a Blue Air, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tem como sócia-proprietária Rejane Melo Lima, atual secretária da Fly-One. Além disso, ainda segundo a Anac, em relatório de abril deste ano, a Blue Air está com autorização para operar vencida desde 2006. Considerando este dado, ela teria participado da licitação do governo alagoano sem certificação para voar.
A Gazeta telefonou para a Fly-One, em Aracaju, e pediu para falar com Rejane Melo Lima. Ela atendeu e confirmou ser a secretária da empresa, que tem como proprietário Fernando Carlos da Silva Telles, conhecido como Fernando Tico-Tico. A funcionária também confirmou a sociedade com a Blue Air, mas disse que não é mais sócia da empresa.
“O problema é que a Anac é morosa. Já era para eles terem atualizado os dados no site. Não sou mais sócia da empresa”, respondeu a secretária na entrevista.
Fonte: Gazeta de Alagoas / Reportagem: Carla Serqueira.
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