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Conheça a unidade aérea de Air Support Unit – East Bay Regional Park District – uma pequena grande unidade da região San Francisco, Califórnia/EUA.

A região da Baia da San Francisco é repleta de áreas de preservação permanente, sendo algumas abertas ao público na forma de parques para efetuar trilhas, piqueniques, caminhadas etc, e outras áreas de acesso proibido, onde protege dessa forma algum tipo de recurso natural, como lagos que abastecem a região com água potável ou regiões com vegetação preservada.

A grande dificuldade é que essas áreas são enormes e não contiguas, bem como pertecem a vários cidades e condados, mais especificamente aos condado de Contra Costa e Alameda. Sendo assim, optou-se por criar um departamento específico para cuidar dessa enorme região de parques, que incluem 65 parques com uma área de mais de 1750 square miles e mais de 1.900 quilometros de trihas abertas a visitação. Atualmente, o East Bay Park District é o maior sitema de parques regionais dos Estados Unidos e recebe anualmente aproximadamente 14 milhões de visitantes.

Com a criação do East Bay Park District, uma solução inteligente do departamento foi criar uma unidade aérea para efetuar o apoio a esse tipo de serviço de policiamento, vigilância e fiscalização.

A unidade aérea chama-se East Bay Park Police Air Support Unit e tem sua sede no aeroporto de Hayward, Califórnia/EUA, onde ocupa dois espaçosos hangares.

Atualmente a unidade opera dois helicópteros, um AS350B2 e um AS350B3, também conhecidos pelo designativo de “Eagle”.

As aeronaves da unidade são equipadas com sistema de imageamento térmico FLIR 8500, moving map Aerocomputer, farol de busca Night Sun SX-16 e completo sistema de comunicação policial. A aeronave AS350B3 também é equipada com sistema de comunicação via satélite e sistema EFIS da Chelton/Cobham.

A missão primordial da unidade é efetuar o patrulhamento da região dos parques, mas a unidade também efetua apoio a outros departamentos de policía da região que não dispõe de apoio aéreo ou que seu apoio aéreo é limitado.

Esse apoio aéreo a outras unidades e departamentos de polícia da região funciona como uma “cortesia”, não existe qualquer contrapartida por parte do departamento apoiado.

A unidade é bem enxuta, seguindo os moldes americanos, com  tripulação prevista de apenas piloto e  TFO (Tactical Flight Officer), operando em turnos diurnos de 10 horas de serviço, sete dias por semana, e operando em sobreaviso nos demais horários.

A unidade conta com um efetivo total de somente de 4 pessoas efetivas, sendo 3 pilotos comandantes de aeronave, um deles acumula a função de comandante da unidade, e um Tactical Flight Officer. A unidade ainda conta com outro Tactical Flight Officer treinado, mas que que trabalha no serviço operacional regular e pode ser acionado eventualmente em caso de necessidade.

A unidade ainda conta com apenas um  mecânico aeronáutico que também possui a habilitação de inspetor e realiza todas as manutenções e inspeções previstas pelo fabricante no próprio hangar da unidade. Tal mecânico, funcionário contratado, trabalha em tempo integral para o departamento .

Apesar de enxuta, a unidade está muito avançada em questões de doutrina operacional, pois possui seu Air Operations Standard Operating & Procedures Manual (Manual  de Procedimentos Operacionais de Operações Aérea), também chamado genericamente de “policy”, e estão em processo de implantação de um programa de Safety Management Sistem (SMS – ou SGSO – Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional, no Brasil).

Após a implementaçao do SMS, o projeto da unidade é submeter-se ao programa de certificação da ALEA, chamado de ALEAC.

Com relação  a parte de treinamento da unidade, além do recheque anual previsto pela regulamentação FAA, os pilotos realizam anualmente um treinamento de emergência da aeronave junto ao fabricante (American Eurocopter) e outro treinamento de emergência noturna, sendo assim, praticamente a cada seis meses intercalados o piloto passa por um treinamento de emergência da aeronave.

Além do treinamento, obrigatoriamente os pilotos devem participar anualmente de ao menos um seminário de segurança de voo realizado pela ALEA.

O treinamento de proeficiência das tripulações é efetuado todas as quartas-feiras, seguido de um planejamento próprio da unidade, onde, alternadamente, são realizadas missões de carga externa, pouso em áreas não preparadas, vôos com óculos de visão noturna (NVG), entre outros.

A unidade voa aproximadamente 1000 horas por ano e pode ser considerada multimissão. Além do patrulhamento e fiscalização das áreas dos parques, também efetua apoio a outros departamentos de polícias de cidades da região, missões de combate a incêndio, resgate aeromédico e carga externa.

Os tripulantes, obrigatoriamente, voam com colete tático que inclui flutuador individual de emergência, sistema HEED III e kit de primeiros socorros, além disso eles efetuam o treinamento de escape de aeronave submersa a cada dois anos.

Alguns detalhes interessantes a cerca da unidade:

Apesar da unidade estar apta e treinada para efetuar missões de resgate aeromédico, tal missão é aceita somente em último recurso. O sistema americano de resgate aeromédico prevê a existência de empresas privadas de resgate aeromédico e tal serviço é pago a elas pelas seguradoras. Caso o resgate aeromédico seja feito pela unidade, além da mesma não receber por isso, a empresa particular deixa de receber sua receita, e sempre acaba criando certo atrito e constrangimento.

As tripulações efetuam patrulhamento nos parques com o Bambi Bucket a bordo e pronto para utilização em caso de uma eventualidade. Apesar da proximidade com o mar, o clima da região é bem seco e a vegetação torna-se muito suscetível a incêndios, que se não controlados podem se alastrar e provocar uma tragédia.

Só para conhecimento, a maioria das construções e residências na região são feitas de madeira e outros materiais que não alvenaria, devido a potencialidade de terremotos na região. Só para ilustrar, em 1991, ocorreu um incêndio na região das colinas que fugiu ao controle dos bombeiros e atigiu um região habitada, destruindo mais de três mil residências e matando 25 pessoas.

Por serem de modelos diferentes, os helicopteros operam Bambi Buckets diferentes, o AS350B2 opera equipamento com capacidade de 545 litros e o B3 com o equipamento de 1225 litros. Uma bela diferença.

Um detalhe interessante na configuração da aeronave é uma vigia de auxílio ao piloto para executar missões com carga externa (aqui chamada de “long line”). É um acessório provido pela DART e particularmente nunca havia visto anteriormente. Lembrando sempre que a unidade conduz as missões de “long line” somente com um piloto a bordo.

A unidade conta com um veículo de apoio, tipo caminhonete, que também transporta um reservatório e bomba de combustível para transportar cerca de 300 litros de querosene. O detalhe interessante é que, com tal capacidade, o motorista do veículo não é obrigado a ter curso/habilitação de manuseio e operação de produtos perigosos (chamado de MOPP no Brasil e “Hazardous materials” nos EUA). Solução bastante interessante para uma unidade que tem um efetivo bastante reduzido e assim possibilita a operação do veículo de apoio por qualquer motorista com habilitação comum.

Confira mais fotos:

 


Texto e fotos: Alex Mena Barreto, exclusivo para o site Piloto Policial.


Nota do autor:

Gostaria de agradecer a oportunidade da visita ao Sergeant Bill Probets, Piloto Chefe do ASU, que foi extremamente atencioso nas tratativas da visita; aos Officer/Pilots Doug Jackley e Kevin Iacovoni pela atenção e disponibilidade em mostrar e explicar o funcionamento de toda a unidade; e ao  Officer Gary Hirata pela cortesia  e apoio prestado.

Fun Meter Full !!


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