Ainda – e sempre – sobre segurança de voo
07 de outubro de 2017 1min de leitura
NÁDIA TEBICHERANE
Tenho medo de voar. Ainda assim, tenho estado sempre dentro de coisas que voam. O medo nos faz extremamente atentos, observadores e por que não dizer, neuróticos.
Sempre que entro em uma aeronave, olho atentamente os parafusos, alavancas, janelas, portas e tudo ao redor. Os motores têm que fazer o mesmo barulho do início ao fim da viagem. Caso contrário, algo muito grave está acontecendo.
Decolagem: frio no estômago, músculos tensos, tudo travado. Nesse momento, nenhuma lei da Física me convence ou explica como aquele monte de metal, gente e malas, consegue voar. Mas voa, nivela e é um dos meios mais seguros para viajar.
Depois que consigo me mexer no assento, tenho alguns pensamentos lógicos. Só pra relaxar.
Se um acidente nunca acontece por conta de um fator isolado; se é sempre uma cadeia de ocorrências que determina o acidente, então, existe uma cadeia de pessoas, profissionais envolvidos nessa segurança.
A segurança, então, começa e termina no homem, no ser humano. Outro dia, li uma matéria que dizia que todo acidente pode ser evitado. Pensei num monte de acidentes. É verdade. Se você pensar onde tudo começou e seguir todo o caminho, verá que em algum ponto houve uma falha no cumprimento das normas. E a falha poderia ter sido evitada.
Não é sobre o que cada um faria, é sobre acatar e praticar regras em conjunto.
Olho pra fora. O céu muito azul (ainda bem) ajuda a acalmar. Na poltrona à minha frente, as informações de altitude e temperatura fora do avião. Pra que isso? Medo.
Finalmente o pouso. Pra baixo todo santo ajuda. Pista correndo… Reverso…
Lá fora, já com meus pés no chão (abençoado seja), olho o pássaro de metal. Enquanto espera a próxima viagem, recebe atenção e cuidados de muitas pessoas que não param de se movimentar ao seu redor. Lá estão eles.
Agradeço a Deus e a cada um deles.
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