Aeronaves do Estado do Paraná agilizam transporte de pacientes e órgãos
16 de janeiro de 2013 4min de leitura
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O número de pacientes transportados pelas aeronaves do Governo do Estado cresceu cerca de dez vezes em 2012 em comparação com 2010. No ano passado, foram removidos 78 pessoas em estado grave por aviões e helicópteros da Seção de Transportes Aéreos (STA) da Casa Militar do Paraná.
O serviço de apoio médico ofertado pelo governo estadual foi reforçado com o transporte de 64 órgãos para transplante no ano passado. A atividade praticamente inexistia em gestões passadas. “Nos primeiros dias da gestão autorizei a utilização da frota aérea para quaisquer situações de emergência”, afirmou o governador Beto Richa.
De acordo com os registros da Casa Militar, as missões realizadas pelas aeronaves do Estado para atendimento de ocorrências médicas superou em 117,5% o número de deslocamentos para transporte de autoridades no ano passado. Foram realizados 198 voos para dar suporte a área de saúde e 91 viagens para transporte oficial.
Richa acrescentou que os resultados alcançados em dois anos são parte do esforço do Governo do Estado na desburocratização e humanização do serviço de saúde. Ele citou que na gestão passada era necessária a autorização expressa do governador para uma aeronave decolar do aeroporto Bacacheri. “Temos a consciência de que cada minuto é precioso para o sucesso de um atendimento médico, que pode salvar uma vida”, destacou.
A Seção de Transportes Aéreos tem como atribuição principal o deslocamento do chefe do Executivo e demais autoridades estaduais. “Nesta gestão houve o incremento nos voos destinados ao atendimento as Centrais Estadual de Leitos e Transplantes, o que provocou um direcionamento das aeronaves do governo em missões para salvas vidas”, explicou o chefe da Seção de Transportes Aéreos, major Eugênio Celso Mello.
A frota aérea do Estado é composta por três aviões – Cessna Gran Caravan e dois Embraer Seneca III – e um helicóptero Eurocopter EC 130 – B4. Os voos por localidade, em atendimento a Central de Transplantes, foram recorrentes em Londrina (Norte), com 17 viagens; Maringá (Noroeste), com 14; e Cascavel (Oeste), com seis. As aeronaves também foram deslocadas para outros Estados, como São Paulo (Sorocaba) e Santa Catarina (Florianópolis).
TRANSPORTES – Nos 64 deslocamentos aéreos realizados em 2012 foram transportados 50 fígados, 48 rins, 41 corações – sendo 20 para transplante e 21 para valvas –, 11 pâncreas e cinco córneas. O transporte de enfermos obteve crescimento de 243% em relação a 2011, quando foram removidos 23 pacientes. De 2008 a 2010, foram transportados 8 pacientes.
A diretora da Central de Transplantes, Arlene Badoch, afirmou que o trabalho em realizado com a Casa Militar permitiu o aumento no número de transplantes realizados no Paraná, em 130% em relação a 2010 e 40 % a 2011. Ela apontou que as estatísticas mostram que cerca de 50% das pessoas que estão na fila de espera de um órgão para transplante não realizam o procedimento.
Major Celso ressaltou que a utilização do transporte aéreo de órgãos é fundamental, principalmente no de coração, que entre a retirada do órgão do doador e o transplante propriamente dito, não pode ultrapassar quatro horas. “A agilidade e a segurança no transporte são requisitos fundamentais para o sucesso de todo o processo, desde a captação ou retirada do órgão do doador até o transplante no paciente”, disse.
Alessandro Peterson Morelli, que recebeu um transplante de coração no dia 20 de novembro de 2012, foi um dos pacientes transportados pelos aviões da STA. Ele estava internado em estado grave na UTI de um hospital de Ponta Grossa e assim que houve a doação de um coração foi transferido para Santa Casa de Curitiba.
O órgão doado em Londrina foi transportado pela aeronave do governo para Curitiba. “Foi um alívio, pois o tratamento a que era submetido só garantia quatro dias de vida e só viveria mais se fizesse o transplante”, disse o paciente, que ainda está em processo de recuperação e divulga nas redes sociais a importância da doação de órgãos.
O transporte de órgãos conta também com as parcerias do Shopping Estação de Curitiba que disponibiliza gratuitamente o heliponto para o desembarque dos órgãos captados, da Polícia Militar do Paraná, na escolta dos veículos que fazem o transporte terrestre de órgãos, e também do helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Como funciona a logística da doação de órgãos:
1 – Ao ser diagnosticada a morte encefálica do paciente no hospital e a família ter autorizado a doação, a Central de Transplantes é notificada sobre a existência de um possível doador.
2 – É realizado um protocolo de exames para verificar a possibilidade de utilização do órgão;
3 – A central emite, por meio de um sistema informatizado, a listagem de potenciais receptores (fila de espera) e mobiliza uma equipe médica especializada para a retirada dos órgãos.
4 – Se a retirada ocorrer em cidade diferente de onde está a equipe médica a Central de Transplantes articula a organização do transporte aéreo.
5 – No local da captação, a equipe especializada retira os órgãos e informa a Central de Transplantes que direciona o transporte aéreo ou terrestre para o local onde o transplante será realizado.
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