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Aeronavegantes, cuidado com as linhas de pipa, elas podem ser fatais
10 de julho de 2016
3min de leitura
Eduardo Alexandre Beni
Todos nós associamos pipa às férias, quando a garotada e adultos aproveitam a pausa das aulas para se divertir. Mas não é só na época de férias que acidentes com linha de pipa acontecem, mas certamente a probabilidade aumenta muito. Então, atenção redobrada para ciclistas, motociclistas e aeronavegantes.
Muitas vezes, para ciclistas e motociclistas, a linha da pipa não é vista a uma distância suficiente para frenagem e podem ser atingidos pela linha. Para os pilotos e tripulantes que voam em helicópteros nas operações de segurança pública e de resgate aeromédico, essa visualização é muito mais difícil.
Para os ciclistas e motociclistas a solução é usar antenas próprias para segurar a linha de pipa. Trata-se de uma antena comum, como as de rádio que se usavam antigamente nos carros, porém, com um pequeno “gancho” na ponta, justamente para segurar a linha de pipa. Mas e no helicóptero?
Hoje os helicópteros utilizam o corta-fio, mas ele não é eficiente para as linhas de pipa.
Quando o helicóptero estiver voando baixo e a equipe não perceber pipas na área, suas linhas serão atingidas pelo rotor principal e pelo rotor de cauda e se enrolarão no mastro e poderão fazer cortes nos links de comando. Em alguns casos eles terão que ser substituídos. E para cortar não precisa ter cerol, a fricção da linha nas superfícies da aeronaves são suficientes pra cortar ou riscar.
Bom, e se o tripulante estiver em uma operação de mcguire ou rapel, ou se estiver em uma operação utilizando o cesto ou o puça conectados no gancho do helicóptero? A missão deve ser cancelada imediatamente. A linha de pipa, mesmo sem cerol, corta em poucos segundos as cordas utilizadas no rapel e mcguire, bem como as cordas de fixação do cesto e do puça.
Nas férias é muito comum um helicóptero da segurança pública pousar com linhas enroladas nos rotores. Dica: Não desembarque e não permita a aproximação de qualquer pessoa enquanto os rotores não pararem. As pontas das linhas podem atingir alguém e ela vai cortar.
Na segurança pública também já aconteceram acidentes fatais por causa de linha de pipa. Elas cortaram as cordas enquanto tripulantes operacionais realizavam o mcguire. Essa técnica é utilizada para extração de vítimas de lugares inacessíveis, onde a vítima e o tripulante operacional ficam penduradas por cordas presas no helicóptero.
Um acidente aconteceu em 1997 com um helicóptero Bell 412 da Policia Federal. A equipe realizava um treinamento para demonstração, utilizando-se da técnica do mcguire. Nesse acidente 3 tripulantes operacionais faleceram: Leia o Relatório Final do CENIPA.
Outro acidente aconteceu em 1998 com um helicóptero AS350BA – Esquilo da Polícia Militar de São Paulo. A equipe realizava uma demonstração, utilizando-se da técnica do mcguire. Nesse acidente 2 tripulantes operacionais faleceram: Leia o Relatório Final do CENIPA.
A Base de Radiopatrulha Aérea da Praia Grande, subunidade da Polícia Militar de São Paulo, realizou um teste com uma linha de pipa – sem cerol – friccionando a corda de salvamento. Em apenas 3 segundos ela foi cortada. No litoral não tem época para soltar pipas. Adultos e crianças brincam o ano todo e os helicópteros dividem a orla das praias com as pipas. Por isso a atenção deve ser quase que exclusiva.
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