A cantada…
14 de novembro de 2010
2min de leitura
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NÁDIA TEBICHERANE
Em tempos em que dar o fora no namorado pode significar o seu desaparecimento, a tenente da polícia estava super atenta. Aquele barzinho ficava próximo de casa e ela decidiu beber algo antes de dormir.
Um certo rapaz que se achava o máximo, muito impressionado com a beleza dela, decidiu abordá-la com a certeza de que iria se dar bem:
– Oi, posso sentar com você? – perguntou ele convencido.
Depois de um olhar minucioso, ela respondeu:
– Pode, desde que você não acenda esse cigarro que está tirando do maço.
– O cigarro pode esperar… – Ele disse repondo o cigarro no maço.
– Obrigada. – disse ela.
– O que você está bebendo?
– Vodca com frutas.
– Por favor, traga o mesmo pra mim. – Ele disse ao garçom que anotava.
Ajeitou o cabelo com todo cuidado, olhou para ela e disse:
– Sabia que você é uma mistura perigosa?
– Já estou me sentindo uma bomba de fabricação caseira…
Ele olhou surpreso e continuou:
– Bonita, inteligente, bem-humorada…
– Obrigada.
De repente, ele resolveu ser mais rápido e direto:
– Queria te levar daqui, te prender na minha casa e perder a noção do tempo com você…
– Seqüestro seguido de cárcere privado. Uma pena considerável.
– O quê? – Ele perguntou sem graça
– Que tal uma coisa mais simples e possível?
Ela faz a pergunta e nesse momento sua bolsa cai, se abre e um par de algemas escorrega para fora. Ele olha curioso enquanto ela recolhe tudo contrariada e ansiosa. Um sorrisinho malicioso aparece no rosto dele que pergunta:
– Você gosta desse tipo de …coisa?…
– Você nem imagina…eu vivo pra isso…
Animado com o rumo da conversa, o rapaz chega mais perto e no ouvido dela diz:
– Vamos a um lugar onde você possa usar isso comigo?
Sorrindo e levantando-se ela responde rápido:
– Demorou. O que nós estamos esperando?
Ele deu um pulo da cadeira e pensou “essa tá no papo”
Saíram do barzinho e para sorte da moça passava em frente ao estabelecimento uma viatura de patrulha. Para espanto total do rapaz, ela fez sinal para a viatura que parou. O sargento desce do carro, se aproxima de modo interrogativo. Ela se identifica e diz ao colega:
– Sargento, temos aqui um tarado muito interessado no uso das algemas.
O sargento pergunta sorrindo:
– O que podemos fazer para esfriar os ânimos?
– Acho que uma volta no quarteirão é o suficiente…
Nosso Don Juan assustado e mudo entra na viatura e tem uma nova visão do quarteirão…
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