Frações de segundo podem fazer a diferença quando se trata de salvar vidas. É assim com o transporte de órgãos para transplantes feito pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, desde 2001, em sua frota de helicópteros e aviões. Quanto menos tempo de transporte mais as chances de sucesso nos procedimentos cirúrgicos.

Até a última sexta-feira (23), a PM já havia realizado 453 operações do gênero, número que vem crescendo progressivamente. Só em 2015 foram 48 e em 2016 já ocorreram 52 ações de transporte, somente nos primeiros seis meses do ano.

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Em muitas oportunidades, são transportados os próprios receptores. É o que aconteceu com “M”, um garoto de oito anos da região de Marília, que precisava chegar na ocasião no ínicio da tarde em um hospital de São Paulo para fazer um transplante.

O menino estava sendo transportado pelos pais no automóvel da família. Saíram cedo de casa mas como a estrada estava congestionada temiam não chegar a tempo no hospital. Então, a Polícia Militar foi acionada pelo serviço de emergência do 190 e instantes depois a logística já estava preparada.

Combinaram o horário em que iam esperar o carro em determinado trecho da rodovia e pousaram o helicóptero no acostamento. Cinco minutos depois, a aeronave já estava a caminho para salvar mais uma vida.

Normalmente, o serviço é acionado pela Central de Transplantes do Estado. Para isso, a PM tem à sua disposição três aviões e 27 helicópteros, sendo dois biturbinas, dois para instrução e 23 helicópteros Esquilos (Águia). As aeronaves se revezam nas mais variadas operações, incluindo o salvador transporte de órgãos e receptores de transplantes. Em todas as situações o que está em jogo são vidas humanas.

Uma questão de tempo

A logística é montada levando em consideração a isquemia ou o tempo de sobrevida do órgão fora do corpo humano. No caso de órgãos como o coração e o pulmão esse tempo é de até quatro horas, desde o tempo de extração até a operação cirúrgica.

A utilização dos helicópteros e também de aviões da frota da Polícia Militar é vital para ampliar as chances de sucesso do transplante de acordo com as condições do receptor e a distância em que ele se encontra do hospital, onde será feita a cirurgia. Quanto menor o tempo de trajeto maior a probabilidade de sucesso da operação.

São Paulo concentra o maior número de hospitais em condições de realizar os transplantes e os órgãos doados podem ser transportados dos locais mais distantes da capital. Cerca de 40,5% dos procedimentos ocorrem no Estado. Somente de janeiro a julho deste ano, foram feitos 4.317 transplantes de órgãos no território paulista.

Em comparação aos demais estados do país, em São Paulo, aconteceram no período 51% dos transplantes de pulmão, 40,7% dos de pâncreas/rins, 37,3% dos de rim, 37,2% dos de coração, e 36,1% dos de fígado, além de 37,1% dos de córnea (considerada tecido).

Fonte: Governo de São Paulo.