Santarém, como cidade polo no oeste do Pará, recebe cumulativamente pacientes das cidades vizinhas. Seja qual for a necessidade ou ocorrência, o município abriga nossos circunvizinhos, dando-lhes saúde desde a atenção primária até a terciária.

Inúmeros e diversos casos são registrados por dia no Niop e Samu que demandam transportes de pacientes das regiões mais longínquas da região. Esses casos vêm sendo, na medida do possível, sanados com a logística precária que Santarém dispõe. São usados ambulâncias para via terrestre e “ambulanchas”, para fluvial.

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No que tange ao paciente que mora no interior e que a saúde pública não lhe é habitual, o doente só se tem contato quando o caso já é grave e demanda celeridade no transporte até a cidade.

Independente da logística usada para remoção desse paciente, a demora no atendimento e no transporte até o destino final (PSM) vem resultando em óbitos.

Sob uma ótica diferente e atual, Santarém vive status de metrópole e precisa estar de acordo com as necessidades que lhe são elencadas. O transporte de pacientes do interior para a cidade dever-se-á de maneira mais célere e efetiva. Eficiência esta que está ligada a padronização dos procedimentos relativos a transporte médico no âmbito aéreo.

A adequação dos hospitais e órgãos da saúde pública se faz necessária para que a aeronave passe a fazer parte do sistema de urgência e emergência do serviço médico.

O obstáculo até o momento para que isso se efetive está na impossibilidade dos locais em receber aeronaves por falta de estrutura. Os voos, por enquanto, ocorrem da comunidade até o aeroporto de Santarém, sendo que este poderia ser feito da comunidade até o hospital, diminuindo assim o tempo no transporte de vítimas quando acidentadas ou até mesmo transplante de órgãos.

Cabe a gestão municipal buscar um elo com o poder estadual, usando a aeronave que o Estado possui e atualmente se encontra em Belém, para que fixe se em Santarém a fim de solucionar essa grande demanda.

A permanência desta ferramenta na região requer logística nos hospitais e instituições como helipontos (área homologada e demarcada para pouso de helicópteros), para o caso do Hospital Regional do Baixo Amazonas, HRBA, e o auxílio e treinamento de pessoal da SMT, fechando vias onde a aeronave possa pousar (Tv. Silvino Pinto esquina com Av. Marechal Rondon), delimitando espaço para pousos e decolagens, impedindo assim a presença de pessoas e veículos.

Essas mudanças vão interferir diretamente na ampliação do atendimento.

O intuito é despertar os profissionais para mais este campo de atuação, mais do que isso, para que eles possam orientar pacientes e familiares dessa possibilidade que eles podem usufruir, potencializando um número maior de pacientes de outras regiões, pois uma grande parte das ocorrências são vítimas de traumas, e demandam socorro especializado e com o destino para as unidades de terapia intensiva.

Texto: Joan de Jesus Azevedo, piloto, policial e diretor administrativo do Aeroclube de Santarém.

Fonte: Blog do Jeso