Em cinco anos, Serviço aeromédico do Governo do Paraná faz 4.478 atendimentos
15 de junho de 2016 9min de leitura
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Paraná – O serviço aeromédico do Governo do Paraná fez, desde 2011, 4.478 atendimentos de pessoas em situação de urgência e emergência, de transporte de órgãos para transplantes e de vítimas de acidentes. A maioria dos atendimentos salvou vidas, pela rapidez do transporte das pessoas até um centro de atendimento adequado e pela eficiência da equipe.
“A oferta deste serviço à população envolve a integração de diferentes áreas do governo e o seu resultado é um grande sucesso “, disse o governador Beto Richa. “Não é demais lembrar que, quando incluí o transporte aeromédico em meu plano de governo, em 2010, a proposta foi motivo de zombaria de meus adversários. Diziam que era inviável, mas o resultado está aí: milhares de vidas já foram salvas”, ele acrescentou.
A dona de casa Ruth Pereira conheceu o benefício do serviço aeromédico um dia depois de a filha, Tatiana, de 18 anos, ter dado à luz a um menino, Rian, no Hospital Municipal de Palotina, no Oeste do Estado. O parto teve complicações e o bebê precisou ser transferido às pressas para a UTI do Hospital São Lucas, em Cascavel, a 102 quilômetros de distância. O atendimento foi feito pelo médico intervencionista André Luiz Krokoscz de Souza, o enfermeiro Dyeison de Souza e o piloto da aeronave Marcelo Lunelli. A rapidez no transporte e a atenção da equipe salvaram o menino.
“Eles foram verdadeiros anjos que salvaram a vida do meu neto”, afirma Ruth. “Não fosse a equipe pegar o Rian e levar até Cascavel ele não iria sobreviver”, diz ela. Rian saiu da UTI dois dias depois e está fora de perigo. O diagnóstico foi Sepse Neonatal – uma condição grave caracterizada por estado inflamatório de todo o organismo e presença de infecção, o que exige cuidados intensivos em UTI e toda atenção no transporte do paciente.
Além da situação delicada do menino, o tempo estava fechado e a equipe teve que agir com rapidez para levar o bebê com segurança. “De ambulância, a viagem demoraria cerca de 2 horas. Com o helicóptero, em 25 minutos o paciente já estava sendo atendido pela equipe do hospital. Isso faz toda a diferença para salvar uma vida”, afirmou André Luiz Krokoscz, que atua no Consórcio Intermunicipal Samu Oeste (Consamu), responsável pela operação do serviço aeromédico na região.
Andre Krokoscz também é pai e se emocionou com o caso. “A gente se coloca no lugar e sabe da aflição de ter um filho doente. Vamos sempre pensando em fazer o bem, em transportar como se fosse um ente querido nosso”, disse ele.
VIDAS SALVAS – Assim que assumiu o mandato, o governador Beto Richa determinou que todas as aeronaves do governo estadual passassem a dar prioridade absoluta para o atendimento a pessoas em situação de urgência e emergência, a transporte de órgãos para transplantes e ao resgate de vítimas de acidentes naturais, automobilísticos e domésticos.
Até então, a frota do Governo do Estado tinha uso bastante restrito para operações aeromédicas, tanto que de 2007 a 2010 foram feito 1.400 atendimentos. Atualmente, o Governo do Paraná disponibiliza três helicópteros – baseados em Londrina, Curitiba e Cascavel – e um avião UTI, exclusivo da Secretaria de Estado da Saúde, que fica na capital à disposição de todas as regiões do Estado. Além disso, outras três aeronaves, da Casa Militar, são utilizados sempre que necessário.
PRIMEIRO MUNDO – O diretor de Políticas de Urgência e Emergência da Secretaria da Saúde, Vinicius Filipaki, afirma que a decisão de disponibilizar os recursos públicos para o atendimento das principais necessidades da população é uma marca importante desse governo. “O Paraná vive uma realidade de atendimento aeromédico que o aproxima dos países de primeiro mundo”, afirma Filipaki, que é médico na área de emergência há 30 anos.
“Não vivemos mais em uma pré-história de assistência de urgência, em que situações como essas eram manejadas eventualmente. Hoje é regra e rotina no Paraná que este tipo de atendimento seja tratado com responsabilidade e eficiência. No Brasil, poucos estados possuem hoje uma frota aeromédica como essa e obtêm resultados de atendimento como os que conseguimos no Paraná, com essa decisão do governador”, ressalta Filipak.
Três bases de atendimento cobrem todo o Estado
Os helicópteros atuam no resgate de pessoas e transporte de pacientes em todo território paranaense. Nas bases de Londrina, Curitiba e Cascavel a equipe conta 25 médicos e 15 enfermeiros altamente qualificados. O atendimento do avião é 24 horas. Os helicópteros, devido às condições de voo e tráfego, operam durante o dia.
O helicóptero com base na capital é da Polícia Rodoviária Federal e atua com o Samu Curitiba. O Governo do Estado banca os custos de manutenção da aeronave, da equipe e dos equipamentos. A base de Curitiba e Londrina são gerenciadas pelo Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA). Já o terceiro helicóptero, com base em Cascavel, é gerenciado pelo Consamu.
O avião UTI da Secretaria da Saúde atende transferência de pacientes críticos entre os hospitais. Os três aviões da Casa Militar são cedidos para atividades junto à Central Estadual de Transplantes. Durante a Operação Verão é colocado à disposição da população mais um helicóptero, que auxilia nos atendimentos de emergência e salvamentos no Litoral.
“A cobertura das três bases de helicópteros permite atendimento em todas as cidades do Paraná, o que demonstra a agilidade do transporte. Com essa organização e com os investimentos feitos pelo Governo do Estado, é possível que qualquer paciente hoje tenha uma chance muito maior de ser atendido e ter sua vida salva. Uma vida não tem preço”, afirma Vinicius Filipaki, diretor de Políticas de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde.
Serviço agiliza transplantes e salva vidas
O serviço de transporte aéreo também foi essencial para o avanço no número de transplantes de órgãos no Paraná. Em 2015, foi a maior quantidade de ações dos últimos 20 anos. Foram 541 órgãos transplantados no Estado – o maior volume desde a criação da Central Estadual de Transplantes, em 1995.
O aumento chega a quase 80%, se comparado ao mesmo período de 2011, quando foram feitos 303 transplantes de coração, fígado, pâncreas e rim. De janeiro de 2011 a abril de 2016, o número de transplantes de órgãos no Estado chegou a 2.319.
Para um transplante cardíaco, por exemplo, se o doador não morar na mesma cidade que o receptor, não é possível realizar o procedimento sem o auxílio de uma aeronave, já que todo o processo – desde a captação do órgão até o implante – deve ser feito no máximo em até quatro horas. A médica e coordenadora do Sistema de Transplantes do Paraná, Arlene Badoch, explica que o trabalho é feito em parceria com a Casa Militar.
Ela destaca que a logística aérea deu um salto a partir de 2011, o que facilitou o avanço nos transplantes. “Hoje, o acesso é extremamente facilitado e os profissionais da Casa Militar são autorizados a fazer a liberação das aeronaves de forma rápida, o que garantiu esse grande salto que tivemos nos últimos anos”, afirma a médica.
DESTAQUE NO BRASIL – O Paraná está entre os estados que mais avançaram no processo de transplante de órgãos. A própria Central Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, sofre por causa da dificuldade no transporte aéreo. Uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, no último dia 5 de junho, mostrou que entre 2013 e 2015, a Força Aérea Brasileira, que faz o transporte de órgãos interestaduais, deixou de fornecer aviões para o transporte de 153 órgãos.
Arlene Badoch explica que os estados do Sul do Brasil são os que mais merecem destaque quando ao assunto é o transplante de órgãos. O Paraná está em uma boa posição porque conta com uma excelente logística aérea, além de equipes capacitadas, pessoal da Central de Transplantes atualizada, equipamentos e recursos destinados para o processo.
Em dois anos e meio, base de Cascavel faz 710 atendimentos
Em dois anos e quatro meses de operação do helicóptero do Governo do Estado na base de Cascavel, foram feitos mais de 710 atendimentos, entre resgates de vítimas de acidentes e transporte de órgãos. O diretor técnico do Samu Regional, Rodrigo Nicácio, explica que, como a aeronave está posicionada em Cascavel, é possível atender, também, pacientes do Sudoeste, da região de Umuarama (Noroeste) e dos Campos Gerais.
“A aeronave é nova, moderna e rápida e disponibiliza para as equipes do Samu equipamento de bordo, desfribilador e respiradores em qualidade superior ao usado, por exemplo, na Fórmula 1, atendendo requisitos internacionais de segurança”, afirma Nicácio. “É fundamental que o Estado seja parceiro nos serviços de urgência e de transplantes de órgãos, porque há ganho de qualidade de vida, redução de mortalidade e até a redução de outros custos. É fundamental que o paciente acidentado em uma cidade pequena seja levado para um grande centro rapidamente, já que aumenta a chance de sobrevivência”, diz ele.
Batalhão de operações aéreas já realizou mais 3,8 mil ações desde 2011
O Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) dispõe de seis aeronaves (quatro helicópteros e dois aviões) e atua no apoio de ações e operações policiais, como plataforma de observação policial, como suporte aéreo para prover segurança às equipes policiais em terra. Também atuam em resgates e remoções aeromédicas, transporte de órgãos para transplante e apoio às ações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, como em casos de enchente.
De 2011 para cá, o BPMOA salvou a vida de 972 pessoas, vítimas de desastres naturais, de acidentes automobilísticos e domésticos. O Batalhão Aéreo realizou neste período 3.843 missões, das quais 2.124 missões policiais (perseguições, operações programadas, ações de policiamento ostensivo e fiscalização ambiental).
O efetivo é composto por militares estaduais. Atualmente, o BPMOA possui duas companhias efetivas, uma em Curitiba (aeroporto do Bacacheri) e outra em Londrina (aeroporto Governador José Richa).
O Batalhão atua especificamente no Paraná, porém, em casos excepcionais, atende situações de convocação nacional, como foram os casos do deslizamento de terra no Rio de Janeiro em 2011 e as enchentes em Santa Catarina em 2012.
Fotos:
Agência de Notícias do Paraná.
Fotos: ANPr.
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