Alagoas – O Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II) informou, nesta sexta-feira (26), que descarta falha mecânica na queda de um helicóptero da Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), no dia 23 de setembro de 2015, que deixou quatro militares mortos, no bairro da Santa Lúcia, em Maceió.

De acordo com o perito da Seripa II, coronel José Roberto Mendes da Silva, a perícia de dois destroços foram realizadas pelo órgão, além de representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e da empresa fabricante da aeronave.

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“Fomos em novembro para Maceió e analisamos duas partes do helicóptero, porque o restante queimou bastante. No que analisamos, durante os dois dias, não identificamos nenhuma falha mecânica ou algo que viesse comprometer o voo”, afirma o coronel.

A assessoria de comunicação da SSP-AL informou que não vai se pronunciar sobre o assunto pois não foi notificada oficialmente.

Silva relata ainda que a hipótese trabalhada é que houve uma falha humana durante o voo.

“Não podemos afirmar com certeza, pois não há caixa-preta neste modelo do helicóptero que monitorasse a conversa dos participantes, e nem os dados do voo. Mas é certo que não houve nenhuma falha mecânica”, relata o militar.

Segundo o coronel e perito, o relatório da FAB já está com a Seripa II, que aguarda apenas o posicionamento da empresa fabricante do helicóptero, com sede nos Estados Unidos da América.

“Apesar de não ter o relatório em mãos, eu sei que ele não vai apontar nenhuma falha mecânica durante o acidente. Estou apenas aguardando para reproduzir exatamente as palavras do engenheiro nos documentos”, explica Silva.

POLÍCIA CIVIL E ANAC

O delegado Manoel Acácio, que foi designado para investigar o caso, informou à reportagem do G1 que não foi notificado oficialmente sobre o assunto e que quando o relatório oficial for entregue, um relatório será confeccionado para acrescentar informações ao inquérito.

No dia 1 de dezembro de 2015, as investigações da polícia já descartavam a falha mecânica durante o acidente.

O prazo para a conclusão do inquérito terminou no dia 23 de novembro. O delegado disse que aguarda um relatório do Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II) para que ele seja concluído e encaminhado à Justiça.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou, no dia 23 de setembro, um documento que afirmava que a aeronave de modelo 206L-3 e prefixo PP-ELA estava apta para voar até o ano de 2020.

MORTOS

Os militares que morreram na tragédia foram o major do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) Milton Carnaúba Gomes Paiva, o Capitão da Polícia Militar (PM) Mário Henrique de Assunção e os soldados da PM Marcos de Moura Pereira e Diogo de Melo Gonzaga.

Em nota, tanto a PM quanto o CBM exaltaram o serviço prestado pelos militares até o dia da morte.

A viúva do capitão Assunção foi ao local do acidente. Bastante abalada, ela disse que “ele morreu fazendo o que mais gostava”. Segundo Simone Assunção, o capitão tinha 23 anos de polícia e “muito orgulho farda”.

Em nota oficial, o governo do Estado também lamentou a tragédia e adotou o mesmo procedimento.

“Tinham dois pilotos experientes [a bordo], dois tripulantes, todos militares. Estamos muito surpresos com o que aconteceu, mas vamos aguardar as investigações para determinar o que verdadeiramente aconteceu”, afirmou o governador Renan Filho (PMDB) ao ressaltar que o Estado vai prestar total apoio às famílias das vítimas.

Fonte: G1.