A Fragmentação da Missão das OASP
01 de fevereiro de 2016 3min de leitura
Cap PM Marcus Vinicius BARACHO de Sousa
Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP
O trabalho de Gestores e Colaboradores das OASP pelo Brasil integra uma realidade de dinamismo, mudanças rápidas e impactantes, somado a elevada complexidade.
Hoje o Brasil conta com mais de 45 OASP atuando em diversos Estados e Cidades, cuja principal missão é potencializar atividades de Segurança Pública (no sentido amplo do termo), preservando vidas, meio ambiente e o patrimônio. Resguardadas as diferenças e características de cada Organização, em geral, é essa a razão de sua existência.
Dada à importância da Missão das OASP que inegavelmente salvam vidas, diariamente, notam-se grandes dificuldades no desenvolvimento de seus processos produtivos e de apoio, seja na gestão de pessoas, logística e operacionalidade.
Tais obstáculos que invariavelmente ocorrem, estariam relacionados aos elevados custos, comuns à atividade aérea?
A relação custo x benefício de se ter uma aeronave justificaria os entraves que enfrentam as OASP?
Buscando uma reflexão sobre o tema, avulto o fenômeno da FRAGMENTAÇÃO DA MISSÃO, o qual pode contribuir para a estagnação ou até involução de tais Organizações, sendo causadora de grande parcela das dificuldades e obstáculos que se apresentam rotineiramente.
Os efeitos desse processo de fragmentação podem ocorrer de forma diminuta, lenta, mas progressiva até o ponto de comprometer a qualidade de serviços prestados à sociedade.
A fragmentação da missão é resultado de ações desordenadas, sem conteúdo e carente de lógica, considerando o planejamento, estratégias, projetos e objetivos. Trata-se de total falta de profundidade nas análises dos ambientes interno e externo que integram as OASP, com o comprometimento de sua existência.
Dessa forma, a fragmentação impõe o distanciamento de uma OASP em relação a sua verdadeira missão organizacional, entorpecendo suas atividades e os resultados. Na mesma medida, os planejamentos também se afastam dos objetivos institucionais, gerando desorientação e letargia.
Verifica-se com a fragmentação da missão um acúmulo de obrigações, acima da capacidade que a OASP tem de atender, dificultando o seu aprimoramento e a melhoria do serviço operacional. Tal amontoamento de tarefas, algumas dispersas em relação à missão, levará a compressão de tempo no processo de decisão e consequente deficiência na avaliação de prioridades e emprego de recursos.
Ao longo do tempo, a exposição aos efeitos de fatores fragmentadores, causa ineficiência nos processos produtivos, e o aumento da ocorrência de não conformidades operacionais e administrativas, provocando insegurança e desmotivação na força de trabalho.
A confiança dos usuários dos serviços das OASP é outra vítima da fragmentação. São partes interessadas que têm suas demandas operacionais mal compreendidas, e não atendidas em conformidade com suas necessidades e expectativas, decorrente de avaliação infectada.
Destacados alguns aspectos da fragmentação da missão de uma OASP, percebe-se a dispersão de energia e enfraquecimento das ações que podem direcionar aos objetivos principais.
Qualquer circunstância que se apresente de forma recorrente, e que não agregue valor ou deforme a missão organizacional, pode ser considerada fator fragmentador e carece de acompanhamento e análise institucional, para que se definam medidas neutralizadoras.
Breve apresentaremos ações preventivas e saneadoras do fenômeno, sugerindo caminhos para que os Gestores e Colaboradores possam eliminar ou mitigar os efeitos da Fragmentação da Missão das OASP.
Bons voos, com boa gestão!
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