Atenção para os Fenômenos Meteorológicos comuns do verão
25 de novembro de 2015 3min de leitura
25 de novembro de 2015 3min de leitura
EUA – O verão está aí e com ele chegam muitos fenômenos meteorológicos que podem oferecer potenciais riscos ao voo. As típicas tempestades de verão podem vir associadas à muitos fenômenos meteorológicos sendo alguns deles o microbursts e windshears, responsáveis por muitos acidentes aeronáuticos ao redor do mundo e aqui no Brasil.
Da investigação de acidentes devidos a windshear, e de pesquisas meteorológicas, foram identificadas correntes descendentes possantes e concentradas, conhecidas como microbursts.
O que é um Microburst?
É uma coluna concentrada de ar descendente, dentro de um temporal, com cerca de 1 a 2 milhas de diâmetro.
Existem dois tipos principais de microbursts: 1) microburst molhado e 2) microburst seco. Os Microbursts molhados são acompanhados de chuva significativa e são comuns nas regiões Sudeste, durante os meses de verão.
Os microbursts podem surgir em qualquer das condições meteorológicas convectivas, tempestades, chuvas ou virgas (precipitação que se evapora antes de tocar o solo) e estão presentes em cerca de 5 % das tempestades.
O que causa um Microburst?
Tudo começa com o desenvolvimento de uma tempestade, com as gotículas de água / granizo em suspensão pela corrente ascendente. Às vezes, a corrente ascendente é tão forte que suspende grandes quantidades de água e granizo nas porções superiores da tempestade. Há muitos fatores que podem levar ao enfraquecimento desta corrente ascendente. E quando isto ocorre, ela não é mais capaz de manter o grande núcleo de água e gelo na tempestade. Como resultado, o núcleo cai para o chão e quando atinge o solo, se espalha em todas as direções.
Neste vídeo em HD, podemos ver claramente a severidade com que a massa de ar é arremessada contra o solo e os riscos que ela pode oferecer para uma aeronave em voo.
Pode ocorrer mais do que um micorburst na mesma formação. Os pilotos devem estar atentos para a ocorrência de outros microbursts, mesmo que um deles já tenha sido encontrado ou reportado. Se vários microbursts estão presentes, uma série de vórtices podem formar-se perto do solo. Condições associadas com estes vórtices podem produzir poderosas ascendentes e espirais em adição às descendentes.
As velocidades do vento aumentam durante aproximadamente cinco minutos depois que um microburst atinge o solo. O encontro de um microburst no estágio inicial de sua formação pode não ser significativo para o piloto, entretanto, a mesma situação, alguns minutos mais tarde, pode produzir variações de velocidade duas ou três vezes maiores.
Normalmente a dissipação de um microburst ocorre de dez a vinte minutos após o contato inicial da descendente com o solo.
“‘E FUNDAMENTAL AO PILOTO RECONHECER QUE É IMPOSSÍVEL ESCAPAR DE MICROBURSTS DE INTENSIDADE MÉDIA A ALTA, INDEPENDENTE DA TÉCNICA UTILIZADA.”
Medições efetuadas indicam que as variações da velocidade do vento, que podem ser encontradas quando voando através de um microburst em seu estágio de maior intensidade, são da ordem de 45 kt. Entretanto, diferenças de velocidade do vento de quase 100 kt foram detectadas em acidentes nos aeroportos de Dallas e Denver (EUA).
Deve-se notar que até mesmo windshears que estavam dentro da capacidade de desempenho das aeronaves tem causado acidentes.
Microbursts podem ser associados tanto a chuva pesada, quanto a precipitações leves que estejam associadas a nuvens convectivas. Além disso, microbursts tem ocorrido em condições de relativa baixa umidade como chuva leve ou virga.
A formação de um microburst seco ocorre porque o ar abaixo da base de uma nuvem é muito seco e a precipitação gerada evapora-se.
Esta evaporação produz resfriamento do ar que, por diferença de densidades, desce. Com a continuação do processo de evaporação a descendente se acelera gerando um microburst. Portanto, os pilotos são alertados para não voarem debaixo de nuvens convectivas, onde haja condições de virga.
“A PRIMEIRA E MAIS IMPORTANTE LIÇÃO APRENDIDA, É QUE A MELHOR DEFESA CONTRA UM WINDSHEAR É EVITÁ-LO”
Na maior parte dos acidentes analisados, várias evidências estavam presentes, tais como boletins meteorológicos e sinais visuais que poderiam ter alertado os pilotos do perigo de ocorrência de windshear. Em todos os casos entretanto, essas evidências, ou não foram reconhecidas ou não tomou-se nenhuma ação. Os tripulantes devem procurar estar atentos aos sinais que possam alertá-los para a provável existência de windshear e, a seguir, evitá-los.
Fonte: Air Training
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