Dimensionamento da Força de Trabalho nas OASP
18 de outubro de 2015 3min de leitura
Cap PM Marcus Vinicius BARACHO de Sousa
Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP
Não vejo patrimônio maior das Organizações de Aviação de Segurança Pública (OASP), do que a sua força de trabalho, as pessoas, os colaboradores. Percebe-se que o crescimento de uma empresa, está ligado a capacidade que tem de promover a realização das pessoas que lá trabalham.
O funcionário descontente não é eficiente e ao longo do tempo, essa sensação negativa vai espalhando para os demais, até comprometer o produto ou serviço oferecido, consequentemente a imagem da Organização.
Quando se considera as OASP, há que se destacar que se trata de uma Organização Pública, por isso, espera-se que os princípios da administração pública estejam presentes sempre, para fins de se prestar o melhor serviço à população.
Vive-se uma época onde os recursos públicos estão cada vez mais limitados, fazendo com que o setor faça mais, com menos. Essa proposta vem impactar, também, as OASP e consequentemente, a sua força de trabalho.
Detentora de processos operacionais, processos administrativos e demais processos de apoio, o grande desafio das Organizações Aéreas de Segurança Pública, quando se considera a gestão de pessoas, é definir quantos colaboradores necessita para manter-se eficiente e atender seus usuários.
A solução passa por uma assepsia interna, identificando e registrando todos os processos produtivos da OASP, extinguindo ações improdutivas. Saber exatamente quais as atividades que desenvolve, vai levar a outra questão; quais são as especialidades que realmente necessita?
Ainda que a OASP não seja gestora da folha de pagamento de sua força de trabalho, deve considerar os custos com pessoas, seja salário, formação ou demais benefícios recorrentes da função que exercem. Ciente de quanto está custando cada colaborador, percebe-se que tais custos, representam grande peso no total de gastos, para que se mantenha operacional. Faz-se necessário realizar gestão, de modo que a distribuição das tarefas seja adequada e eficiente. Busca-se evitar a carência de colaboradores, com sobrecarga de trabalho, ou o excesso de pessoas, tumultuando as rotinas.
Especialidades comuns nas OASP são os pilotos, tripulantes operacionais e mecânicos, porém, não esqueça aqueles que não voam, mas fazem voar, e que desenvolvem processos administrativos, garantem a logística e possibilitam a decolagem de nossas aeronaves, realizando a compra de combustíveis, definindo contratos de manutenção aeronáutica, seguro, e suprimentos em geral.
Outra proposta é envolver o setor operacional com os setores de apoio e administrativo. Em geral, não se voa todo o turno de serviço, portanto, o aproveitamento do tempo que se fica em solo pode contribuir com a melhoria das atividades internas, reservando-se horários para treinamento, instrução e cooperação com as áreas administrativas.
Essa metodologia aproxima a força de trabalho, fazendo com que cada um entenda o que o outro faz e a importância de cada tarefa para todo o contexto da Organização, assim promove-se a valorização de todos os setores, desenvolvendo a sinergia e integração entre eles.
Vê-se como boa prática, incentivar que os colaboradores dos setores administrativos e de apoio, também, se envolvam com o setor operacional, através de cursos, estágios e outras formas que permitam o seu emprego em situações emergenciais. Passa-se, então, a ter um funcionário que “chuta com as duas pernas”, valorizado e envolvido com as estratégias organizacionais.
Dimensionar a força de trabalho significa saber exatamente como empregar as pessoas nas OASP, evitando-se a improdutividade e falta de eficiência. Trata-se de ter a quantidade certa de funcionários, desenvolvendo processos produtivos bem definidos, com motivação e valor.
Bons voos, com boa gestão!
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