O Jornal Nacional mostra o desfecho feliz de uma história comovente. Murilo está de malas prontas, depois de passar 44 dias no hospital, ele não vê a hora de ir pra casa. O menino se recupera bem de um transplante de coração. Mas para chegar até esses momentos de felicidades, a família viveu um drama, e um dos piores capítulos foi na hora em que receberam a notícia de que finalmente havia um coração compatível para a realização do transplante. No caminho até o Instituto do Coração, em São Paulo, eles ficaram presos num engarrafamento na Rodovia Castelo Branco, que liga o interior do estado à capital.

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“O meu medo era esse: de perder o coraçãozinho que estava sendo doado. E daí liguei para o 190 e imediatamente eles já entraram em contato com o Incor”, conta Adriana Stefanini Gonçales, mãe de Murilo.

Um esquema de emergência começou a funcionar: o helicóptero da Polícia Militar com enfermeiros à bordo voou para encontrar a família num ponto da rodovia. Assim que o carro chegou ao local combinado, Murilo e a mãe embarcaram no helicóptero.

“Ele corria risco de ter uma morte súbita e chegar de repente no hospital já pálido e precisando de ter uma internação na UTI”, afirma a cardiopediatra Estela Azeka.

Era uma luta contra o tempo. O helicóptero sobrevoou as marginais de São Paulo, e em poucos minutos, pousou em segurança no Instituto do Coração. Apesar das dificuldades, o menino tinha uma doença rara. Tudo deu certo. Uma vitória que contou com a colaboração de muita gente.

Cerca de 45% dos transplantes feitos no Brasil são realizados no estado de São Paulo. Os dados são da central de transplantes da secretaria estadual da saúde, que apontou um crescimento de 15% no número de doadores nos últimos dois anos. Um índice que poderia ser ainda maior.

“O desejo da pessoa em vida é muito importante para influenciar a decisão da família dela”, afirma Bruno Rosa, Coordenador da Comissão de Captação de Órgãos.

“Sempre vou agradecer muito a todo mundo que me ajudou. Agradecer também a essa família que teve essa nobreza, essa bondade, esse ato que é maravilhoso e que salva vidas”, diz a mãe do menino.

Os médicos garantem que Murilo vai ter uma vida normal. Jogar bola é um dos desejos do menino, que já sabe o que vai fazer quando chegar em casa.

“Eu vou contar pros meus amigos que eu passei por cima do estádio do Palmeiras e que eu voei de helicóptero. E um abraço nos meus amigos”, diz Murilo Freitas Gonçales.

Fonte: G1.