Traduzindo livremente as ideias de Darwin, não é o mais forte, nem o mais inteligente que sobrevive, mas o que melhor se adapta às mudanças.

Ao que parece, a Aérospatiale levou em consideração esta ideia, nos anos 70, quando projetou o seu AS350 Ecureuil. Também conhecida como o Squirrel, ou AStar na América do Norte, esta linha de modelo continua evoluindo e crescendo, assim como a sua popularidade.

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Um dos mais novos AStars (acima) está a caminho da Índia e da Heritage Aviation, que receberá outro no início deste mês. As aeronaves H125 da operadora baseada em Nova Deli voarão em voos fretados, missões de utilidade pública e viagens de peregrinação. Foto: Airbus Helicopters/ Eric Raz

Da mesma forma que o nome deste helicóptero tem evoluído, o nome da sua mãe também tem. Através de uma série de fusões, a empresa francesa Aérospatiale tornou-se a renomada Eurocopter. Em julho de 2000, a Eurocopter tornou-se parte da Empresa Europeia de Aeronáutica, Defesa e Espaço (EADS). Após um realinhamento, em 2014, a EADS passou a operar como AirbusGroup, com três divisões de negócios: Airbus, Airbus Defesa e Espaço e Airbus Helicopters.

A reformulação da empresa trouxe ainda uma evolução das designações dos seus modelos. Mas, as operadoras de longa data não tiveram receio. Os modelos “que carregam um legado” não mudarão os seus nomes.

Uma rápida olhada no site da divisão mostrará as designações “H” recentemente adotadas. A ideia tem seu valor, já que as pessoas, agora, podem rapidamente colocar a frota da Airbus em ordem de tamanho/peso, em virtude apenas dos novos números dos modelos. Esta lógica competentemente coloca o modelo AS350 B3e (a única variante AStar a ser renomeada) como H125, diretamente depois do H120 (antigamente EC120), mas antes do H130 (antigamente EC130). Consegue ver como isso funciona?

Independente de como a sua variante em particular é chamada, uma coisa talvez seja verdade, agora mais do que nunca: o AS350 permanece sendo um dos helicópteros monomotores mais populares, eficazes e leves. A sua popularidade é compartilhada por muitos setores, como de turismo, coleta eletrônica de notícias, serviços de emergência médica, busca e resgate, utilidade pública, aviação policial e transporte VIP, só para citar alguns.

Embora o seu design básico, tamanho e forma tenham permanecido os mesmos, a aeronave tem passado por atualizações no motor, no sistema de rotor e aviônicos, o que têm elevado o seu desempenho e garantido o seu lugar como uma plataforma sólida e como carro-chefe para os próximos anos. O crescimento do modelo pode ser atribuído tanto ao fabricante quanto às atualizações pós-venda que continuam desenvolvendo e impulsionando esta aeronave para ser uma das melhores da sua categoria.

Apesar de mais de uma dúzia de variantes ter entrado em serviço no mundo todo em um momento ou outro, o AS350B2 e B3 lideraram entre os mais vendidos nos últimos anos. O B3e/H125  “é a variante AStar mais comumente vendida no mercado americano e tem superado nas vendas o B2 em todos os mercados durante os últimos anos”, disse o gerente de vendas para aviação policial da Airbus Helicopters, Ed Van Winkle.

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A frota do Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles ilustra a flexibilidade das opções que o AS350 oferece. Ele provê um equipamento de detecção de radiação de ampla cobertura via uma Plataforma de Operações Especiais Tyler, que permite o uso eficiente e rápido do equipamento em qualquer AStar na sua frota. O departamento conduz operações de verificação de radiação várias vezes por mês como medida de proteção contra as ameaças radiológicas. Foto: Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles/ Sargento Mick Kelleher

Embora a maior parte do êxito do H125 seja devido ao seu alto e excelente desempenho, Van Winkle disse que, os B2 são equipados normalmente com um pacote de seis instrumentos de medição de vapor, enquanto o H125 vem equipado com um conjunto de aviônicos Garmin G500H, incluindo os aviônicos de navegação/comunicação GTN650 e GNC255A de apoio. O Controle Digital de Motor com Autoridade Total (FADEC) com novo canal duplo é um equipamento padrão assim como o motor Turbomeca Arriel 2D.

O Indicador Multifunção de Célula e Motor (VEMD) com Indicador de Primeiro Limite (FLI) é um equipamento de reserva tanto no B2 como no B3e. Van Winkle definiu o sistema VEMD/FLI como “o melhor equipamento de segurança” no AS350.

A melhor maneira de sentir a versatilidade desta aeronave seria conversando com aqueles que a operam e descobrindo como estão equipando os seus modelos para um melhor desempenho do seu trabalho. Foi o que fizemos.

Se você viajar para lugares que são populares entre os turistas, verá AStars voando pelos céus, oferecendo aos turistas paisagens únicas, seja na Índia ou em Nova Iorque.  As operadoras de viagem gostam da configuração e do desempenho do AStar, como afirma o diretor executivo da Heritage Aviation em Nova Deli, Rohit Mathur.

Por sete anos, a Heritage tem alugado vários tipos de helicópteros monomotores para levar os turistas a locais de peregrinação na Índia, como em Amarnath, Badrinath, Kedarnath e Vaishno Devi. O feedback de clientes e pilotos levou a Heritage a adquirir as suas próprias aeronaves.

“O H125 tem sido uma das aeronaves mais populares, principalmente para visitas a templos em terrenos altos”, disse Mathur. Os passageiros acham os voos estáveis e confortáveis e “os pilotos gostam da tranquilidade dos voos em altas altitudes e em áreas montanhosas.”

A Liberty Helicopters de Nova Iorque gosta da cabine ampla e das opções de porta para passeios do AStar, assim como das suas configurações para quatro a seis passageiros.

(Acima: à esquerda e à direita) As características do AStar fazem-no popular entre vários tipos de operadoras de aeronaves. A operadora de viagem Liberty Helicopters gosta da opção da aeronave para condução à esquerda que mantém o manete de aceleração e os controles coletivos longe de interferências inadvertidas, como das alças das câmeras dos turistas. Foto: Liberty Helicopters/ John Romano. (Abaixo) A configuração do AStar também é adequada para a coleta eletrônica de notícias. Foto: Roy Taylor

(Acima: à esquerda e à direita) As características do AStar fazem-no popular entre vários tipos de operadoras de aeronaves. A operadora de viagem Liberty Helicopters gosta da opção da aeronave para condução à esquerda que mantém o manete de aceleração e os controles coletivos longe de interferências inadvertidas, como das alças das câmeras dos turistas. Foto: Liberty Helicopters/ John Romano. (Abaixo) A configuração do AStar também é adequada para a coleta eletrônica de notícias. Foto: Roy Taylor

“A opção de condução à esquerda é ótima, principalmente no B2, já que ela mantém a manete de aceleração e os controles coletivos completamente longe das interferências inadvertidas, como das alças das câmeras dos turistas ou de outros movimentos dos passageiros”, disse John Romano, piloto da operadora de turismo, que voa nove B2 e três AS355 Twin Stars. “Operamos com pás de alta visibilidade e patins de tungstênio, que também são muito importantes para uma operadora de viagem.”

As operadoras de coleta eletrônica de notícias (ENG) normalmente equipam as suas aeronaves com uma pletora de equipamentos eletrônicos para transmitir as imagens das últimas notícias. Elas geralmente operam em ambientes de alto tráfego em grande proximidade com outros helicópteros.

Matt Murphey do Departamento de Polícia de Garland, Texas, é um piloto experiente, consultor de muitas aeronaves que também voa ENG na área de Dallas.  Ele citou o VEMD e o FLI como alguns de seus equipamentos preferidos.

“No auge do calor de 100 graus do verão daqui de Dallas, é claro que é bom ter que tomar conta de apenas um indicador para que fique longe de problemas”, disse Murphey. Ele acrescentou que gostaria de ver o G500 no seu B2. “Com todos os rádios na aeronave ENG, eu também gostaria de ter os painéis de áudio digitais mais novos, como aqueles da Becker e Geneva Aviation, porque com eles, de fato, dá para economizar 14-16 kg em peso.”

Murphey também é um grande fã das portas corrediças à esquerda (padrão) e à direita (não-padrão). “ Elas são realmente práticas.”

O Garmin 530 no B2 do canal de televisão News 12 Long Island agrada bem a Ed Cilmi, piloto sênior com 14 anos de experiência na operadora de Nova Iorque. “Sou da época em que nos virávamos com gráficos seccionais” e a unidade “é uma dádiva de Deus, realmente é muito bom tê-la no espaço aéreo Classe B na cidade de Nova Iorque e seus arredores”, disse. “É muito para mim.”

Entre todas as missões que poderiam definir o AS350, a aviação policial e o serviço público são provavelmente os setores que adquirem a maior parte da atenção quando se trata de atualizações.

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Um AStar joga água sobre incêndio. Foto: Airbus Helicopters

Kevin Means aposentou-se, recentemente, após mais de 30 anos trabalhando com o Departamento de Polícia de San Diego. Ele trabalhou por mais de duas décadas como piloto instrutor e treinador de voo tático na unidade de aviação deles.

“Tudo que fazemos para apoiar as ações de patrulhamento se baseia no dispositivo de visão frontal infravermelha (FLIR)”, disse Means, acrescentando que a sua unidade foi um cliente de lançamento do FLIR Star SAFIRE 380-HDc. Quando ele viu as suas capacidades, Means disse, “fiquei de queixo caído o voo todo. Isso realmente muda o rumo das coisas.”

Means acrescentou, “Também utilizamos o nosso sistema Power Sonix PA o tempo todo. A 1,000 pés acima do nível do solo, as pessoas podem nos ouvir tão claramente quanto um sino a duas milhas de distância.”

Os quatro AS350B2 operados pelo Departamento do Xerife do Condado de Hillsborough, na Flórida, são equipados de maneira semelhante. Eles operam, principalmente, em patrulhamento, mas também voam em missões táticas e de combate a incêndio.

O Cabo Kevin Langiotti disse que a maioria das suas grandes atualizações tem sido na forma de equipamentos de missão. O departamento vem substituindo, aos poucos, a Avalex pela última versão de um sistema de navegação da Aerocomputers e integrando-o a um FLIR 230-HD (atualização de um FLIR 8500), que tem “funcionado melhor”.

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O AStar é o modelo preferido entre as operadoras cujas missões as levam às altas altitudes, sobretudo quando a entrega de carga a tais áreas é necessária. Foto: Airbus Helicopters

Langiotti, veterano do Escritório do Xerife com 25 anos de experiência e 16 anos na unidade de aviação, disse que o departamento está mudando o sistema de transmissão de imagens de analógico para digital, em tempo real, e as antenas retráteis para um estilo fixo reclinável. “Isso vai tirar uma certa carga de trabalho da tripulação por não ter que se preocupar com a extensão ou retração da antena”, disse ele. “Pequenas coisas como essa ajudam em grande medida.”

O Condado de Hillsborough pode ajudar o Corpo de Bombeiros com o seu dispositivo de balde (Balde Bambi) e um dos seus B2 tem até um guincho, caso necessário, disse Langiotti. “Para missões de busca e resgate mais simples na área de Tampa Bay, funciona bem.”

O AStar merece o mesmo respeito, se não maior, nas regiões montanhosas do Oeste.

As aeronaves B2 e B3e da Polícia Rodoviária de Utah lidam com missões que incluem aviação policial, busca e resgate e utilidade pública. O Capitão Luke Bowman, comandante e piloto-chefe da Polícia Rodoviária, elogiou a capacidade de desempenho do H125 em terrenos com picos que chegam a 14,500 pés. “Ser capaz de pousar a 12,000 pés e realizar o resgate de não apenas uma mas, às vezes, até duas pessoas é absolutamente incrível”, disse. Muitas vezes, eles usam amarrações no piso para proteger a maca de resgate com a pessoa ferida ao longo da extensão da parte traseira do piso da cabine.

O novo B3e da Polícia Rodoviária foi atualizado com assentos Lifeport na parte de trás, que podem ser individualmente embutidos ao longo da parede traseira. “Isto realmente amplia o que pode ser feito nas partes traseiras durante as missões”, disse Bownman. Puxar os assentos traseiros de modo seletivo permite às equipes K-9 ou SWAT realizar as missões táticas de uma melhor maneira.

O painel do B3e ostenta um mapeamento de visão sintética XM que exibe as condições do tempo e informações sobre o terreno. Também tem o console central “Multibloc” da Airbus. Isto permite que os rádios sejam montados no pedestal, economizando num reequipamento pós-venda.

Bowman disse que gostaria muito que acrescentassem um guincho às suas aeronaves. “Fazemos muitos resgates nas fendas dos canyons e o guincho facilitaria o acesso do pessoal de resgate às vítimas.”

No Condado de Los Angeles, Califórnia, o Departamento do Xerife ainda encontrou uma outra utilidade para os seus 15 AStar, incorporando, talvez, o exemplo mais comovente de um mundo em evolução. O departamento opera equipamentos de detecção de radiação de ampla cobertura a partir de uma plataforma aérea para a proteção contra ameaças radiológicas.

O Sargento Mick Kelleher, veterano com 29 anos de experiência e oficial responsável pelo gerenciamento de substâncias perigosas do departamento, disse que o equipamento é embutido na aeronave via uma Plataforma de Operações Especiais Tyler, permitindo o uso eficiente e rápido e compatibilidade com qualquer aeronave da frota.  O departamento conduz operações de limpeza de radiação várias vezes por mês.

Basta dizer que a lista de opções de atualizações para o AStar é longa e diversificada.

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A operadora suíça Air Glaciers usa os seus três AS350 para diversas missões, incluindo passeios turísticos, transporte VIP e operações como ambulância aérea. Foto: Airbus Helicopters

Para aqueles que buscam uma plataforma mais estável, mas não possuem os recursos para comprar uma máquina maior para adquirir o benefício do aumento de estabilidade, existem outras alternativas. Bryan Smith, representante do Escritório do Xerife do Condado de Seminole, na Flórida, disse que ama o sistema de aumento de estabilidade Cobham HeliSAS (agora vendido como Genesys Aerosystems) instalado no H125.

“Este sistema é realmente impressionante e faria uma enorme diferença na capacidade de uma tripulação sobreviver a entradas inadvertidas em Condições Meteorológicas por Intrumentos (IMC)”, disse Smith, piloto instrutor e oficial de segurança do Escritório do Xerife. As operadoras de transporte VIP e aeromédico também poderiam compartilhar o benefício de um sistema de aumento de estabilidade como este. Mathur da Heritage Aviation disse que adquiriu as suas duas aeronaves em parte porque “os passageiros acham que os voos são estáveis, confortáveis e inspiram confiança.”

A lista de opções continua: sistemas de alerta de tráfego, atualizações de aviônicos, conjuntos de maca, colisão contra fios elétricos, giro de carga e etc. Há uma opção a ser explorada em praticamente cada nicho. As operadoras nos EUA geralmente concordariam que o AS350 AStar faz jus ao seu nome (adotado quando o fabricante disponibilizou a aeronave no mercado americano pela primeira vez). De fato, é uma “Estrela Americana”.

Fonte: Aviation Today/ Reportagem: Frank Lombardi