Rondônia – A convivência com decisões que salvam vidas de pessoas em risco é rotina no cotidiano dos tenentes-bombeiros Philipe Rodrigues Maia Leite e João Luiz Cordeiro Júnior. Mas o fato de comandarem a aeronave do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), em que ocorreu o parto da bebê Alice, que tinha apenas sete meses de vida, no dia 12 de abril passado, rendeu a eles o reconhecimento como heróis. Eles receberam, no dia 06/05 um elogio formal do governo de Rondônia, em cerimônia no Palácio Getúlio Vargas.

A imagem em que os tenentes Philipe e Cordeiro comemoram o nascimento da criança a bordo da aeronave do GOA que eles comandavam percorreu o mundo. O episódio ocorreu em situação atípica, conforme consta no elogio, que está na ficha funcional dos profissionais.

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A paciente Jéssica Penha Gomes, de 18 anos, necessitava de atendimento especializado e embarcou em Guajará-Mirim, com destino a Porto Velho. Era uma caso de gravidez de risco e o hospital local não oferecia as condições necessárias para o procedimento. O médico Fernando Camacho Castilho e a técnica em enfermagem Maria Alice acompanhavam a grávida e realizaram o parto.

Ao prestar a homenagem aos responsáveis pelo fato até então inédito no estado, o governador Confúcio Moura disse que recebe elogios pelo serviço prestado pelos bombeiros.

Para Confúcio, o trabalho realizado foi extraordinário e revelou que é possível fazer funcionar o serviço público com boas ideias e determinação. “O que vocês fizeram nos dá muito orgulho. A população também tem este mesmo sentimento”, acrescentou.

O secretário estadual da Saúde, Wiliames Pimentel, testemunhou a importância do trabalho realizado pelo GOA e lembrou que empreitadas de sucesso como a que resultou no nascimento de Alice são possíveis a partir dos investimentos feitos pelo governo. Ele ilustrou o argumento revelando que mais de 160 pessoas são atendidas em suas residências por uma equipe médica multidisciplinar do estado. “Que chance teriam estas pessoas se não tivéssemos os meios oferecido por inspiração do governador?”, questionou.

O GOA faz parte da estrutura do Corpo de Bombeiros, que é subordinado à Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec). O secretário da pasta, delegado Antônio Carlos Reis, acentuou que é preciso valorizar os servidores, como acontecia naquele momento. Ele disse que acompanhou o crescimento do grupamento e que salvar vidas não tem preço, isto o comportamento dos bombeiros durante a missão é motivo de orgulho.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Silvio Luiz Rodrigues, afirmou que os oficiais homenageados servem de inspiração para toda a corporação e que todos têm orgulho do feito. “Eles também vão a Guajará-Mirim, para rever Jéssica e Alice e o médico que participou desta jornada vitoriosa”, anunciou.

O sentimento do dever cumprido é comum aos tenentes Philipe Rodrigues Maia Leite e João Luiz Cordeiro Júnior. Cercados por familiares, eles revelaram que estão felizes na profissão e que o cotidiano os realiza. Maia, que é pernambucano, disse que a população pode ter a certeza de que os bombeiros estão sempre à disposição para realizar as missões a eles confiadas.

Tcel-Bm-Leal-5-370x562Sobre a ocorrência em Jéssica nasceu, o bombeiro recordou: “Quando decolamos de Guajará-Mirim, o médico perguntou se podia fazer o parto durante o voo, pois havia este risco. Dissemos que não haveria problema. É verdade que vivemos uma emoção diferente porque tínhamos responsabilidades ali.”

Rondoniense e pai, tenente João Luiz Cordeiro Júnior confessou que ser piloto era um sonho de infância e que ao tornar-se bombeiro alcançou a realização profissional. Segundo ele, a viagem em que ocorreu o nascimento de Alice é o caso mais marcante da carreira, mas já viveu situações também marcantes. “Transportamos um paciente terminal para Porto Velho. Conversamos durante o voo e isto me fez fazer certas reflexões. Ele tinha a mesma idade que eu, 30 anos, e morreu um mês depois”, contou,.

O sentimento de orgulho também foi transmitido pelo tenente-coronel Lindoval Rodrigues leal, coordenador do GOA e responsável pela estruturação do grupo. Segundo ele, o serviço foi criado para salvar vidas e que a meta é ampliar as condições para atender melhor. “Tínhamos ciência de que íamos nos deparar com situações atípicas, e elas aconteceram, como os casos em que o paciente entrou em parada cardíaca e a equipe médica precisou intervir. Mas a equipe está preparada”, afirmou.

Atualmente, o GOA tem sete pilotos, sete tripulantes operacionais, dois mecânicos, uma enfermeira e uma médica que fazem parte da equipe.

Fonte: Decom – Governo de Rondônia, por Nonato Cruz.
Fotos: Bruno Corsino