A verdadeira unidade aérea: patrulhando com os helicópteros policiais de Londres – Parte II
16 de novembro de 2014 3min de leitura
16 de novembro de 2014 3min de leitura
Voltamos para a cantina para tomarmos um chá e a TV continua ligada. “Aqui fica assim a maior parte do tempo,” diz Donnelly, com os dedos entre a sua caneca personalizada. E a previsão é de que as coisas fiquem ainda mais paradas: até o momento os helicópteros da Met têm sido operados independentemente do Serviço Nacional de Aviação Policial (NPAS), um órgão centralizado coordenado de West Yorkshire.
Mas, uma decisão recente e um tanto protestada está para colocá-los na unidade nacional no dia 1º de outubro. Desde que o NPAS foi lançado, em 2012, as forças policiais têm reclamado de que a unidade é ineficiente e sobrecarregada e que o contribuinte acabou pagando mais por um serviço com menos capacidade. Seria justo dizer que ninguém em Lippitts Hill está contente com as notícias.
“Veja só”, diz Donnelly. “Existem 20 PCs aqui e seis pediram para sair.” Donnelly se inscreveu para a divisão de operações com cães.
O problema, ele diz, é que um serviço de aviação sobrecarregado logo se torna subutilizado: os oficiais param de chamá-lo.
Se os helicópteros de Londres forem obrigados a responder por uma área maior, o tempo de trânsito aumentado irá impossibilitar a resposta rápida que os permite fazer a diferença. “Às 2 da manhã”, ele diz, “nós somos os únicos helicópteros no sul de Birmingham.”
À medida que ele vai falando, o helicóptero lá fora inicia o teste em solo. O barulho faz com que fique difícil de conversar mesmo do lado de dentro. Donnelly pede licença, deixando eu e a fotógrafa olhando um para a cara do outro na mesa.
Estou com fome, e começando a me preocupar sobre como vou escrever um artigo sobre tomar chá e assistir um episódio atrás do outro de Como Eu Conheci Sua Mãe (How I Met Your Mother). Fico a indagar se posso mudar de canal.
A porta abre e Donnelly entra. “Venha!” ele grita. “Recebemos um trabalho.”
O barulho na pista faz com que fique impossível discutir a natureza da tarefa: estamos todos tampando os nossos ouvidos. Sento no banco traseiro do India 99. (O sinal de chamada pertence a qualquer helicóptero que saia do solo primeiro; se outro subir, este será o India 98.) O piloto, Capitão Matt Leaver, e o PC Dean Arnold sentam na frente. Donnelly fica com o assento do meio, onde as telas para o vídeo, o telescópico e as câmeras de imagem térmica estão.
Assim que os rotores começam a girar, eu coloco o meu fone de ouvido e imediatamente entro em uma conversa cacofônica que eu não entendo nada: uma das vozes vem do controle de tráfego aéreo; outras rompem-se através de um canal de Londres; e três delas pertencem às pessoas sentadas na minha frente.
“Escolhe um número entre um e dois,” alguém diz.
“Alguns temporais à vista,” outra pessoa diz.
“Tráfego, tráfego,” diz o controle de tráfego. O helicóptero balança pelo ar, e as represas do Lea Valley se transformam em uma grande vista abaixo de nós.
“Puta merda!” Eu grito. Felizmente, não tive a presença de espírito de apertar o meu botão de fala.
“Westminster Bridge, por favor,” diz Donnelly, da mesma forma como se dá direções a um taxista. O helicóptero vira, inclina-se e vai embora. Trinta segundos assim, e já considero a coisa mais legal que eu fiz.
Fonte: The Guardian/ Reportagem: Tim Dowling
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