Estados Unidos terá centros de testes para integração de sistemas aéreos não tripulados no espaço aéreo controlado.

Apesar do avanço das tecnologias envolvendo sistemas aéreos não tripulados (UAS conforme sigla em inglês), a regulamentação operacional dos mesmos tem sido o freio que impede uma maior expansão das atividades militares, civis e comerciais com esse tipo de aeronave no mundo todo. Certamente, um dos grandes desafios que o setor deverá enfrentar e solucionar é encontrar o mais rápido possível fórmulas seguras que coordene a navegação aérea de aeronavestripuladas e não-tripuladas num mesmo ‘bloco” de espaço aéreo. Na condição de líder mundial tanto no que tange ao desenvolvimentos e produção de UAS quanto no emprego destes últimos, os Estados Unidos vem desenvolvendo esforços para que em breve a aguardada regulamentação e total integração desse tipo de aeronave no espaço aéreo controlado sejam efetivadas.

Estados Unidos terá centros de testes para integração de sistemas aéreos não tripulados no espaço aéreo controlado

Como parte desse processo, a Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos selecionou seis centros de testes distribuídos ao longo do território do país destinados para pesquisas e experimentos que visam determinar conceitos de como integrar sistemas aéreos não tripulados no espaço aéreo controlado. A FAA já esta operando um centro de testes no Novo México, contudo, o Congresso estadunidense solicitou o estabelecimento de seis centros financiados e operados independentemente. A lei aprovada pelo Congresso determina que a FAA instale o primeiro dos seis sites de testes no prazo de 180 dias. Cada centro receberá certificação para iniciar voos com UAS, sendo que cada uma dessas certificações definirá um conjunto especial de procedimentos e o bloco de espaço aéreo que caberá a cada um deles.

Um total de 24 estados daquele país responderam com 25 propostas independentes com vistas a desenvolver futuras oportunidades de mercado envolvendo UAS.O dia 30 de dezembro último marcou o anuncio da seleção das propostas da Universidade do Alasca, do estado de Nevada, do aeroporto internacional de Griffis localizado no estado de Nova Iorque, do Departamento de Comércio de Dakota do Norte, do campo de Corpus Christ no Texas e do Instituto Politécnico e Universidade Estadual de Virginia. A Universidade do Alasca propôstambém a inclusão de centros adicionais de testes no Hawaii e Oregon. Outro campo localizado em Nova Jersey esta incluído na proposta da Universidade de Virginia.

Esses seis centros já definidos, além daquele mantido pela FAA no Novo México e dos operados pelo setor militar dos Estados Unidos, servirão como laboratório para desenvolver uma variedade de tecnologias, procedimentos e regulamentos. Eles foram escolhidos segundo critérios de diversidade geográfica e de acordo com ambientes operacionais específicos, testes e pesquisas que cada um executará.

A FAA esta sendo encarregada pelo Congresso dos Estados Unidos para demonstrar que UAS poderão ser integrados no espaço aéreo controlado do país a partir de 2015. Inicialmente, veículos aéreos não tripulados com peso de decolagem acima de 24,9 kg estarão aptos para operar rotineiramente dentro do espaço aéreo público desde que se mantenham ao alcance visual do operador e fora das zonas de circulação pesadas dos espaços aéreos da classe C e D.Entretanto, as estimativas da FAA indicam que a total integração será gradativa e ainda levara alguns anos para ser alcançada.

A organização regulamentadora ainda está definindo os passos cuja progressão resultara na integração total, sendo que o seis centros serão usados como laboratórios para formar o conjunto de deliberações e normas da agência para essa área.A Associação Internacional de Sistemas de Veículos Não Tripulados (AUVSI-Association of Unmanned Vehicle Systems International) prevê que a planejada integração deverá gerar um aumento de negócios na área de UAS dos Estados Unidos em torno de US$ 82 bilhões nos próximos dez anos. A AUVSI mantém expectativa para criação de mais áreas de testes, notadamente para buscar a total integração de UAS nos céus do país, status que criará empregos no setor e ajudará no crescimento da economia estadunidense. Em 2012, a FAA iniciou o processo de integração com cautela, permitindo que UAS operem comercialmente apenas acima do Círculo Polar Ártico, no Alasca.Com relação aos novos centros, aeronaves tripuladas voando nas proximidades desses centros serão informadas sobre qualquer atividade experimental com antecedência de acordo com os padrões já existentes, incluindo NOTAM (Notices to Airmen).

Todos os operadores desses centros serão encarregados de fazer instalações e pesquisa disponíveis para os usuários que querem tirar benefícios dessas atividades.Adicionalmente, para favorecer as pesquisas da FAA, os seis centros estarão abertos para companhias privadas. Jeff Bezos, chefe executivo da Amazon.com, por exemplo, trabalha com a perspectiva de entregar encomendas para usuários empregando “drones” dentro de cinco anos.

Fonte: Tecnologia & Defesa / Ivan Plavetz.