Acidente de helicóptero na Austrália mostra os desafios das operações noturnas
15 de outubro de 2013 2min de leitura
15 de outubro de 2013 2min de leitura
O acidente ocorreu em 13 de junho de 2013. Por volta das 19:24h, um helicóptero Bell 412 partiu de Horn Island, Queensland para um voo de treinamento em Prince of Wales Island, no Estreito de Torres. Era uma noite escura, com uma pequena lua crescente e sem horizonte visível. A bordo estavam o piloto em comando (PF – Pilot Flying), que estava em instrução, o instrutor de voo e um tripulante.
O objetivo do voo era de realizar várias aproximações práticas para pouso, utilizando o farol de busca para iluminar o chão. Cada aproximação seria realizada próximo à altura da copa de árvore, de onde um procedimento de arremetida “go-around” seria iniciado. As manobras eram difíceis e exigiam um alto grau de precisão de voo.
No início do dia, a tripulação colocou uma luz estroboscópica no local de destino, de modo que fosse visível no voo noturno. Retornando ao local para o treinamento, eles definiram realizar a sua primeira aproximação prática, voando em direção à luz estroboscópica, enquanto desciam de 2000 pés.
A 1.000 pés acima do solo, o tripulante abriu e travou a porta da cabine. Devido à intensidade do vento, ele não olhou continuamente para fora até atingir uma altura de cerca de 400 pés, após o que, ele dava instruções para orientar o piloto para a área de pouso, quando o “PF” perdeu de vista a luz estroboscópica abaixo do helicóptero.
À medida que se aproximavam da luz estroboscópica, o piloto instrutor olhou para fora da cabine para confirmar se tudo estava bem para continuar uma aproximação visual. Quando ele olhou para trás, viu que eles estavam descendo a uma razão muito alta e que a velocidade era inferior a 35 nós, então ele disse: “Arremete”! Como não houve resposta imediata, ele repetiu a determinação para arremeter.
Embora o piloto em comando tenha tentado iniciar a arremetida (go-around) e respondido “arremetendo”, o tripulante observou que o helicóptero ainda estava descendo rapidamente e se aproximando das árvores. Ele então alertou “subir, subir , subir”! Mas apesar das ações do piloto, a aeronave continuou descendo e ele novamente alertou: “estamos indo para trás, árvores, subir, subir , subir”!
O piloto instrutor também assumiu os controles para ajudar na arremetida e, em seguida, percebeu as árvores em sua visão periférica. Quando o helicóptero desceu entre as árvores, ele avisou : “segurar, segurar, segurar”! O helicóptero atingiu o chão com força e permaneceu de pé.
A tripulação estava ilesa, mas o helicóptero ficou substancialmente danificado. A tripulação “cortou” os motores do helicóptero e acionou flares (dispositivo luminoso de queima, utilizado para sinalização) no local do acidente, para auxiliar equipes de resgate a localizá-los .
O operador do helicóptero levantou a hipótese de que a alta razão descida e a diminuição de velocidade resultou em um estado de vortex (vórtice), uma condição aerodinâmica em que o próprio downwash do helicóptero recircula, levando a uma potencial perda de controle.
Como resultado deste acidente, o operador do helicóptero está realizando uma revisão da gestão da sua Instrução de Segurança de Voo, que irá proibir pousos em locais remotos à noite, sem o auxílio de OVNs/NVGs (Óculos de Visão Noturna).
Fonte: Asa Rotativa
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