Piloto de helicóptero que participou de caçada a Matemático é afastado
06 de maio de 2013 2min de leitura
06 de maio de 2013 2min de leitura
A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (6) que decidiu afastar das funções o piloto Adonis Lopes de Oliveira, que pilotava o helicóptero usado para capturar o traficante conhecido como Matemático, em maio de 2012. O caso foi arquivado em novembro, mas ganhou novos rumos depois da exibição, no último domingo (5), pelo Fantástico, da caçada da polícia ao traficante, como mostrou o RJTV. (Clique e leia a matéria)
As imagens foram entregues ao Ministério Público Estadual e Federal. Elas foram levadas pelo deputado Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
“Eles vão abrir investigação e vão oficiar a Civil e a Federal pra saber o nível de responsabilidade de cada uma delas para a partir dai poder proceder nas suas responsabilidades”, disse Freixo.
O Procurador Geral de Justiça do Estado, Marfan Vieira, determinou a reabertura imediata do inquérito. O caso tinha sido arquivado havia seis meses.
“As imagens são efetivamente muito fortes. Me pareceu uma operação muito desastrada feita de maneira inconseqüente”, afirmou Marfan.
Caçada ao traficante
A caçada a Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, considerado um dos maiores traficantes do Rio, foi em maio de 2012. A Polícia Federal repassou informações às equipes da polícia militar e à equipe da polícia civil, que estava a bordo do helicóptero.
A câmera da aeronave tem um sensor que detecta o calor de corpos e objetos e as imagens captadas por ela são vistas apenas pelo operador do equipamento.
A perseguição a Matemático se estendeu por cerca de nove quarteirões da favela da Coreia, na Zona Oeste do Rio e durou menos de dois minutos.
Casas atingidas
Enquanto os disparos eram feitos pessoas passavam nas ruas, casas foram atingidas e um prédio levou pelo menos cinco tiros. Segundo os policiais, os bandidos atiraram contra o helicóptero. O corpo do traficante foi abandonado cinco horas depois, durante uma troca de tiros com a PM, a três quilômetros do fim da perseguição.
O RJTV procurou a Secretaria de Segurança para saber se a operação foi oficial, se a Secretaria sabia dos riscos que uma ação como essa oferecia e se, logo depois, tomou conhecimento da forma como ela foi realizada. Mas a Secretaria de Segurança voltou a divulgar a mesma nota enviada antes da exibição das imagens pelo Fantástico.
“Há um setor especializado nessas ações que tem que dar uma resposta à sociedade. Quem teve a responsabilidade de agir, tem que ter a responsabilidade de arcar com as consequências”.
Ao Fantástico, a Chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, informou que só tomou conhecimento de como a operação foi executada na última sexta-feira (3) pela Corregedoria.
A Polícia Federal informou que investigava a quadrilha de Matemático e que forneceu a possível localização dele à Polícia Civil, que realizou a operação. Já a Polícia Militar confirma que participou do cerco ao traficante e afirmou que, durante a ação, o blindado teve os pneus furados e as equipes seguiram para o local a pé.
Fonte: G1.
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