O vereador coronel Camilo (PSD), ex-comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, apresentou no dia 28/03, o Projeto de Decreto Legislativo nº 16/2013, que dispõe sobre a outorga do título Salva de Prata como honraria ao Grupamento de Radiopatrulha Aérea – GRPAe, da Polícia Militar de São Paulo.

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO 02-00016/2013 – Vereador Coronel Camilo (PSD)

Dispõe sobre a Outorga do Titulo Salva de Prata como honraria ao GRUPAMENTO DE RADIOPATRULHA AÉREA – GRPAe

A CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO DECRETA:

Art. 1º – Fica concedido ao GRUPAMENTO DE RADIOPATRULHA AÉREA – GRPAe, o Título Salva de Prata, como honraria pelos serviços prestados.

Art. 2º – A entrega da referida homenagem será efetuada em Sessão Solene para esse fim convocada pelo Presidente da Câmara Municipal de São Paulo.

Art. 3º As despesas decorrentes deste decreto legislativo correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 4º – Este decreto legislativo entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

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Justificativa do projeto – Breve histórico do GRPAe da PMESP

Em 15 de agosto de 1984, no Palácio dos Bandeirantes, o Governo do Estado realizou a entrega de dois helicópteros HB 350 B- modelo Esquilo, um para a Polícia Civil e outro para a Polícia Militar, nesta data foi criado a título experimental, na PM, o Grupamento de Radiopatrulha Aérea.

Na solenidade, o então governador de São Paulo, Professor André Franco Montoro, em discurso proferido no momento do recebimento simbólico das chaves dos helicópteros, realçou as medidas e que estavam sendo tomadas pelo Governo para melhorar a situação da Segurança Pública em São Paulo e ao final concluiu: “…a partir deste momento os Helicópteros estarão sobrevoando São Paulo, no combate à criminalidade…”

Passado o período de emprego experimental, chegou a hora de implantar definitivamente o sistema, com restrições iniciais de horas de voo (contrato com o fabricante 30 horas/mês), falta de recursos para manutenção, limitações do sistema de comunicação, pois o rádio operacional da polícia instalado na aeronave não permitia comunicação com a totalidade de viaturas em terra, ocasionando dificuldades de coordenação,mesmo assim aos poucos o helicóptero foi sendo integrado ao policiamento. Conhecendo-se melhor todas as regiões da cidade, as tripulações procuravam desenvolver novas técnicas, a fim de chegar rápido e apoiar melhor as solicitações dos patrulheiros em terra, consolidando desta forma a nova atividade.

A nova arma da polícia possibilitava das uma resposta rápida aos chamados para apoio às viaturas de terra. As ocorrências de “saques” e “quebra-quebra” praticamente foram reduzidas a zero, o número de assaltos a Bancos baixaram e delitos como roubo a cobradores de ônibus caíram para números aceitáveis. A participação do helicóptero em apoio a viaturas durante as ocorrências contribuía para a segurança dos policiais, em alguns casos na detenção de marginais, o que elevava o moral da tropa.

Em 1986, foi incorporado o segundo helicóptero, numa parceria com a Prefeitura do Município de São Paulo, a Polícia Militar passou a operar o esquilo HB 350B pertencente a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, a serviço do policiamento, engenharia de trânsito, defesa civil e eventuais missões de interesse público de São Paulo.

Com apenas um helicóptero, a sua operação se restringia ao atendimento de missões na área da Grande São Paulo, atuando em apoio nas ocorrências policiais. A incorporação do segundo helicóptero duplicou a capacidade de atuação da Unidade, dentro de um novo quadro com Oficias assumindo o comando das aeronaves, o apoio aéreo se estendeu ao policiamento de trânsito da capital e ao Comando de Policiamento Florestal e Mananciais, para auxiliar na detecção de infrações cometidas contra o meio ambiente e ajudar a preservar as reservas florestais do Estado de São Paulo.

No trânsito, um novo aliado na redução dos congestionamentos, o patrulhamento permitia com rapidez localizar acidentes, pontos de estrangulamentos, orientar e coordenar as viaturas em terra, dando orientação sobre vias alternativas para melhorar a fluidez do tráfego. Modificações de vias e projetos de engenharia surgiram a partir de problemas pelos voos.

Na Florestal, os resultados foram surpreendentes, o helicóptero demonstrou ser insubstituível, pois a cada missão as equipes identificavam infrações que passariam despercebidas, ou até mesmo impossíveis de serem localizadas pelos recursos terrestres. Na preservação do meio ambiente e fiscalização florestal “o helicóptero é meio de transporte ideal. É a forma de se fazer um policiamento econômico e eficiente, pois com um helicóptero e quatro homens pode se executar em um dia a fiscalização de áreas florestais que dezenas de homens levaria meses”.

A partir de 1988, o GRPAe iniciou um trabalho de apoio com helicópteros ao então 3º Grupamento de Busca e Salvamento (3º GBS) – Corpo de Bombeiros, Unidade responsável pela prevenção, busca e salvamento de banhistas nas praias da orla marítima do Estado de São Paulo.

O Salvamento Marítimo, a despeito de todos os esforços com o efetivo e meios de que dispunha para cobrir a região, defrontava com um outro problema, a cada verão aumentava o afluxo de turistas ao Litoral, provocando, além de outras ocorrências de toda ordem, um alto índice de afogados, e era impossível dotas com “guarda-vidas” toda extensão dos 330 km de praias frequentáveis do Estado.

O GRPAe, com uma frota de apenas dois helicópteros não tinha condições de prestar apoio na praia em período integral, pois durante a semana os helicópteros estavam integrados nas atividades policiais na Grande São Paulo, motivo pelo qual montou-se uma operação de apoio com um aparelho, durante os finais de semana e feriados, e os resultados surpreenderam a todos, “…O altíssimo índice de MORTES POR AFOGAMENTOS NO MAR que em anos anteriores aproximava-se do número de 500 (quinhentas) vidas ceifadas, em 1988, foi reduzido para 222 (duzentas e vinte e duas)”

Desde 1988 não houve mais interrupção da operação, sendo que, a partir de 1992, ela tem sido realizada com o uso de 03 helicópteros e atualmente com 05 helicópteros que permanecem em apoio durante toda a “Temporada de Verão”. Simultaneamente com a missão de prevenção, busca e salvamento na praia, as equipes de voo executam o patrulhamento aéreo preventivo, sendo o voo realizado na orla marítima em horários de “pico”, quando há grande concentração de banhistas nas praias; observa-se e é observado, transmitindo à população uma sensação de segurança, difundindo a imagem da Corporação.

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo.