BOA/MG e FMVL realizam treinamento de resgate na Serra da Moeda
20 de janeiro de 2010 5min de leitura
20 de janeiro de 2010 5min de leitura
Minas Gerais – Com a abertura da nova temporada de Voos de Parapente, Paraglider e Asa Delta, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais juntamente com a Federação Mineira de Voo Livre, realizou um treinamento simulando o resgate de uma vítima de acidente com parapente, visano alertar aos praticantes sobre a importância da prevenção dos acidentes, da realização de voos seguros através de manobras e procedimentos seguros.
A prática do voo livre encontra na Serra da Moeda um dos seus endereços mais concorridos em todo o Brasil. O local é uma cordilheira que contribui para a formação do maciço do Espinhaço, estendo-se de norte a sul por mais de 60 km, sendo que a face leste tem em média 150m de altura e a face oeste tem cerca de 650m. A rampa de decolagens de parapentes e asas-deltas do Clube de Vôo Livre de Belo Horizonte fica a 25 km do centro da capital mineira, a 1.500m de altitude.
O treinamento foi coordenado pelo Batalhão de Operações Áreas – BOA e aconteceu no dia 17 de janeiro de 2010, às 17horas, na Serra da Moeda. Compareceram muitos praticantes de voo livre: para reforçar as instruções sobre segurança de voo e assistirem à ação dos militares, que atuaram em uma equipe com 6 bombeiros da Esquadrilha Aracanjo, utilizando a Aeronave AS 350 Esquilo – Arcanjo 03, contando com uma equipe de solo TASA e Guarnições de salvamento e Resgate do 1º BBM.
O BOA do CBMMG, em parceria com a Federação Mineira de Voo Livre (FMVL), realizou o treinamento em local de difícil acesso (encosta com vegetação e fortes ventos), simulando toda a seqüência de eventos e procedimentos adotados em tais circunstâncias. Os voos foram suspensos a partir das três horas da tarde na rampa, e um cenário de acidente com piloto, em local de difícil acesso e situado próximo do ponto de decolagem foi simulado em detalhes.
A primeira ação foi realizada pelos próprios pilotos de paraglider e asa delta. Além de telefonarem para o Resgate via 193, verificaram o estado da vítima no local da queda. O segundo ato é representado pela equipe da unidade de resgate terrestre dos Bombeiros, que após deslocamento, chega até a vítima, constata traumatismo craniano, lesões de coluna e fraturas, e imobiliza completamente a mesma. Rápida consulta ao COBOM, via rádio, e vem a ordem, acionar os Arcanjos! A terceira e decisiva fase, especialmente para a vida da vítima, entra em ação.
O tempo médio até a rampa, decolando de PLU, não passa de 20 minutos de vôo. No caminho, a tripulação de cinco militares estabelece contato com a equipe de resgate no solo, e checa o cumprimento da proibição de voos na área e a operacionalidade do guincho elétrico. A bordo, dois graduados tripulantes operacionais e seu equipamento aguardam a vertical da ocorrência.
Após circular pela área para se familiarizar com a situação, o piloto efetua um pairado, observando o cuidado de não provocar a subida de detritos e pedras, e a dupla de socorristas executam um rapel até o solo. Em questão de momentos, a maca é envolvida por outra espécie de maca bem maior, com quatro pontos de ancoragem para fixação no guincho. O tripulante que fica a bordo, posicionado na porta da aeronave, devidamente clipado e em segurança, opera o guincho da aeronave.
Rapidamente, a maca é presa ao cabo, checada e içada para bordo do helicóptero, que mantém o pairado, o piloto atento para os parâmetros dos instrumentos do motor e a condição do vento. Do solo, uma corda mantém a maca estável enquanto é içada, sendo liberada quando a vítima é colocada para dentro do Arcanjo. Dali o piloto voa para outro ponto próximo, com condições de acesso para a viatura resgate, onde poderá realizar o pouso, desembarque e a transferência do acidentado para a ambulância, que segue destino para o hospital de politraumatizados mais próximo.
Mauro Arruda, Presidente da Federação Mineira de Voo Livre, destacou a importância da parceria com os Bombeiros para a prática segura dos vôos na Serra da Moeda “- A tranquilidade proporcionada pela presença do Resgate é fundamental, tanto que os campeonatos disputados aqui só acontecem com a presença de equipes dos Bombeiros e seu inestimável apoio. Muitos pilotos possuem noções básicas de primeiro socorros, portanto em caso de necessidade, garantimos o primeiro acesso a vítima, sua avaliação, acionamos o 193 e deixamos os profissionais fazerem seu trabalho, que para nós, assim como para a população em geral, é valioso”, afirma o piloto e dirigente.
Os bombeiros da Esquadrilha Arcanjo já atuaram em vários resgates desse tipo e ressaltam: “o treinamento contínuo é fundamental para o sucesso da operação, que é arriscada. Nosso êxito é alcançado porque praticamos os salvamentos como treinamos.”, relatou o Comandante do Arcanjo 03, piloto Cap BM Pedro. E concluiu: “manobras seguras de voo, para os praticantes do voo livre, são o caminho para um voo sem incidentes nem acidentes.”
O CBMMG deseja a todos os praticantes de Voo Livre bons e seguros Voos!
Clique e veja vídeo com a cobertura do treinamento, matéria veiculada no Jornal Alterosa, 1ª edição.
FOTOS DO TREINAMENTO (Clique na foto e veja em tamanho original)
Texto: Roberto Caiafa para Piloto Policial – http://www.caiafa.blogspot.com
Fotos: Roberto Caiafa (solo) e Marcos Junglas (Aéreas) – [email protected].
Contato: Michel Nazar, Ex-Presidente da FMVL, piloto veterano e produtor de TV, [email protected], http://twitter.com/mnazar01, (31) 3347-1723 ou 9137-5534, Coordenador do treinamento entre FMVL e BOA.
Fontes:
http://www.serradamoeda.com.br/
http://fmvl.blogspot.com/
http://minasgerais.entrei.net/empresa/federacao-mineira-de-voo-livre/1574432.html
http://www.escolaserradamoeda.com.br/
http://santaluzianet.com/modules/news/article.php?storyid=19
http://groups.google.nl/group/serradamoeda/browse_thread/thread/7e14c4fd6d44a62e
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