A fase de aproximação e pouso de uma aeronave é a fase de maior risco durante o voo, e qualquer desvio da atenção dos pilotos em momentos como esse pode causar erros de percepção de rampa de pouso, entre outros, que pode gerar pousos bruscos ou muito longos, quando os tripulantes não conseguem frear a aeronave no comprimento de pista disponível, incorrendo em acidentes do tipo excursão de pista, por exemplo (FLIGHT SAFETY FOUNDATION, 2000/).

Um dos possíveis fatores desse risco é a interferência de raios laser, fator esse que já preocupa as autoridades. Seja por brincadeira ou não, o CENIPA registrou 380 ocorrências (aeronaves ofuscadas durante o voo) desse tipo na aviação brasileira em 2011.

Estudos da FAA (Federal Aviation Administration), e de outras entidades governamentais americanas, indicaram que a exposição de tripulantes à iluminação LASER pode causar efeitos perigosos (distração, ofuscamento, cegueira momentânea e, em circunstâncias extremas, deficiência visual permanente) que podem comprometer a habilidade dos pilotos em executar procedimentos.

Outro estudo da ICAO (International Civil Aviation Organization) indicou que feixes de LASER podem afetar seriamente o desempenho visual dos pilotos sem, contudo, causar danos físicos aos olhos. Tais situações dependem apenas da potência da emissão do dispositivo e do tempo de exposição à luz (REVISTA CONEXÃO SIPAER, Ed. 02, abril 2011).

Tipos de exposição ao laser

laser

O desvio da atenção dos pilotos por terem sido atingidos por uma emissão de LASER é uma condição que afeta diretamente a segurança operacional da atividade aérea e, por isso, deve ser tratada como um risco que precisa ser devidamente mitigado.

Com a finalidade de reduzir os riscos da exposição ao laser, recomenda-se:

a) Ao operar em aeroportos ou locais com suspeita ou conhecimento de incidência de raios laser, o piloto segundo em comando deve estar preparado para assumir o controle da aeronave a qualquer tempo;

b) Verificar a configuração da aeronave e, caso seja possível, considerar acoplar o piloto automático para manter estabelecida a trajetória de voo;

c) Usar a fuselagem da aeronave para bloquear o feixe de raios laser;

d) Ao vivenciar tal situação informar ao controle aéreo, informando localização/direção do feixe/altitude etc. Uma vez em solo preencher um RELPREV ou notificar o GSO (Safety) de sua organização;

e) Aumentar as luzes da cabine para minimizar os efeitos nocivos da iluminação laser;

f) Se o outro tripulante não tiver sido afetado pelo feixe, repassar o comando da aeronave a esse tripulante;

g) Proteja seus olhos sempre que possível. Jamais olhe diretamente para o raio laser e evite chamar a atenção do outro tripulante para o raio;

h) Não esfregue os olhos, pois aumenta os riscos de lesões; e

i) Se algum sintoma visual ocorrer, após o desembarque procure imediatamente um oftalmologista.

Fonte: Global Aviation, por Rodrigo Edson e William Hitoshi Tsuchida.