Helicópteros de Goiás estão parados por falta de seguro aeronáutico
22 de novembro de 2012 3min de leitura
22 de novembro de 2012 3min de leitura
Há dois meses, os helicópteros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás estão parados porque o contrato com a seguradora venceu e ainda não foi renovado. Com as aeronaves custando cerca de R$ 8 milhões cada uma, o seguro gira em torno de R$ 300 mil e será renovado com a Allianz, a mesma que segurava o helicóptero da Polícia Civil, que caiu em 8 de maio deste ano. O processo, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ) do Estado, está em fase final e aguarda apenas documentações da PM e dos Bombeiros para que a verba seja liberada pela Procuradoria-Geral de Goiás. Só então, os atendimentos voltarão a acontecer.
Os três helicópteros (Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiros) foram adquiridos pelo Estado em 2010 pelo valor conjunto de R$ 21 milhões. Hoje, segundo o tenente-coronel e piloto dos Bombeiros, Hofmann Gomes Rodrigues, custam, cada um, R$ 8 milhões. “Tivemos alguns impasses pelo valor do seguro atual, mas é preciso analisar que, se aumentam o número de acidentes com aeronaves, como foi o caso do Brasil, aumenta-se também o seguro. É o mesmo que o seguro do carro que sobe quando aumenta o índice de roubos. Se comparado a valor de um carro, em que o seguro custa aproximadamente 12% do valor do veículo, o do helicóptero custa menos que 4%”, afirma.
De acordo com o procurador-geral do Estado, Alexandre Tocantins, a negociação está em fase final e a documentação que ainda resta deve ser entregue amanhã (22/11) quando completam dois meses que os helicópteros estão parados. “A partir daí, nossa resposta jurídica é rápida e a volta dos serviços fica a cargo da SSPJ”.
Déficit em atendimentos
Com os helicópteros parados, à espera do seguro, cerca de 70 atendimentos ou fiscalizações deixaram de ser realizadas. Isto considerando Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Segundo o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), a PM participou de 127 ocorrências desde janeiro.
Com o Corpo de Bombeiros, foram 151 ocorrências, sendo todas, de casos considerados graves. Segundo o tenente-coronel Hofmann, em alguns dias, os Bombeiros chegavam a ser acionados até cinco vezes. “Os atendimentos são, geralmente de casos graves, as aeronaves funcionam com um suporte avançado e a população perde muito com esse problema”, lamenta.
“Um dos casos, por exemplo, foi de um bebê que ingeriu veneno de rato em Itumbiara. Em menos de uma hora, a criança já estava em Goiânia recebendo atendimento. Gastamos de helicóptero o mesmo tempo que gastamos para atender a uma ocorrência usando carro, na Capital. É essencial o uso dos helicópteros”, afirmou a assessoria do Corpo de Bombeiros.
Polícia Civil sem previsão de aeronave
Em oito de maio, o helicóptero da Polícia Civil caiu no município de Piranhas, interior do Estado e vitimou Jorge Moreira (titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas), Antônio Gonçalves Pereira dos Santos (superintendente da Polícia Judiciária), Osvalmir Carrasco Melati Júnior (chefe do Grupo Aeropolicial), Vinícius Batista da Silva (titular da Delegacia de Iporá (GO) e responsável pelo inquérito da chacina), Bruno Rosa Carneiro (chefe-adjunto do Grupo Aeropolicial) e dois peritos, os primos Fabiano de Paula Silva, lotado em Iporá (GO), e Marcel de Paula Oliveira, lotado em Quirinópolis (GO), e o suspeito de uma chacina na região Aparecido de Souza Alves.
As investigações ainda não foram concluídas, nem pela Polícia Civil, nem mesmo pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Desta forma, segundo a assessoria da Polícia Civil, a corporação deve permanecer sem helicóptero até que o inquérito seja concluído. Isto porque a seguradora só irá substituir o helicóptero depois que o caso for solucionado.
“Para a Polícia Civil, é uma perda grande porque a aeronave era usada diariamente para fiscalização de crimes ambientais, deslocamentos mais rápidos e operações no interior do Estado. Se conseguíamos enviar uma equipe em duas ou três horas, com carro demoramos mais que o dobro. Fiscalizações aéreas também na perdem suspeitos de ista e sã mais eficazes”, finalizou a assessoria.
Fonte: O Hoje.
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