Metade da frota dos oito helicópteros Esquilo modelo AS350B2 usados pela Polícia Militar de Minas Gerais para apoio a operações de policiamento, resgate e socorro de feridos, transporte de órgão e combate a incêndios, juntamente com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) está parada desde o último dia 14/08 por falta de peças e manutenção, que é terceirizada.

As outras quatro aeronaves estão indisponíveis devido a consertos, troca de peças ou manutenção preventiva. O problema acontece em virtude de as empresas Claro Comércio, Representações e Manutenções Aeronáuticas, com sede em Belo Horizonte, e a Helistar Manutenção de Aeronaves, baseada em Formosa (GO), ambas especializadas em manutenção de helicópteros e devidamente registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), estarem brigando na Justiça pelo direito de manutenção às aeronaves da PM.

O empresário Cláudio Gomes da Silva, dono da Claro Aviação, informou que sua empresa é responsável pela manutenção de 55 helicópteros em Minas. Segundo ele, durante seis anos sua empresa prestou serviços de manutenção às aeronaves da Polícia Militar. Atualmente, a Claro também é responsável pela manutenção dos dois helicópteros do Corpo de Bombeiros.

Cláudio disse que, ao apresentar um adendo ao contrato, sugerindo aumento de preço, a Polícia Militar decidiu abrir uma nova licitação e sua empresa ficou em terceiro lugar. Ele disse que ao pesquisar sobre a empresa vencedora, encontrou supostos indícios de fraudes, daí ingressou com um mandado de segurança questionando a competência da Helistar para esse tipo de prestação de serviço.

PM garante normalização no dia 4

A manutenção do oito helicópteros que prestam serviço à PM devem voltar ao normal na próxima terça-feira, dia 4/09, graças a um contrato emergencial até que a justiça defina o resultado das pendências da licitação.

O Ten Cel PM Luiz Alberto Alves, porta-voz da corporação, informou que a empresa Claro Aviação vinha prestando serviços de manutenção às aeronaves da PM, mas a proposta de um aumento de remuneração forçou a licitação, vencida pela Helistar. Ele garantiu que as quatro aeronaves em operação estão em perfeito funcionamento e, que, em breve, todas as aeronaves voltarão a atividade.

Dono da Helistar afirma que rival provocou impasse

O empresário Adriano Sanches da Silva, dono da empresa Helistar Manutenção de Aeronaves, garante que sua empresa tem todos os requisitos para cumprir o contrato que ganhou na licitação para atender à frota de oito helicópteros da PM de Minas Gerais.

Ele adiantou que, apesar da sede de sua empresa ser na cidade de Formosa – Goiás, ele alugou um imóvel onde está montando toda a infraestrutura para cumprir o contrato. Segundo ele, o impasse teria sido caudo pelo empresário Cláudio Silva, que não aceitou a derrota da Claro Aviação no processo de licitação. “A justiça decidirá quem tem razão”, resumiu.

Por sua vez, o empresário Cláudio Silva, proprietário da Claro Aviação, afirmou que seu interesse ” não é ganhar o contrato, mas que o serviço de manutenção dos helicópteros seja prestado por uma empresa com experiência no mercado. Há alguns pontos não muito claros nos relatórios de capacidade técnica”, reforçou.

Ele afirmou que o seu embargo ao resultado da licitação foi aceito pela 5a vara Cível de Belo Horizonte. Ele alertou que, em caso de algum acidente ou incêndio, os helicópteros da PM estão em risco, uma vez que não tem recebido manutenção preventiva. Cláudio adiantou que, caso a PM tente um contrato de emergência, também tem argumentos para embargar na Justiça.


Confira a reportagem do G1


Fonte: Hoje em Dia, por Carlos Calaes.