Ele trabalha no ar, no mar e na terra
06 de agosto de 2012 2min de leitura
Policial militar desde 1989, capitão Wolney se tornou um atleta reconhecido no mundo inteiro, e tudo isso no exercício da sua profissão. Esqueça aquela imagem do policial correndo atrás do bandido. Para este aqui, o lugar de trabalho fica nas alturas. Nem o céu é o limite para o capitão Wolney Anderson, integrante do Grupamento Áereo da Polícia Militar da Bahia.
Há 12 anos atuando como paraquedista do Comando de Policiamento Especializado (CPE), Wolney se tornou um atleta dos ares. É recordista das principais competições de salto de paraquedas, realizadas mundo afora.
O último torneio do qual ele participou aconteceu no início deste mês, em Fortaleza, para bater um recorde nordestino, desenhando uma estrela com 30 paraquedistas.
Em 2011, com a mesma perfomance, quebrou o recorde internacional, em parceria com outros 101 paraquedistas, no Arizona, nos Estados Unidos. Para ele, é “um sentimento de prazer e apreensão”, porque ele trabalha para salvar vidas e ainda é um esportista.
Aos 40 anos, o capitão afirma que o segredo é fazer um treinamento constante, “o que nos leva a proficiência e traz a segurança necessária para realizar os saltos”. Em sua atuação de policial-atleta, capitão Wolney acumula algumas histórias, como o salvamento de cinco pessoas, em um prédio em chamas na Baixa de Sapateiros. “As condições eram extremamente perigosas, voamos próximo ao terraço do prédio, no meio da fumaça e do fogo. Um militar desceu fazendo rapel, com a corda amarrada ao helicóptero”, conta o policial, que além de paraquedista é o piloto do helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia.
Vocação familiar
Atuação está no sangue, Wolney Anderson não é o único policial militar que acumula a função de paraquedista. Nem mesmo na sua família. Parece ser um dom, passado pelas gerações. O pai dele, o coronel Barata, e os dois irmãos, Claudiney e Juliano, ambos com a patente de capitão, também atuam como paraquedista militares. “Os saltos mais memoráveis são os que estou acompanhado de amigos e familiares.
Meu pai e os dois irmãos são paraquedistas e minha irmã Karine já fez dois saltos-duplos, acompanhada por um paraquedista experiente”, conta cheio de orgulho o atleta, que não esconde o amor pela profissão e pela atividade que desenvolve. “Saltar é a mistura de dever e prazer”, resume o capitão.
Esporte das antigas
Considerado radical e praticado por homens jovens em sua maioria, o paraquedismo é um esporte muito antigo. De acordo com o site da Confederação Brasileira de Paraquedismo, os primeiros registros da prática são de 1306, quando acrobatas chineses se atiravam de muralhas e torres empunhando um dispositivo semelhante a um grande guarda-chuva que amortecia a chegada ao solo.
Em 1808, pela primeira vez, o paraquedas foi usado como um instrumento de salva-vidas, quando o polonês Kuparenko utilizou-o para saltar de um balão em chamas. As primeiras escolas começaram a surgir pelo mundo em 1930. No Brasil, um ano depois.
Por Maíra Azevedo – [email protected]. Jornal Massa.
Fotos: divulgação Capitão Wolney.
Enviar comentário