A Base de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar de Piracicaba, que abrange Limeira, realizou estudo sobre a implantação de serviço aeromédico para hospitais de Limeira e região. O projeto foi enviado no último mês à Secretaria de Estado da Saúde e aguarda aprovação. A base de Piracicaba começará a operar em novas instalações no começo do ano que vem.

Segundo o subcomandante da base, capitão Milton Gherardi, o estudo é voltado para hospitais de Limeira, Piracicaba, Americana e Rio Claro, com o objetivo de identificar os investimentos necessários para adaptar as unidades, profissionais e aeronave. “É preciso a construção de locais adequados para o pouso nos hospitais e que profissionais da unidade tenham treinamento de como receber um paciente de suporte aéreo. Na aeronave, precisaremos de equipamento de salvamento, um enfermeiro e um médico”, apontou.

Gherardi disse que contatos com universidades da região também foram feitos para estudar a possibilidade de parcerias.

O capitão informou que o levantamento foi realizado com diretores de hospitais públicos e particulares da região sobre o interesse em receber pacientes de suporte aéreo. “A Secretaria de Estado da Saúde levará em conta a localização estratégica de cada hospital e o suporte que cada um poderá oferecer”.

ESTRUTURA

Em Piracicaba, a Santa Casa já conta com um preparo. Provedor do hospital, Adilson Zampieri informou que a Santa Casa conta com um protocolo formatado, em parceria com o helicóptero Águia, de Campinas, e o Corpo de Bombeiros, para realizar atendimento aéreo. “A comunicação é prévia para que nossa equipe possa estar em prontidão, no tempo máximo de 15 minutos. O helicóptero pousa no campo de futebol da área de lazer da Santa Casa. O paciente é embarcado na ambulância e encaminhado por 300 metros para o atendimento”.

Segundo o comandante da Base de Patrulhamento Aéreo da Polícia Militar de Campinas, major Hervem Hudson, responsável pelo resgate do bebê de nove meses que morreu anteontem em acidente da via Anhanguera (SP-330), em Limeira, a criança não foi encaminhada à Santa Casa de Limeira para não comprometer o atendimento. “Limeira teria condições de receber a vítima, mas por já ter recebido outros envolvidos no acidente, é protocolo que se leve para outro hospital, pois o atendimento poderia ser prejudicado”, falou.

O major disse que o único hospital da região que conta com heliponto é o hospital da Unicamp, em Campinas. Quando outras unidades precisam receber o suporte, como aconteceu em Piracicaba, campos de futebol ou estacionamentos são usados. “Limeira é referência em queimados. Como não tem heliponto, se precisarmos encaminhar algum paciente, teríamos que pousar em um campo ou estacionamento”.

Segundo Gherardi, as modificações em estrutura dos hospitais poderão ser realizadas pelo Estado ou em parceria com empresas privadas. A Secretaria de Estado da Saúde avaliará a melhor opção.

O capitão também disse que as novas instalações da base de Piracicaba estarão prontas em janeiro ou fevereiro de 2012. “Ela (nova base) proporcionará um melhor atendimento e terá estrutura para receber o serviço aeromédico. Só será usado, porém, quando o Estado terminar de avaliar e realizar as modificações na estrutura da região”.

Águia atende 227 ocorrências em um ano

O resgate aeromédico da base de Campinas foi acionado 227 vezes em um ano. Segundo o comandante da Base de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar de Campinas, major Hervem Hudson, 187 vítimas foram atendidas até o dia 30 de junho. O hospital para onde são levados os pacientes são definidos com plano de regulamentação.

Hervem disse que o hospital escolhido para receber as vítimas atende de acordo com sua estrutura e proximidade. “Nossa área de atendimento corresponde a 20 minutos de voo da base ao local do acidente, na região de Campinas. Dos 227 acionamentos feitos em um ano, resgatamos 187 pessoas”. Em alguns casos, ele explicou que quando o helicóptero chega ao local do acidente, a vítima já morreu e, por isso, o número de resgates também não foi de 227.

Na região, as Santas Casas de Limeira, Piracicaba, Mogi Mirim e Mogi Guaçu podem receber o resgate aéreo. “Temos o exemplo de Limeira como referência em queimados e Piracicaba, em trauma. Outros hospitais do Estado também recebem o serviço. Definimos os locais com um plano que especifica o que há em cada hospital (plano de regulamentação)”, falou.

Segundo ele, todos os hospitais da região de Campinas recebem os pacientes em helipontos alternativos. Apenas o hospital da Unicamp, de Campinas, conta com heliponto.


Fonte: Jornal de Limeira