BRPAe de São José dos Campos tem mais de 2.700 horas de voo em operação
27 de junho de 2011 4min de leitura
27 de junho de 2011 4min de leitura
São José dos Campos – A esperança veio do céu para 10 pessoas no último dia 3 de fevereiro, em Taubaté. Após um incêndio em um prédio comercial de oito andares na praça Dom Epaminondas, elas ficaram presas na cobertura por uma hora.
O resgate foi feito pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar. Quatro policiais que passaram por treinamento específico fizeram a orientação e remoção das vítimas. De duas em duas, elas foram retiradas do prédio pelo “cesto”, equipamento semelhante a uma rede.
Ações como essa fazem parte da rotina dos 20 policiais , cinco pilotos e 15 praças , que atuam durante as missões do Águia.
Em 2011, 23 pessoas foram salvas no Vale do Paraíba em ações de resgate do helicóptero. Desde 2004, quando o Águia chegou à região, foram 117 pessoas retiradas com vida de situações de emergência.
Atuação
Segundo Paulo Luiz Scachetti Junior, capitão e piloto do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP, o Águia possui duas funções principais: auxiliar na prevenção de crimes com a “visão privilegiada” e atuar no resgate de vítimas. “Temos nossa programação normal, que visa dar apoio aéreo a operações contra o crime. Mas em situações de emergência, o planejamento muda e vamos direto ao local”, diz.
Nesses casos, o alerta é feito por uma sirene, que fica na Base de Radiopatrulha Aérea de São José dos Campos. “Por rádio, recebemos as informações e quando a sirene é acionada, corremos para o helicóptero e vamos ao local levando os equipamentos mais adequados para o resgate”.
Resgate
Nas datas em que o Vale recebe muitos turistas, é comum que o trabalho do Águia seja redirecionado para a região mais movimentada.
Neste feriado de Corpus Christi, por exemplo, o helicóptero reforçou o trabalho em Campos do Jordão e na sexta-feira, resgatou um turista de São Paulo que se perdeu no Horto Florestal, quinta-feira.
O Águia foi acionado na manhã de sexta-feira e, logo depois, conseguiu localizar José Augusto Lima de Sá, 58 anos. “Ele ficou 25 horas perdido. Quando o achamos, estava fraco e com muitas dores. Ele foi levado para um hospital e se recuperou”, diz o major Sérgio Henrique Togashi Toma.
No sábado, a ação foi no Pico dos Marins, em Piquete, quando dois homens de São José foram resgatados, após três dias perdidos.
Câmera apoiará o patrulhamento
Tratado pela Secretaria de Segurança Pública como uma das principais ferramentas de combate ao crime e resgate de vítimas, o helicóptero Águia vem recebendo investimentos para que sua tecnologia seja aprimorada.
Na capital paulista, os helicópteros foram equipados com o ‘Olho de Águia’, que permite o monitoramento e a difusão, ao vivo, de imagens captadas durante o acompanhamento de ocorrências.
“As câmeras dão ao policial uma visão que ele não teria a olho nu. Ainda está em estudo, mas deve ser expandido para todo o estado e isso ajudaria inclusive a fazer rondas noturnas”, diz o capitão Paulo Luiz Scachetti Junior. Hoje, quando o Águia é usado no período noturno, os policiais carregam um holofote para direcionar a iluminação durante a ronda.
Números da atividade
Desde que chegou ao Vale do Paraíba em 2004 até o dia 20 de junho de 2011, o helicóptero Águia acumulou 2.712 horas de voo, o equivalente a três meses e 23 dias.
Neste período, o helicóptero fez 5.293 voos de apoio à operações de prevenção ao crime da PM e também em buscas a criminosos em fuga.
De acordo com os dados da corporação, nestas buscas, 96 veículos foram localizados, 50 armas foram apreendidas e 260 pessoas detidas. “Hoje o trabalho integrado ajudou nossa produtividade a ficar maior. Temos uma rotina organizada e nossas missões já têm um papel bem definido”, diz o major Sergio Henrique Togashi Toma, comandante Base de Radiopatrulha Aérea de São José dos Campos, subunidade do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP, que tem sede em São Paulo – capital.
Experiência
As exigências para que o policial possa entrar para o grupamento aéreo e voar no Águia também visam ampliar os resultados.
O policial precisa ter pelo menos dois anos de experiência com policiamento preventivo. Então, ele aguarda que uma vaga seja aberta e se inscreve em um concurso. “Caso seja aprovado, ele terá de fazer um treinamento para aprender o mínimo sobre planejamento de voo. Depois disso, poderá ingressar e ainda será incluso aos poucos”.
A intenção é que o policial ao ingressar no Grupamento saiba como funciona a prevenção ao crime além de ter conhecimentos técnicos para casos de emergência.
Fonte: O Vale.
Fotos: Johnny de Chiara/Divulgação e Thiago Leon.
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