Em Machadinho do Oeste/RO o Falcão 01 fez a diferença
14 de fevereiro de 2011 2min de leitura
14 de fevereiro de 2011 2min de leitura
EDUARDO ANTONIO LEAL FERNANDES
No dia 27 de janeiro, às 12:30 hs, recebi uma ordem de apoiar, no dia 28, uma operação de cumprimento de mandado de prisão e busca com o FALCÃO 01 na cidade de Machadinho do Oeste – RO.
Como a operação era sigilosa, só tive conhecimento dos fatos na noite do dia 27, já na cidade de Ariquemes – RO, que ficava distante 60 nm do alvo, o qual era uma residência na área rural da cidade de Machadinho do Oeste – RO.
Às 05:30 hs do dia 28, partimos para a missão e o clima não estava ajudando muito, com o céu totalmente encoberto e uma leva garoa.
Com 20 nm se tornou impossível prosseguir na rota, pois nuvens que aqui chamamos de “barba de bode” estavam coladas com as árvores e tive que realizar alguns desvios que me tiraram da rota cerca de 45º para a direita, atrasando a minha chegada no local da missão.
A cerca de 07 nm do alvo pensei em pousar, pois o vento e a chuva tinha aumentado muito. O FALCÃO 01 balançava bastante e notei algumas discrepâncias no velocímetro, altímetro e climb. Fiz como meu ilustre e célebre instrutor Alberto me ensinou. Diminui a velocidade e continuei no “visual”.
A esta altura estávamos todos molhados dentro da aeronave, pois estávamos sem porta, aparecia água de todo canto, mas ainda dava para prosseguir no “visual”, com local de pouso abaixo de nós.
Quando estávamos a cerca de 04 nm o “silêncio rádio” foi quebrado com gritos e disparos de arma de fogo e a precipitação aumentara. Tratei de aumentar a velocidade do FALCÃO 01 e anunciei minha posição via rádio, para os 07 Guerreiros do GASE (Grupo de Ações na Selva) da Companhia de Operações Especiais – COE, que estavam mantendo o cerco à residência desde as 02:00 hs, me sendo relatado que um elemento já tinha sido alvejado e que possivelmente teria outro homiziado com uma espingarda calibre 12.
Em minutos alcancei o alvo e passamos a operar conjuntamente. Tentei realizar um pouso no local para cumprimentar e abraçar os Guerreiros pelo sucesso da missão, mas o vento estava forte e variando muito, então resolvi retornar para Ariquemes.
Quando anunciei minha retirada do local pelo rádio foi quando tive a resposta, que acho que deva arrepiar qualquer um, do Policial Militar Cleisson dizendo: ”Comandante…, muito obrigado pelo seu apoio, resolvemos iniciar a operação porque não tínhamos a certeza da chegada do senhor, em virtude da chuva… está chovendo desde as 03:00hs… só éramos nós sete e não sabíamos o que enfrentaríamos, passamos apertos durante a madrugada que quase denunciaram as nossas posições… Eu vibrei quando ouvi o barulho do helicóptero… eu sabia que o senhor viria!!!!”
A partir deste instante soaram agradecimentos em forma de gritos no rádio, enaltecendo o singelo (Schweizer 300) FALCÃO 01, até este momento somente o meu corpo estava lavado em virtude da forte chuva, mas a partir daí minha alma também ficou lavada, realizei uma passagem (padrão) sobre o local e voltei para Ariquemes.
Fonte: Texto de Eduardo Antonio Leal Fernandes (Cap PM Leal).
Este artigo se refere a esta ocorrência: Jornal Eletrônico – Rondônia ao vivo.
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