A equipe do Grupamento Aéreo da Polícia Militar do Paraná (Graer/PMPR), enviada para ajudar as vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro, já retirou 20 pessoas de locais alagados. O reforço paranaense chegou àquela região, no domingo (16), para auxiliar em ações de resgate e distribuição de alimentos.

A equipe também retirou nove pessoas que estavam isoladas há uma semana no Buraco do Sapo (Sumidouro) e foram os primeiros a localizar e fazer contato, na segunda-feira (17), com seis famílias isoladas no distrito de Santa Rita.

“Realizamos busca, salvamento e entrega de medicamentos e alimentação principalmente para pessoas que estão ilhadas”, conta o comandante do Graer, tenente-coronel Orlando Artur da Costa. A equipe paranaense também transporta tropas da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros, para localização e trabalho de serra, busca com cães e condução de pessoas enfermas.

“Na segunda-feira (17), localizamos e entregamos alimentação para seis famílias que até então não haviam tido nenhum contato com os órgãos do governo. Somente de helicóptero foi possível chegar a essa localidade, próximo ao distrito de Sumidouro, que chamam de Buraco do Sapo”, disse o comandante. De acordo com ele, as vítimas elas já passavam fome e estavam sem água, mas não havia ninguém ferido. “A localização foi à noite. Eles nos revelaram que vários parentes e conhecidos haviam falecido devido às enchentes e os deslizamentos ocorridos naquela semana”.

TRABALHO – A aeronave conseguiu fazer sobrevôos na maior parte dois dias, salvo na manhã do domingo devido às fortes chuvas. “Saímos de Curitiba no sábado (15) à tarde e por questão metereológica tivemos que fazer um pouso técnico na cidade de Ubatuba (SP), onde também abastecemos o helicóptero. No dia seguinte, pela manhã, chegamos ao Rio de Janeiro, diretamente em Teresópolis, onde se encontra a base das operações aéreas, envolvendo o exército, a Força Nacional, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Polícia Civil”, relata o comandante.

Todos os órgãos de segurança pública estão naquele local para deslocar pessoal, mantimentos e remédios. “São muitas ainda as pessoas desaparecidas, soterradas. Todos os dias estão sendo encontrados corpos, sendo trazidos de helicóptero para Teresópolis, para identificação dos familiares”, descreve Artur. “O helicóptero é fundamental tendo em vista que há muitos locais ainda isolados”, acrescenta o comandante.

EQUIPE – A equipe enviada ao Rio de Janeiro é formada por policiais e bombeiros militares e mais um mecânico. “O grupo foi composto desta forma para que seja autossuficiente, a ideia é levar todo o material necessário para o funcionamento do helicóptero para não dar trabalho às outras equipes, e sim ajudar”, explica o tenente-coronel Artur.

O helicóptero tem autonomia para 3h30 de vôo e capacidade para seis pessoas mais os equipamentos. “Estamos à disposição da secretaria de segurança pública do Rio de Janeiro apoiando nos resgates e condução de equipamentos e mantimentos. A grande dificuldade aqui é o acesso por terra, por isso a aeronave será muito útil”, garante Artur.

A equipe enviada já vivenciou outras situações parecidas com a do Rio de Janeiro, como é o caso de Santa Catarina que foi atingida por fortes chuvas em 2008. “Foram 25 dias de trabalho intenso, por isso estão preparados para a atividade. Além disso, já realizaram diversos salvamentos no estado, por exemplo, na Operação Viva o Verão, recentemente”, enfatiza o comandante.


Fonte: Agência de Notícias do Paraná