Em 17 de dezembro de 2010 a tripulação de serviço do Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar do Amazonas foi acionado por volta das 03h30 da manhã a fim de apoiar a PF no município de Anamã (distante 168 NM de Manaus) às margens do Rio Solimões, as informações diziam que Policiais Federais em operação no Rio Solimões haviam trocado tiros com uma embarcação de traficantes peruanos e que haviam policiais feridos.

A equipe decolou da Base GRAer no aeródromo de Flores em Manaus assim que o sol nasceu, conduzindo o Delegado Sérgio Fontes – Superintendente da PF no Amazonas, chegando na cidade de Anamã pousando ao lado do hospital da cidade, onde se constatou que os Agentes Federais Mauro Lobo e Leonardo Matzunaga foram a óbito enquanto o Agente Federal Charles Nascimento havia sido alvejado com tiros de fuzil no braço e na perna. Assim que o médico responsável pelo hospital da cidade de Anamã autorizou, o Agente Charles foi conduzido para Manaus a fim de que sofresse intervenção cirúrgica no Hospital Pronto Socorro João Lúcio.

Águia 01 do GRAer/AM e embarcação na Base do Rio Solimões

A partir de então foi determinado pela PF no Amazonas que fossem feitas operações para a captura dos traficantes foragidos. Após contato com o Comando da Polícia Militar algumas unidades foram acionadas para apoiar a operação de cerco e perseguição dos traficantes em área de selva, entre elas o Grupamento Aéreo/GRAer, o Batalhão de Resposta, Apoio e Intervenção Operacional/RAIO com os seus Comandos e Operações Especiais/COE e o CANIL da PM com cães de busca. Além do apoio do Grupo FERA da Polícia Civil e da Secretaria de Inteligência/SEAI.

Após investigações concluiu-se que participaram da ocorrência no Rio Solimões 04 (quatro) traficantes peruanos e 02 (dois) traficantes brasileiros e que portavam armas de grosso calibre (fuzis). As equipes da PF montaram uma base operacional em uma embarcação, com equipamentos de visão noturna, armamento e demais equipamentos necessários para o êxito da missão. A partir de então foi traçado um perímetro de buscas onde equipes de solo incursionavam pela selva e o helicóptero policial dava cobertura e auxiliava nas buscas e varreduras.

Fuzis Galil apreendidos

Três dias após a deflagração da operação foram presos 03 (três) dos 06 (seis) integrantes da quadrilha, porém os lideres ainda estavam na área de selva e avançando no terreno. Após passado quase um mês do início das buscas não se tinha mais sinais dos demais infratores, quando uma informação importante fez mudar o perímetro de varredura, na localidade conhecida como ilha do Paratari, na região rural do município de Manacapuru. Nessa nova localidade as buscas continuaram. Quando no dia 01 de janeiro de 2011 o peruano Isaac Vasquez foi preso, a partir dele conseguiu-se localizar 02 (dois) fuzis 5,56 Galil e soube-se que havia mais 02 (fuzis) com os outros traficantes que estavam na ilha.

Durante as constantes incursões na área de selva e o trabalho do serviço de inteligência as equipes de solo conseguiram encontrar o ponto de apoio dos outros perseguidos, onde eles procuravam dormir e descansar de dia e avançar no terreno a noite, quando a aeronave não mais sobrevoava a região.

Nos dia 04 de janeiro houve um contato de Policiais Militares do Batalhão RAIO com os dois peruanos em área de selva, houve troca de tiros e um peruano foi a óbito enquanto o outro fugiu. No dia 06 de janeiro as equipes permaneceram em uma região de praia utilizando o binóculo de visão noturna SOFIR, quando avistaram o último peruano que não quis se entregar e na troca de tiro foi baleado, morrendo antes de chegar em Manaus.

Essa operação durou quase 60 (sessenta) dias e mostrou o valor da instituição Polícia Federal que não deixou que policiais que compõem seus quadros morressem em vão e do valor dos policiais brasileiros (Federais e Militares) que mesmo na época de fim de ano não deixaram se abater e permaneceram na missão, mesmo distante de seus familiares.

Confira as fotos da operação:


Fonte: GRAer/AM