CENIPA publica Relatório Final de acidente com helicóptero do NOTAER/ES
15 de novembro de 2022 3min de leitura
15 de novembro de 2022 3min de leitura
Espírito Santo – Mais de quatro anos após o acidente de helicóptero do NOTAER/ES, ocorrido no dia 10 de agosto de 2018, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, finalizou o relatório do incidente na Fazenda do Incaper, em Domingos Martins.
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O documento, publicado em 21 de setembro, apontou fatores que podem ter contribuído para a queda da aeronave, ocorrida no momento em que o piloto pousava em um campo de futebol da cidade da região serrana.
Segundo as investigações, toda a documentação relacionada ao uso do helicóptero estava em dia. Também não foram constatadas falhas mecânicas.
Porém, aponta que o percurso entre Vila Velha e Domingos Martins foi feito sem um planejamento de voo. O relatório enfatiza que a decisão de prosseguir com o pouso sem apoio auxiliar de uma equipe de solo prejudicou a avaliação de risco da ação.
“A decisão de prosseguir com o pouso sem o apoio da equipe de solo da Casa Militar do Governo para informar se a área estava ou não livre de obstáculos, conforme a doutrina consolidada na UAP (Unidade Aérea Pública), caracterizou a inadequada avaliação dos possíveis riscos envolvidos na operação, assim como uma inadequação dos trabalhos de preparação para o voo”, apontou o relatório, indicando uma falha de segurança da Casa Militar.
Além disso, a pintura desgastada de uma trave de futebol contribuiu para que a manobra de decolagem fosse prejudicada.
“A pintura da trave era da cor cinza, estava bastante desgastada e apresentava ferrugem em diversos pontos, oferecendo pouco contraste em relação ao gramado do local”, destacou.
O relatório diz que, na tarde do acidente, a iluminação natural no local da queda era reduzida em virtude da sombra produzida pela topografia do lugar.
A pouca luminosidade somada à presença da trave no local de pouso resultou na falha no pouso. O piloto teve dificuldade em distinguir o objeto próximo ao helicóptero, segundo o documento.
“Depois de posicionar a aeronave em voo pairado, no centro do campo, o piloto comandou um giro à esquerda para concluir o procedimento de pouso e, nesse momento, o rotor de cauda do helicóptero colidiu contra a trave de futebol”, narra.
“Após o primeiro impacto, o helicóptero se desestabilizou e iniciou um giro sem controle à esquerda, o que resultou na colisão do rotor principal contra o terreno e no tombamento da aeronave para a direita. Os destroços ficaram agrupados no centro do campo de futebol”, descreveu.
O documento sugere, ainda, que a tripulação tenha ficado pressionada em cumprir o voo no menor tempo possível ao transportar o governador, autoridade máxima.
“Adicionalmente, o fato de ter a maior autoridade do Estado como passageira pode ter acarretado pressões autoimpostas para que o voo fosse concluído no menor tempo possível. Essa condição poderia produzir dificuldades para perceber, analisar e escolher a alternativa mais adequada, comprometendo a qualidade do processo decisório da tripulação”, ressalta.
O Cenipa recomenda que a Casa Militar do Governo do Espírito Santo aprimore os procedimentos, as instruções e as orientações de seu sistema de segurança. O documento destaca, porém, que o objetivo do relatório não é culpabilizar ninguém e sim identificar o que o pode ser aprimorado para evitar novas ocorrências.
Veja abaixo o link do relatorio final
RELATÓRIO FINAL A-133/CENIPA/2018
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