O operador aerotático e o uso de aeronaves no contexto da Segurança Pública
02 de julho de 2022 3min de leitura
02 de julho de 2022 3min de leitura
Ceará – Para reforçar a atuação em ações policiais de maior complexidade, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) conta com o trabalho de profissionais capacitados a realizarem abordagens aéreas, com a utilização de helicópteros, por meio da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (CIOPAER). Em 24 de junho, data em que foi comemorado o Dia do Operador Aerotático, a SSPDS homenageou o profissional da segurança especializado nas operações aéreas.
O trabalho do operador aerotático é fundamental em ações em que é necessário o emprego de aeronaves, como em buscas e resgates em diversos contextos, seja em ocorrências em terra firme, mata fechada ou mar. O operador aerotático, anteriormente conhecido como tripulante operacional, também atua oferecendo suporte em situações de cerco policial, dando apoio a equipes em solo.
O 3º sargento da Polícia Militar do Ceará (PMCE), José Lucas de Sant’anna Morais, egresso em 2009 na corporação, passou a fazer parte do quadro da Ciopaer em 2015, mas desde 2018 atua como operador aerotático. “Depois de três anos na função de apoio solo e uma tentativa no curso de tripulante, tentei novamente e consegui terminar o curso. Me formei como tripulante e agora sou operador aerotático”, disse. Segundo ele, a atuação dos profissionais ocorre em quatro tipos de operações. “Operação de resgate de afogados, resgate veicular, resgate de pessoas que se perderam em matas e trilhas, e apoio policial, que, na verdade, é o tipo de operação que a gente mais executa”, destacou.
Sobre atuar na CIOPAER, o policial militar afirmou ser a realização de um sonho. “Pouco tempo depois que eu entrei na PMCE, eu já tinha essa vontade de vir pra cá e trabalhar embarcado como operador aerotático. Aos poucos, fui me formando, treinando e trabalhando para isso. Então, graças a Deus, consegui, e hoje faço parte da Ciopaer. Foi, realmente, um sonho realizado. Realmente gosto muito do que faço, isso aí não tem preço”, ressaltou o PM.
O 3º sargento Sant’anna comentou, ainda, que o caso que mais marcou a sua atuação como operador aerotático foi o resgate de duas perdidas em São Gonçalo do Amarante – Área Integrada de Segurança 23 (AIS 23). “Foi uma ocorrência complicada. As pessoas conseguiram sinal de celular, telefonaram para a base da CIOPAER, e ficou um operador em contato com eles e conosco, na aeronave, dizendo um ponto de referência”, lembra. O operador disse que, naquele dia, realmente sentiu a dificuldade que ocorre em uma busca. “Procuramos por eles umas duas vezes, eles nos viram, mas não vimos eles, então eles falaram novamente onde estavam, deram a referência de uma cerca, me lembro disso. E aí, enfim, conseguimos ver um deles no topo de uma árvore, acenando com uma blusa. Então pousamos e fomos ao encontro deles. A satisfação, alegria deles por terem nos encontrado e resgatarmos eles, foi muito gratificante. Assim como a satisfação e alegria no olhar dos dois rapazes que estavam perdidos”, concluiu.
Curso de Formação
A formação do operador aerotático ocorre no Curso de Operador Aerotático (Coat), realizado por meio da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE) e conta com 428 horas/aula, dispostas em um intervalo entre 40 e 45 dias. De acordo com o 3º sargento Sant’anna, o curso conta com disciplinas de salvamento aquático e em altura, tiro em solo e embarcado e noções de legislação de aviação.
“Durante o curso, somos levados aos nossos limites físico e psicológico, porque, em ocorrências reais, nós realmente precisamos ficar na mata um ou dois dias, ou horas dentro do mar, às vezes esperando a aeronave voltar para resgatar o operador que ficou, para salvar a vítima. Então, no treinamento, nós passamos por essas situações para que sejamos avaliados, se nós iremos conseguir atuar na ocorrência de forma satisfatória”, concluiu o operador.
Enviar comentário