Minas Gerais – Dois helicópteros que compõem a frota do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais foram retirados de circulação momentaneamente por falta de seguro. De acordo com informações do governo do estado, o prazo da garantia expirou na última semana de julho de 2021, o que contribuiu para eles serem afastados da corporação.
Frota do Corpo de Bombeiros conta com sete aeronaves, que são usadas para diversos fins, entre eles, distribuição de vacinas (Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Frota do Corpo de Bombeiros conta com sete aeronaves, que são usadas para diversos fins,
entre eles, distribuição de vacinas (Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Ao todo, o Corpo de Bombeiros conta atualmente com sete aeronaves, das quais cinco estão com a apólice de seguro em vigência. No entanto, informações obtidas pelo Estado de Minas mostram que algumas funções ficaram paralisadas em todo o estado em função do déficit na frota, tais quais:
  • resgate de vítimas em locais de difícil acesso (como matas, cachoeiras) ou longínquos (acidente em estrada);
  • transporte de órgãos para transplantes;
  • combate a queimadas.
Desde janeiro, os helicópteros também têm sido usados para o transporte de vacinas para todo o estado.
Acidente

O assunto veio à tona e surgiu como preocupação depois que BOA/CBMMG: Helicóptero Arcanjo 05 sofre acidente em Minas Gerais, no Norte de Minas, com quatro pessoas a bordo.

A aeronave aterrissava em uma área de terra e, na manobra, subiu uma nuvem de poeira (efeito conhecido no meio como ‘brown out’) que desorientou o piloto e levou à queda. Os bombeiros faziam resgate de uma vítima com risco de infarto.

O Corpo de Bombeiros explicou que, no momento do acidente, todas as aeronaves estavam com o seguro em dia. Ele é renovado anualmente pelo governo do estado.

‘Sem interessados’

O problema nas duas aeronaves sem seguro se refere ao processo de licitação que ficou pendente por falta de interessados. Os modelos irregulares não foram divulgados pela corporação.

“Como o vencimento do seguro de algumas das aeronaves aconteceu na semana passada e o pregão realizado para a aquisição de novo seguro resultou deserto, está sendo realizado novo processo de compras para efetivação da renovação do seguro”, diz a nota da corporação.

O governo do estado alegou que não há uma data específica para nova licitação por isso, não há prazo para que as aeronaves voltem a circular.

“As aeronaves cujos seguros venceram permanecem em perfeitas condições de voo, todavia o emprego das aeronaves nesse curto ínterim de ajuste da apólice está sendo mais criterioso e restritivo considerando a especificidade da situação”, completa a nota.

Sem demonstração

Em virtude do déficit na frota, o Corpo de Bombeiros não usou nenhum helicóptero nas demonstrações do lançamento do plano de resposta para prevenção e combate aos incêndios florestais no Parque Estadual do Serra do rolo Moça, em Nova Lima, na Grande BH, nesta terça-feira (13/6). A única aeronave que estava à disposição precisou ser deslocada para atender a uma ocorrência.

Na operação de busca pelos restos mortais da tragédia na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, a corporação já não utiliza mais as aeronaves nos trabalhos.

Ainda que o seguro do casco não esteja em dia em dois helicópteros, o Corpo de Bombeiros alega que o seguro aeronáutico encontra-se válido e vigente em todas as aeronaves da frota. Este último protege os proprietários de aeronaves e empresas que atuam no setor da aviação em geral, contra os riscos da atividade.