Congestionamento faz paciente ser transportado por helicóptero para fazer transplante em SP
14 de setembro de 2010 3min de leitura
14 de setembro de 2010 3min de leitura
Paciente de Santos precisava chegar ao Incor em duas horas, mas estava preso no trânsito.
Uma mobilização do Corpo de Bombeiros e do helicóptero Águia 11, do GRPAe da Polícia Militar, possibilitou que um rapaz de 19 anos, morador de Santos (a 68 km da capital), pudesse chegar a tempo de realizar um transplante de pulmão em São Paulo na manhã desta terça-feira (14). Ele espera há um ano e quatro meses pelo procedimento.
Rafael Faour Vasques recebeu a ligação do Incor (Instituto do Coração) por volta das 8h, com a informação de um órgão compatível com o que ele aguardava. Para realizar o transplante, o estudante deveria chegar ao instituto às 10h. O rapaz e a mãe, Karly Faour, embarcaram em um táxi no mesmo momento, mas ficaram presos no trânsito, na rodovia dos Imigrantes.
Desesperada, a mulher acionou o Corpo de Bombeiros de Santos e pediu ajuda, com medo que o filho perdesse a oportunidade de operação. O Corpo de Bombeiros acionou o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar e pediu apoio do helicóptero Águia para a remover o paciente.
O GRPAe fez contato com a mãe e ao mesmo tempo foi contactado o Incor, a fim de colher maiores informações sobre o caso. Com todas os detalhes, a equipe de serviço do GRPAe orientou que aguardassem a aeronave próximo ao km 16 da Rodovia dos Imigrantes, no trevo de Diadema. Neste momento a aeronave decolava com a equipe médica. Poucos minutos depois a aeronave estava pousada no trevo de Diadema embarcando o rapaz.
O pouso na rodovia aconteceu por volta das 9h30 e o rapaz chegou ao hospital por volta das 9h50. A mãe dele diz que nunca tinha entrado em um helicóptero.
– Os bombeiros me auxiliaram pelo telefone o tempo todo. O foco era chegar logo no hospital, então não deu nem tempo de ficar com medo.
De acordo com o Incor, o prazo para que o paciente chegue ao instituto depois de feito o contato é de no máximo duas horas, para que exista tempo hábil de realizar os procedimentos pré-cirurgicos.
O cirurgião Marcos Samanco, do programa de transplantes de pulmão do instituto, fala sobre a dificuldade do procedimento:
– Este é um dos transplantes mais complexos, por conta da fragilidade do órgão. O tempo de retirada do pulmão do doador e o implante no receptor tem que acontecer, no máximo, em seis horas. Por isso a localização e chegada rápida do paciente é tão importante para o processo de avaliação de compatibilidade.
O médico ressalta ainda que apenas 5% dos órgãos que chegam para doação são transplantados, por conta desta complexidade. Entre três e quatro transplantes deste tipo são realizados no Incor por mês.
Vasques nasceu com bronquiectasia, que é o alargamento dos brônquios (tubos que levam o ar aos pulmões). Esta distorção é considerada irreversível e em maio do ano passado foi detectada a necessidade de transplante para o rapaz.
Esta é a segunda vez que o estudante tenta a operação – na primeira tentativa o órgão do doador não teve condições para o procedimento.
Fonte: Luciana Bertolli, da Agência Record
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