Dois helicópteros são apreendidos em operação que prendeu traficante internacional
25 de setembro de 2019 5min de leitura
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A operação da Polícia Civil de São Paulo que prendeu o traficante internacional André do Rap, no domingo (15/09), apreendeu dois helicópteros, um deles avaliado em R$ 7 milhões, uma lancha Azimut, de 60 pés, avaliada em R$ 6 milhões, e um veículo modelo Tucson.
A polícia buscava o traficante havia três meses e recebeu a informação na noite de sábado (14/09) que havia uma pessoa morando com nome falso em uma mansão em Angra dos Reis, no litoral fluminense, que acabara de comprar uma lancha de R$ 6 milhões. Ele estava foragido desde 2017.
Segundo o delegado Fábio Pinheiro, da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), André veio de Angra dos Reis para São Paulo no helicóptero preto e amarelo que ele diz não ser dele.
“Ele estava com esse helicóptero B4, avaliado em mais ou menos R$ 7 milhões e fora esse helicóptero, tem mais um helicóptero que está aqui no Campo de Marte, que esse, pelo que consta, realmente é dele. [O amarelo e preto] ele está dizendo que fazia permuta e que não é dele”, disse.
“Para falar a verdade, chegamos a ele por causa da lancha. A gente ficou sabendo que quem comprou a lancha é uma pessoa que não tem capacidade fiscal. Ficamos monitorando a lancha e chegamos até ele”, completou.
O diretor do Departamento de Operações Policiais (Dope), Oswaldo Nico Gonçalves, concorda que a compra da lancha foi decisiva para encontrar o traficante. “Ele estava brincando, achando que nunca ia ser preso”, disse.
Com a informação de que a lancha estava ancorada na área da mansão, mas ainda sem confirmação visual de que André estaria lá, uma equipe com 23 policiais do Garra, do Dope e da Divisão Antisequestro foi para Angra dos Reis.
Os suspeitos estavam dormindo quando a polícia chegou à mansão, por volta das 6h30. Outras duas pessoas, com mandados de prisão em aberto por envolvimento com o tráfico, foram presas com André. O traficante chegou ao Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, por volta das 14h deste domingo.
A casa em que estavam era alugada, mas ele tinha uma mansão na cidade, fora de um condomínio.
“Não tinha armamento. Ele se dizia empresário para todo mundo. Tinha assim, vários empregados, tinham três marinheiros, tinha muita bebida, muita comida, uma fartura total, estava com várias mulheres lá. mas não havia festa nenhuma. Chegamos lá e eles tinham acabado de acordar”, disse Fábio.
Além da lancha de 60 pés avaliada em R$ 6 milhões, dois helicópteros foram aprendidos, um deles avaliado em R$ 7 milhões. Segundo o delegado, André veio de Angra dos Reis para São Paulo em um helicóptero que ele diz não ser dele.
Apontado pela polícia como um dos líderes do PCC, facção que age dentro e fora dos presídios, André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, substituiu Wagner Ferreira, o “Cabelo Duro” assassinado na porta de um hotel no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, logo depois das mortes de Gegê do Mangue e do Paca, no Ceará.
Segundo o delegado, ele era o número 1 do PCC no tráfico internacional. “O impacto da prisão dele é grande porque é um dos cabeças do envio de drogas para a Europa”.
“Segundo as informações das agências internacionais ele é um dos criminosos que encabeçam o envio de drogas para a Europa, de cocaína. Essa cocaína vai via Porto de Santos para um porto na Calábria, na Itália, chamado Joia Tauro. E de lá ela é distribuída para a Europa inteira”, disse.
De acordo com o delegado, dois chefes da Nhandreta, que é a máfia da Calábria, foram presos há cerca de 40 dias na Baixada Santista pela Polícia Federal e a suspeita é a de que tenham relação com André.
Para Nico, a prisão de André do Rap atinge o setor financeiro da facção. “É quebrar as duas pernas, digamos assim. É um impacto financeiro muito grande, ele é o chefe do tráfico internacional. Nós conseguimos quebrar as pernas. Quebrar as pernas financeiramente”, afirmou.
André já ficou sete anos e meio preso e tem uma pena de 14 anos por tráfico internacional em aberto. Ele deve ficar em um presídio de trânsito até cumprir a prisão preventiva. Depois, assim que a Justiça Federal designar, ele deve ir para um presídio federal ou para um presídio do estado de São Paulo.
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