Rio de Janeiro – Durante entrevista ao telejornal “Bom Dia Rio” na ultima quarta-feira (21/08) o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), Marcus Vinícius Braga, revelou detalhes do protocolo sigiloso da instituição para uso de helicópteros em operações da corporação.
![Helicóptero da Polícia Civil é apresentado ao público, em setembro de 2008; apelidado prontamente de Caveirão Voador - Foto divulgação Foto: Divulgação](https://www.pilotopolicial.com.br/wp-content/uploads/2019/08/xUso-de-helicopteros-em-acoes-policiais.jpg.pagespeed.ic_.qZoYyhEeui-696x418.jpg)
“A gente agora avançou muito. Fizemos um protocolo para operações com helicóptero. O protocolo, por óbvio, é sigiloso para resguardar a vida dos policiais e dos inocentes que estão em baixo. Porém, adiantando, no protocolo existe agora a progressão da força. Obviamente, se tiver uma reação muito forte não tem jeito. Em alguns lugares, a gente usa armamento não-letal para não utilizar armamento letal.’, revelou o secretário.
No último dia 8, a Secretaria da PCERJ aprovou um manual operacional de uso das aeronaves da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), cujo conteúdo não foi revelado.
A aprovação foi publicada no Diário Oficial (D.O) e assinada pelo secretário Marcus Vinícius Braga, que atribuiu grau secreto ao documento. Isso significa que o sigilo tem validade de 15 anos. O acesso é restrito a quem participou de sua elaboração, ao secretário e autoridades acima dele, como o governador Wilson Witzel.
Durante uma operação na Cidade de Deus na terça-feira (20/08), agentes da Core a bordo de um helicóptero lançaram uma bomba de efeito moral na comunidade. Vídeos mostram a aeronave sobrevoando uma rua residencial da comunidade quando lança o artefato explosivo; pouco depois, há um clarão e um estrondo.
De acordo com a PCERJ, a bomba não é letal e foi usada para auxiliar equipes da corporação que estavam sendo alvos de granadas disparadas por criminosos. Em nota, a instituição informou que o uso do artefato teve como objetivo “minimizar a necessidade de emprego de arma de fogo, considerando que a área tem grande concentração de residências”.
Na entrevista, Braga defendeu o uso de aeronaves em operações policiais:
“Quando não tem o (helicóptero) Águia, a reportagem mostra de 30 a 40 minutos de tiroteio. O tempo médio de tiroteio (em operações) com a presença do Águia é 3 minutos – afirmou ele – O Águia tem uma visão privilegiada. O tiro do Águia ele é certeiro porque ele está vendo o solo. O tiro na horizontal, só Deus sabe.” explicou o secretário.
Após um sequestro de um ônibus na Ponte Rio-Niterói nesta terça-feira, o governador Wilson Witzel afirmou que pretende ingressar no Supremo Tribunal Federal com medida judicial para garantir o direito de policiais abaterem criminosos que estiverem portando fuzis nas ruas.
Hoje a legislação penal só considera legítima defesa os casos em que o policial revida o tiro ou ameaça de um agressor para defender a própria vida ou a de terceiros. O chefe da Polícia Civil comentou ainda as mortes de seis jovens de áreas periféricas em menos de uma semana no começo do mês:
“O que eu posso adiantar é que as seis investigações estão sendo muito bem trabalhadas. Provavelmente, 2 ou 3, em até 30 dias a gente consegue (terminar). E as outras vão depender um pouquinho mais de informação.”, enfatizou.
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