SSP/TO forma 12 operadores aerotáticos para atuação em multimissões
21 de junho de 2019 7min de leitura
21 de junho de 2019 7min de leitura
Tocantins – Os novos falcões, como são conhecidos os operadores aerotáticos do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER/TO), órgão vinculado à Superintendência de Segurança Integrada da Secretaria de Segurança Pública, celebraram na última quarta-feira, 19/06, uma conquista histórica.
Eles finalizaram com êxito o I Curso Operacional Aerotático (COA) e receberam várias homenagens e honras em solenidade especial com os chefes das forças de segurança do Tocantins e familiares dos formandos.
O curso foi ministrado nas dependências da Escola Superior de Polícia (ESPOL) e também em campo. Teve a duração de 54 dias, e contou com a participação inicial de 28 alunos, sendo doze concluintes, dez do Tocantins e dois do Amapá.
No início da solenidade, os espectadores assistiram à realização de manobras pelos formandos, com o uso do helicóptero da SSP, “Tocantins 01”. Eles realizaram três técnicas distintas de infiltração de tropa: a primeira delas, no desembarque em vôo pairado; a segunda em desembarque no avançado e a terceira no desembarque em rapel.
Multimissão
Tomado pela emoção, o Major da PM, Denys Gomes Dalla, coordenador do curso, destacou que esses homens querem combater a criminalidade e dar apoio aéreo na Segurança Pública do Tocantins.
“O primeiro COA demonstrou quão valorosos são os guerreiros que compõem este grupamento aéreo. O curso virou um projeto de vida para todos, voltado para atuação multimissão de policiais e bombeiros. Não nos amedrontamos com as dificuldades que apareciam.
Propomos fazer um curso a custo mínimo para o Estado, disponibilizamos os melhores instrutores para um curso de alto nível”.
Por fim, o secretário de Estado da Segurança Pública, Cristiano Sampaio, reforçou o caráter histórico do Curso e voltou a enfatizar a conquista de cada um dos formandos. “É um dia de vitória, o esforço e a dedicação que esse momento representa. A família também é importante nesse processo, pois são os que sentem mais falta do policial que está todo dia nas ruas, cada vez que ele sai para cumprir uma missão. O CIOPAER ganha, a integração entre as instituições ganha, as forças de segurança ganham e a sociedade também. A tarefa da polícia não é uma tarefa fácil, é extensa e é desafiadora”.
A solenidade se encerrou com o descerramento da placa de conclusão do I Curso de Operador Aerotático do Tocantins.
Certa vez, Einstein, falou que a força mais poderosa que existe, maior que o vapor, a eletricidade e a energia atômica, é a vontade. No meio operacional essa vontade, nós chamamos de “querência”.
E aqui, em nossa frente há 12 homens que querem. E querem muito. Querem voar para servir a sociedade, querem descer de rapel para alcançar uma vítima muito ferida, querem combater o novo cangaço, querem ser o apoio aéreo na segurança pública.
Muitos vão se perguntar para que tudo isso. Eu penso que mesmo que expliquemos maravilhosamente, não conseguiremos convence-los. Mas tenho certeza, que aquela vítima da Serra do Carmo, alcançada somente com helicóptero vai dizer: eu sabia que vocês viriam.
O Curso de Operador Aerotático é um sonho antigo da unidade. Ele é muito mais que aumentar o efetivo. Ele é um portal para a maturidade do grupamento aéreo. Possibilidade de consolidação da doutrina de operações aéreas do estado. O I COA demonstrou o quão valorosos são os guerreiros que compõem esse grupamento aéreo.
A um ano e meio, escrevemos sobre esse curso. Com apoio do CIOPAER, fiz um curso operacional, com intuito de passar pelo processo para conduzir o processo. Desde então, o curso virou um projeto de vida. Um ministério.
Com muita responsabilidade e prudência, escrevemos um curso voltado para nossa atuação, multimissão. Um grupamento integrado que atua nas áreas da polícia militar, civil, do corpo de bombeiros, da saúde e diversas outras previstas pela ANAC. Neste ponto específico, na construção do curso, agradeço de coração ao Agente de Polícia De Paula, o Subcoordenador do Curso. Profissional do mais valioso quilate. Foi meu braço direito e que conduziu o curso com maestria.
E não nos amedrontamos com as dificuldades que se impunham. Limitações financeiras, de pessoal, de aeronaves. Sempre gostei de usar a frase: Não somos os Estados Unidos. Não teremos tudo que queremos. Mas vontade não vai faltar. E não faltou.
Propomos fazer um curso a custo zero (mínimo) para o estado. E para condução precisávamos de dois guerreiros que seriam o equilíbrio do curso. O Ten RR Alberto e SGT PMTO Viana. E fizeram toda diferença com suas experiências. Lembro que na eminência de autorizar o curso, liguei para o SGT Viana, e falei, mano, posso assumir o Curso, você está comigo? E ele falou: pega o curso. E falei, e se não tiver munição, moço pega o curso. E se não tiver efetivo, moço pega o curso que damos conta.
Assim, me enchi de coragem, mais ainda, e juntamente com TC Ferrão, fomos falar com o Dr. Marcelo Falcão. Ele entendeu o projeto e ficou convencido que assumiríamos a responsabilidade de fazer o curso da forma que falamos.
Alem disso, tivemos muitos desafios, para começar: nossa limitação de infraestrutura. Não temos uma casa definitiva. Base administrativa e operacional em locais diferentes.
O que neste caso a ESPOL veio agregar com estrutura de pessoal e logística que não teríamos. Os quais agradeço muito ao empenho de cada um amigo da escola e seu profissionalismo, na pessoa da Dra Ludimila.
E assim, tudo foi dando certo, a Força Nacional cedeu as munições, a Força Aérea forneceu o fardamento, o Exército Brasileiro as mochilas, o Judiciário de Porto Nacional, com um brevidade ímpar, forneceu a alimentação que foi fundamental para que o curso fosse realizado com o mínimo de gasto para a coordenação e alunos, o SAMU os medicamentos, Diretoria de Saude da PMTO os profissionais, a fundação Pro-Tocantins a ambulância, e amigos médicos e enfermeiros estávamos comigo o tempo todo quando pedia. Na oportunidade, agradeço, ao Dr Claudenir, Dr Tulio, Enfermeiros Mauro Maues, Danilo, além desses, diversas pessoas e empresas que se sensibilizam em apoiar nosso curso. Agradeço a Proforte e a Ferrotec.
Assim, com todo empenho, conseguimos uma grande estrutura, nunca vista nos cursos regulares do estado do Tocantins e ganhando notoriedade no Brasil. Disponibilizamos os melhores instrutores possíveis no estado e com módulos fora do estado, no GRAER-GO, GAVOP-DF, COT-DPF, e palestras em diversas unidades aéreas de Brasília.
Enfim, com certeza foi uma coisa providencial de Deus e tudo foi dando certo. Mas a coisa mais importante que aconteceu neste curso, como a vontade dos alunos, foi a vontade da coordenação do I Curso de Operador Aerotático do Tocantins. Meus amigos (ST FERNANDO, SGT FRED, WESLEY, ROBSON, NERES, LIRRAYNE). Os 10 homens membros da Coordenação, por cerca de 3 meses, deixaram seus lares, alguns, mulheres grávidas, filhos, afazes, igrejas, faculdades, namoradas, lazer, suas vidas e doaram para esse curso. Esse foi o segredo do sucesso do curso.
E todos fizeram com amor. Amor ao CIOPAER, amor a sociedade. Nenhum dinheiro irá pagar isso. E posso dizer com todo certeza. Fizemos história. E o que fazemos em vida, ecoa pela eternidade.
Meus irmãos da coordenação, quero dizer que foi um grande privilégio cumprir essa nobre missão ao lado dos senhores. Agradeço toda doação de vocês: aos alunos, ao CIOPAER, para a Segurança Pública e para a Sociedade. Deus vos recompense.
Agradeço a Deus por esse privilégio de coordenar um curso desse nível.
Aos formandos, conquistaram essa vitória, mantenham firme na doutrina que adquiriram.
Vocês são merecedores. Saibam que vocês foram avaliados, mensurados e testados. E são dignos do brevê que ora recebem. Desejo bons e seguros voos a todos.
Senhor Secretário, agradeço pela confiança na nossa equipe. Por confiar uma missão tão árdua. Nós conseguimos. Está aí o produto do nosso trabalho, mais 12 excelentes operadores aerotáticos, 10 do nosso estado e 02 que estamos formando para a Segurança Pública do Amapá. Homens rústicos e inteligentes, o suficiente para operar um equipamento tão sensível como uma aeronave e com controle emocional para atividade de alto risco como as operações aéreas.
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