Humanismo 100%, afirma médico que distraiu bebê com desenho
13 de junho de 2019 2min de leitura
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Paraná – A vivência como pai do médico de resgate Mauricio Lemos, do Samu de Maringá (Noroeste), valeu mais que a larga experiência profissional dele durante o transporte emergencial de helicóptero uma criança que chorava sem a companhia da mãe no trajeto, entre Cianorte e Sarandi.
O menino de um ano e quatro meses estava internado com pneumonia, mas teve que ser transferido com urgência para uma unidade mais estruturada diante de uma complicação. Ocorre que, no helicóptero do Samu, há apenas lugares para o doente, médico, enfermeiro e piloto, sem espaço para acompanhantes. O caso aconteceu na semana passada.
“No momento em que a mãe dele saiu de perto, ele já começou a procurar, aí pensei: ‘se ele começar a chorar, vai ter dificuldade'”, contou o médico, que já é conhecido na região por prestar um serviço humanizado. Lembrou da tática que utilizava para acalmar a filha, hoje com três anos: vídeos com os desenhos da personagem infantil Peppa Pig.
“Deu um minuto (assistindo ao vídeo) e a criança parou de chorar, então fomos medicando, controlando e pudemos decolar”, lembrou o médico sobre os 15 minutos de viagem entre as duas cidades. “Depois ele resmungou um pouco e troquei para a Galinha Pintadinha.”
O que importa para você?
Ele apontou que o controle sobre o choro da criança foi de fundamental importância para o manter a estabilidade do menino. A pneumonia poderia levar o médico a ter que entubar o paciente na viagem. “Um gasto energético muito grande pode ocorrer na hora do choro, levando a uma fadiga respiratória, o que obrigaria a intubação”, explicou.
O médico se surpreendeu com a repercussão que o caso ganhou depois que um amigo divulgou as fotos do atendimento nas redes sociais. “Só penso que o doente ganhou, no que podemos padronizar e melhorar em outros casos”, minimizou.
Lemos é conhecido na região por prestar um serviço humanizado de atendimento. Em maio, ele foi condecorado com o título de cidadão benemérito de Maringá. “Temos que não só pensar no atendimento médico, mas em dar conforto, carinho e afeto para a criança, ainda mais pensando que a mãe não está lá.
Temos essa linha de trabalho: se colocar no lugar da pessoa (…). Faço para os pacientes o que queria que fizessem por mim ou minha filha”, disse. “Esse é um dos meus lemas desde que me formei: humanismo 100%”, completou. “Sinceramente, já fizemos vários tipos de atendimento como esse. Não me vislumbro, mas fico feliz que as pessoas reconheçam o trabalho.”
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