Helicóptero de transporte do governador passa a transportar órgãos em SC
09 de fevereiro de 2019 3min de leitura
09 de fevereiro de 2019 3min de leitura
Santa Catarina – O helicóptero utilizado para locomoção do governador de Santa Catarina também será utilizado para o transporte de órgãos no Estado. A decisão foi assinada na quarta-feira (6/1) pelo governador Carlos Moisés, na Casa D’Agronômica — residência oficial do chefe do Executivo catarinense.
A aeronave alugada é de modelo Esquilo e tem capacidade para quatro pessoas. Até então, era de uso exclusivo do governador. O atual contrato previa o pagamento de, no mínimo, 25 horas mensais de voo, motivo pelo qual foi sugerida outra utilização conforme afirmou Moisés, por meio de nota.
— Nós entendemos que, além de ficar à disposição para o governador, o helicóptero pode atuar também na saúde. De que forma? Sendo colocado à disposição de quem faz o transplante de órgãos, com o transporte de uma unidade hospitalar para outra — explicou.
De acordo com o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, a equipe técnica se assegurou para que não houvesse quaisquer riscos jurídicos com a assinatura do convênio.
O atual secretário da Saúde, Helton Zeferino, também esteve presente na assinatura e contou que atualmente já há uma parceira com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, mas, de acordo com ele, essas aeronaves também são utilizadas para atendimento de ocorrências.
— Agora temos mais uma aeronave disponível e isso vai fortalecer nosso time de captação de órgãos— afirmou o secretário.
Como deve funcionar na prática
Quando houver a necessidade de realizar o transporte dos órgãos, o helicóptero será acionado pela Casa Militar após a pasta ser contatada pela SC Transplantes, a Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina da Secretaria da Saúde, conforme explicou o coordenador de transporte aéreo da Casa Militar, George de Vargas Ferreira, por meio de nota.
Em 2018, foram realizados 1.217 transplantes nos seis hospitais do Estado que atualmente realizam o procedimento em Blumenau, Joinville, Florianópolis, Chapecó, Jaraguá do Sul e Itajaí.
O mais frequente foi o de córnea, com 462 procedimentos, seguido do de rim, com 284, e de fígado, com 135 transplantes. Entretanto, podem ser realizados também transplantes de esclera, coração, válvula cardíaca, pâncreas, conjugado de rim e pâncreas, medula óssea autólogo (a partir das células tronco do próprio paciente) e tecido ósteo-condro-fáscio-ligamentoso. Os dados são da SC Transplantes.
Número de doadores cresceu 50% em SC em seis anos
Desde 2013, a taxa de doadores de órgãos efetivos no Estado registrou crescimento de 50%, passando de 27,2 por milhão de pessoas para 40,9 em 2018.
— Dos últimos 14 anos, em 11 fomos os líderes no Brasil, e nas outras três ficamos em segundo. Se Santa Catarina fosse um país, estaria entre os cinco do mundo com maior taxa de doadores de órgãos, na companhia de nações como Espanha, Croácia e Malta — contou o coordenador estadual da SC Transplantes, Joel de Andrade.
A taxa de não-autorização familiar também teve queda ao longo dos anos. Foram 10% a menos desde 2013. Atualmente no Brasil, a doação de órgãos após a morte só pode ser feita se houver autorização familiar de acordo com o Ministério da Saúde. Por isso, quem pretende ser doador deve conversar com a família sobre o desejo para assegurar que decisão seja respeitada.
Os órgãos doados são destinados a pacientes que estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
Tipos de doador:
• Doador vivo: Qualquer pessoa que concorde com a doação pode doar desde que o procedimento não prejudique sua própria saúde. Os órgãos que podem se doados são: um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Conforme a legislação, familiares até o quarto grau e cônjuges podem doar ao paciente. Quem não for parente, poderá realizar a doação somente com autorização judicial.
• Doador falecido: São pessoas que tiveram morte encefálica comprovada. Geralmente, são vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
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