Ceará – Mais uma vez, uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) agiu rápido e conseguiu reduzir o tempo de espera para a captação dos órgãos de uma criança de 11 anos, que teve morte encefálica confirmada por profissionais do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, no dia 21/06.

Cerca de 300 quilômetros separavam o pai da criança, que acompanhava o filho em Fortaleza, da mãe, que estava em Jaguaribe. Para realizar a captação dos órgãos da criança seria necessário que os pais assinassem um documento de autorização.

O helicóptero Fênix 03, baseada em Juazeiro do Norte, fez o percurso até Jaguaribe, onde colheu a assinatura da mãe, e entregou a autorização assinada à equipe médica, em Fortaleza. O sucesso da missão resultou em cinco pacientes beneficiados com os órgãos e tecidos captados no IJF.

Ciopaer-realiza-transporte-de-autorização-de-captação-de-órgão-que-beneficiou-cinco-pacientes-em-Fortaleza-600x450

Quem precisa de um órgão sabe a aflição que é lutar contra o tempo à espera que um doador compatível apareça. Da mesma forma, o tempo também é crucial para a retirada dos órgãos de um paciente apto para a captação.

Para se ter uma ideia, órgãos como fígado e rins precisam ser retirados imediatamente após a morte e transplantados em um curto espaço de tempo para que possa ser reimplantado em um outro paciente. Por isso, as chances para realizar a captação e o transplante podem ser comprometidas se não acontecer no tempo adequado.

A criança doadora, um menino de 11 anos, deu entrada na unidade de saúde de Fortaleza, na quarta-feira (20), com um quadro de convulsão. Poucas horas depois, ele teve uma parada cardiorrespiratória, que evoluiu para morte encefálica.

A partir daí, a equipe de acolhimento do hospital deu toda a assistência e orientação ao pai da criança, que acompanhava o filho no hospital. O pai aceitou fazer a doação dos órgãos e tecidos do filho, mas precisava da assinatura da mãe para dar sequência ao procedimento de captação.

O termo de autorização de doação de órgãos e tecidos para transplante é o documento que concede que a equipe médica possa realizar o procedimento de captação. Apenas os pais podem assinar o documento, e é aí onde os profissionais da Ciopaer entram na história.

Na quinta-feira (21), a equipe médica do IJF solicitou apoio para que a aeronave da Ciopaer pudesse fazer o deslocamento necessário para colher a assinatura da mãe da criança, em Jaguaribe, e levasse até o heliponto do hospital, em Fortaleza, para validar o procedimento.

“Esse deslocamento foi imprescindível para que pudéssemos fazer a captação dos órgãos com rapidez, e o mais importante: preservamos os órgãos e tecidos com qualidade para que pudessem salvar as vidas de outros pacientes. Principalmente, porque tínhamos pacientes AB+ aguardando pelo transplante, e eles só pode receberde pacientes do mesmo grupo sanguíneo”, relata a coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Para Transplantes (CIHDOTT), no Instituto José Frota (IJF), Lisiane Paiva.

A Fênix 03 decolou da base da Ciopaer Cariri com uma cópia do termo de autorização em direção ao Vale do Jaguaribe para colher a assinatura da mãe da criança. Com o documento assinado, a tripulação partiu rumo ao heliponto do IJF, em Fortaleza.

O percurso entre Juazeiro do Norte e Jaguaribe durou cerca de 50 minutos, enquanto que o itinerário até Fortaleza durou cerca de uma hora. Se o transporte do documento tivesse sido realizado por via terrestre, a rota Jaguaribe-Fortaleza, indo pela rodovia BR 116, demoraria mais de quatro horas para completar o caminho.

Ascom SSPDS/CE.