Drones, Inteligência Policial e a Integração com a Comunidade
04 de junho de 2018 2min de leitura
04 de junho de 2018 2min de leitura
MARCUS VINICIUS SANTOS SILVA
Capitão da Polícia Militar da Bahia
GABRIEL ANDRADE BACELAR MOTA
Tenente da Polícia Militar da Bahia
No ano de 2015, a Polícia Militar da Bahia (PMBA) entrou no drone game mundial através de sua participação nas ações de policiamento e outras diversas, alinhadas com as políticas públicas nacionais e estaduais para a entrega de segurança para as comunidades com o uso de aeronaves não tripuladas.
Sob a ótica da viabilização das políticas públicas de segurança, no âmbito estadual, desenvolve-se o Programa Pacto pela Vida que inclui um modelo de gestão com a intensificação da repressão criminal qualificada, mediante o uso da inteligência policial e com as ações policiais preventivas, mediante a aproximação da polícia com a comunidade.
A estratégia escolhida foi adotar um programa de segurança de voo, mas com as permissões da Survivability de Aeronaves, pois o nexo causal ilícito e as áreas conflagradas pela violência e pela criminalidade, muitas das vezes, faziam parte do contexto.
Assim surgiu o Programa RPAS, a primeira ação desse modelo de gestão proposto, que possui, dentre outras características, um viés de aproximação da comunidade de operadores para a conscientização sobre o uso seguro e legal de drones, além de fomentar a formação, sob temas transversais, e a capacitação técnica de pilotos remotos que desenvolvem as suas atividades a serviço do poder público.
De forma mediata, a ativação da Seção de Operações de Inteligência (SOInt) era outra ação de gestão organizacional estabelecida pelo Comandante do Grupamento Aéreo (GRAER). A agência setorial de inteligência, embora prevista no quadro organizacional do GRAER desde a criação da unidade, ainda não tinha sido ativada.
A previsão e o funcionamento ativo de agências de inteligência não são comuns no cotidiano das unidades de aviação, mesmo no setor de segurança pública. Dessa forma, surgiu um novo desafio com a implantação de um importante serviço de inteligência policial na unidade aérea, a fim de produzir conhecimento e assessorar adequadamente o nível gerencial e executivo da Corporação.
Depois de um longo trabalho que priorizou a criação e incorporação sistêmica do Sistema de Operações Aéreas (SIOPAER) na PMBA, que, dentre outras ações, engloba a harmonização do uso de aeronaves tripuladas e não tripuladas na Corporação, o GRAER voltou-se para a capacitação do seu próprio efetivo.
A partir de Janeiro de 2018, a Equipe RPAS do GRAER passou a desenvolver diversas as atividades de inteligência policial, sigilosas ou não, e outras voltadas para a produção do conhecimento em apoio à tomada de decisão.
O levantamento de dados para avaliação de risco no sistema prisional foi a primeira entrega, seguida de outros produtos como a atuação durante o Carnaval 2018.
Por derradeiro, salienta-se que o GRAER está tentando acompanhar os avanços observados na fronteira do conhecimento, em um período de Revolução Industrial 4.0, simbolizando nos drones o reflexo do novo momento.
Assim como as modificações na sociedade produzidas pelos smartphones, essa tecnologia disruptiva segue também pulsando saltos de inovação, construindo novos valores, conceitos e indicando novas mudanças para que as unidades aéreas se preparem para um futuro em constante construção.
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